
O mundo inteiro espera ansiosamente a publicação da exortação apostólica do Papa Francisco sobre a família, como se de um engenho explosivo se tratasse. A linguagem do Santo Padre, por vezes ambígua, associada a algumas das suas atitudes mais surpreendentes e confusas, ao longo dos últimos três anos, criou falsas expectativas a algumas pessoas e receios a outras, que antevêem a possibilidade de uma rutura no tradicional magistério da Igreja relativamente a algumas questões morais, particularmente em relação ao Matrimónio.
O documento já está concluído desde o dia 19 de março, intitula-se “A Alegria do Amor” e a sua publicação foi agendada para o dia 8 de abril. A ser uma bomba, esperemos que acerte no alvo em cheio e o aniquile de vez, nomeadamente as doutrinas diabólicas que, nos últimos tempos, têm tenazmente tentado contaminar a doutrina católica com imoralidades.
O Matrimónio é um sacramento cristão e é indissolúvel. Isto é uma Verdade inquestionável. O adultério é um pecado mortal, logo conduz à condenação eterna. Quem se encontra em situação de pecado grave não deve aceder à comunhão eucarística a não ser que se tenha arrependido profundamente e se proponha a corrigir a situação pecaminosa em que se encontra. Caso contrário, a administração da comunhão a quem se encontra em situação objetiva de pecado grave é uma ajuda à sua condenação.
“O Papa vai dizer o que a Igreja sempre disse porque o Evangelho é bem claro neste aspecto. Tudo o resto é anular a palavra de Jesus, implica rasgar páginas da Bíblia”, a teoria de Kasper uma “heresia”.
A Verdade Cristã é sublime e imutável porque é de Deus. Ninguém a pode alterar, nem mesmo o Papa.
Com efeito, dos três cenários possíveis para a próxima sexta-feira, veiculados pelos órgãos de comunicação social, só devemos esperar o primeiro:
- A exortação apostólica reafirma os valores morais tradicionais sobre o casamento, o amor conjugal e a família, convidando à conversão daqueles que se encontram em situação objetiva de pecado grave.
- O Santo Padre propõe diretamente alterações à pastoral e à doutrina da Igreja, o que é impensável.
- O Santo Padre inibe-se de pronunciar-se diretamente sobre essas questões morais, através utilização de uma linguagem ambígua que deixa lugar a interpretações subjetivas, ou remetendo a avaliação dessas questões para escalas regionais ou locais, o que também é impensável.
O primeiro cenário seria uma lufada de ar fresco para limpar a fumaça de Satanás que paira na atmosfera da Igreja. O segundo cenário pressupõe uma falsificação da doutrina e seria fraturante, conduzindo de imediato a uma separação entre a verdadeira Igreja de Cristo e a falsa. Muito provavelmente originaria um cisma. O terceiro cenário, porventura o mais temível, levaria à confusão total, à multiplicidade doutrinária dentro da própria Igreja através da abolição do dogma por parte da Igreja Institucional, embora de forma não assumida. Seria uma contaminação viral que, de forma cínica e subtil, levaria à desagregação da Instituição Católica desde os seus alicerces.
Os piores cenários, apesar de inaceitáveis e improváveis, são bastante temidos por uns e ansiosamente esperados por outros. Esperemos que o Santo Padre esteja à altura das suas responsabilidades.
Para piorar o receios, os órgãos de comunicação social oficiais do Vaticano continuam a dar muita relevância ao herético Cardeal Kasper, ao seu conceito errado de misericórdia e às suas expectativas revolucionárias. São notícias que parecem tambores de guerra dentro da Igreja, já bastante audíveis ainda antes de se conhecer o teor da exortação apostólica. O pior pode ainda estar por vir.
(Pe. Portocarrero de Almada, ao jornal Sol, 3 de agosto de 2015)
Nós estamos, agora mesmo, debaixo de centro barométrico da tempestade de “desorientação diabólica” prevista em Fátima, em 1917, é necessário ter os pés bem assentes em terra para não sermos levados pela corrente. A porta é estreita e o caminho é único, o mesmo de sempre.
O mau agouro que paira no ar, desde há alguns meses, não ficou agora melhor quando sabemos que os dois cardeais escolhidos para dirigirem a conferência de imprensa da apresentação da exortação apostólica serão dois conhecidos progressistas, que contribuíram fortemente, com as suas ideias heterodoxas, para a crise moral e doutrinária que se vive hoje dentro da Igreja Católica. O Cardeal Baldisseri, Secretário do Sínodo da Família, é mundialmente conhecido por acreditar no evolucionismo dos dogmas católicos e por ter ideias exóticas sobre o Matrimónio. O Cardeal Schoenborn, Arcebispo de Viena, é famoso pelas suas ideias loucas acerca da homossexualidade.
O engenho explosivo – se assim quisermos entender – foi acionado, a conferência de imprensa terá lugar às 11:30′, hora de Roma. Que seja como que Deus quiser.
Basto 4/2016