
Atenção, isto não é uma brincadeira de mau gosto, nem resultou de uma frase infeliz proferida involuntariamente a bordo de um avião. Isto é a sério, é oficial, e já está a ser preparado há bastante tempo. A Igreja Católica resolveu associar-se institucionalmente às Celebrações dos 500 anos da Reforma Protestante. Uma iniciativa paradoxal que deve surpreender até as mentes mais abertas do mundo protestante.
Muito poderia ser dito sobre o absurdo que esta festa, em si, representa, sendo única em 500 anos. Por agora, fiquemos apenas com a resposta do Cardeal Gerhard Muller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que, relativamente a este assunto, afirmou recentemente o seguinte:
Este comentário surgiu a respeito da notícia que informa que o Papa Francisco visitará a Suécia para a comemoração dos 500 Anos da Reforma Protestante adiantada, entre outros, pelo próprio “L’Osservatore Romano”.

O ano das celebrações conjuntas – de protestantes e católicos – dos cinco séculos da Reforma Protestante, coincide curiosamente com o da celebração dos 100 anos das aparições de Fátima. Com efeito, apesar do clima de festa que já se vive na Cova da Iria, em boa análise, o Santo Padre ainda não confirmou a sua presença para a celebração do 1º Centenário das Aparições. No entanto, o Vaticano tem vindo a preparar, com tempo, uma ambiciosa agenda celebrativa do 5º Centenário da Reforma Protestante. Esperemos que, até lá, não se lembrem de beatificar Martinho Lutero ou João Calvino porque – aqui entre nós – já pareceu mais impossível.
A Santa Sé vai, no fundo, participar na celebração do grande aniversário da maior revolta interna da Igreja Ocidental, que afastou nações inteiras da verdadeira Igreja fundada por Cristo, as quais ainda hoje continuam afastadas. Pior, as seitas protestantes estão hoje mais rebeldes, heterodoxas e heréticas do que nunca. Nós, os católicos romanos, estamos então oficialmente convidados a comemorar. Mas o que há então para comemorar? A nossa memória coletiva não transporta coisas propriamente dignas de comemoração, tais como:
- a contestação ao Magistério da Igreja, à sua doutrina;
- a rebelião contra a Autoridade Papal, contra a supremacia de Roma;
- a descrença nos Sacramentos;
- a abolição do sacrifício da Eucaristia e a descrença na transubstanciação;
- a eliminação dos sacrários das igrejas;
- a perseguição aos católicos;
- a destruição da ordem hierárquica estabelecida;
- o combate feroz à moral católica;
- o combate aos dogmas católicos;
- a abertura à interpretação subjetiva dos textos sagrados.
- a desvalorização da Virgem Maria e a sua expulsão das igrejas;
- a destruição de magníficos dos altares que honravam a realeza do nosso Deus;
- a destruição das estátuas dos santos e mártires cristãos que foram queimadas;
- a abolição do celibato sacerdotal;
- o aparecimento de sacerdotisas e bispas;
- a desvalorização da divindade de Jesus Cristo;
- a aceitação da homossexualidade como uma virtude moral;
- a legalização religiosa do divórcio;
- o desaparecimento de ordens religiosas;
- a secularização do clero;
- a banalização do Sagrado;
- a introdução da cultura Pop e Rock nas celebrações religiosas;
- a revolução constante das práticas e crenças religiosas;
- o modernismo contra a Tradição;
- a aceitação da maçonaria;
- revolta, revolução;
- etc;
- etc;
- etc…
Mais do que uma desolação, isto parece loucura… É como se, de repente, um soldado, que tinha sido amputado em combate, se lembrasse de festejar, com os seus inimigos, a data em que lhe cortaram a perna, o braço e as orelhas. Está tudo doido!
Basto 4/2016
É verdade que já colocaram a “abominação da desolação no lugar santo” – Mt 24,15, no caso a estátua do bêbado e blasfemo Lutero, no Vaticano?
Os católicos, de um modo geral, gostaram ou pelo menos não se importaram.
Aqui nesta pasta:
https://odogmadafe.wordpress.com/category/500-anos-de-revolta/