Vários analistas, quer da esfera religiosa, quer da secular, têm avaliado a possibilidade de uma visita papal à Rússia com algum otimismo. A própria Igreja Ortodoxa Russa (IOR) não rejeita, à partida, essa eventualidade, apesar de considerá-la fora da agenda imediata. O Arcebispo Paolo Pezzi, líder dos católicos de rito latino em Moscovo, acredita que essa viagem será possível após um encontro prévio entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill, que entretanto já aconteceu.
A cimeira cubana foi organizada em segredo e ninguém sabe se uma visita papal à Rússia não estará também a ser preparada da mesma maneira ou até talvez já agendada.
Outros papas desejaram ir à Rússia, com particular destaque para João Paulo II, o papa eslavo. Também é do conhecimento público que, nesta era pós-Concílio Vaticano II, esse desejo recebeu a reciprocidade da parte de chefes de estado russos, contudo, por não ter sido aprovada pela IOR, essa viagem apostólica acabou por nunca acontecer.
Os Papas Bento XVI e João Paulo II tinham convites permanentes do governo russo, mas não puderam ir porque não obtiveram um convite correspondente da parte da Igreja Ortodoxa. Francisco teria necessidade de passar pelo mesmo para ir à Rússia.
(in Reuters, 07/11/2013)
O grande obstáculo à entrada do Sumo Pontífice na Rússia, nestas últimas décadas, não foi portanto o poder político mas sim a hierarquia da IOR.
A Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Russa não tinham relações de qualquer natureza antes do Concílio Vaticano II de 1962-1965. O falecido Papa João Paulo II foi o primeiro a expressar seu desejo de visitar a Rússia. Ele foi convidado pela primeira vez pelo presidente soviético Mikhail Gorbachev, em seguida, pelo presidente russo Vladimir Putin, mas nunca pelo Primaz da Igreja Ortodoxa Russa.
Pela parte do poder político, essa viagem teria sido já realizada há muito tempo, mesmo ainda antes do colapso da União Soviética.
Excerto da conversa entre Mikhail Gorbachev e João Paulo II que teve lugar no dia 1 de dezembro de 1989 na Cidade do Vaticano:
M. Gorbachev: “Espero que depois desta reunião as nossas relações vão ganhar um novo impulso e suponho que em algum momento no futuro possa visitar a URSS. […]”
João Paulo II: “Se isso for permitido, eu ficaria muito feliz. […] Estou profundamente grato pelo seu convite. Ficaria feliz com a oportunidade de visitar a União Soviética, a Rússia, para me encontrar com os católicos e não apenas os católicos, para visitar locais sagrados que são para nós, cristãos, uma fonte de inspiração. Obrigado pelo convite.”
(in The National Security Archive, GWU)
Apesar da atitude de grande abertura demonstrada pelos papas pós-conciliares, estes continuavam a não reunir as condições objetivas necessárias para serem bem-vindos na Rússia. Contudo, como o Papa Francisco apresenta um perfil bastante diferente dos anteriores, muita gente acredita que essa viagem poderá finalmente acontecer, o que não quer dizer que isso seja necessariamente um bom sinal.
Admitindo que a eventualidade de uma viagem papal à Rússia possa mesmo vir a concretizar-se durante o atual pontificado, que características aprazíveis encontra então a IOR em Francisco, que não encontrou nos dois papas anteriores? Esta é uma questão complexa que, ainda por cima, parte de um pressuposto meramente especulativo, pois essa hipotética viagem pode acabar por nunca se concretizar. Mas mesmo para os mais incrédulos, que consideram tal viajem impossível no curto ou no médio prazo, podemos apenas tentar interpretar a inédita disponibilidade do líder da IOR, em quase mil anos, para se reunir cordialmente com o Santo Padre e para publicar uma declaração conjunta, conforme aconteceu na cimeira cubana de fevereiro, algo considerado bastante improvável apenas há pouco mais de três anos atrás.
Os maiores entraves à entrada do Santo Padre na Rússia
As maiores questões que opõem a IOR à Igreja Católica Romana, da qual se encontra separada desde o grande cisma de 1054, podem resumir-se a três principais. Que respostas tem o Santo Padre para cada uma delas?
1. A Supremacia Petrina
É inaceitável, do ponto de vista da IOR, que o Pontífice Romano se assuma como o único e verdadeiro vigário de Cristo na Terra legitimado pela sucessão apostólica desde São Pedro até à atualidade. Deste modo, na perspetiva da IOR, a autoridade papal, a sua infalibilidade e outras características da cátedra petrina são apenas presunções inadmissíveis, enquanto para os católicos são uma certeza justificada pela Fé e pela história.
- Neste campo, o Papa Francisco prefere ser considerado um mero bispo, um entre os demais, o bispo de Roma, como gosta de ser chamado. Por outro lado, deseja revolucionar o Papado, abdicar da autoridade petrina em favor de uma “descentralização saudável”, nem que para isso tenha de exercer essa mesma autoridade de uma forma nunca vista. Uma reforma que poderá significar, em ultima análise, a destruição do primado de Pedro.
2. O proselitismo católico
Pregar a necessidade de conversão dos cristãos ortodoxos cismáticos ao catolicismo é considerado uma afronta aos olhos da IOR. Nessa perspetiva, as missões católicas em território canónico ortodoxo são vistas como ações insultuosas, do mesmo modo que o crescimento e a proliferação das comunidades católicas nesse espaço – principalmente os católicos orientais, de rito bizantino – são entendidos com perigosos para a religião e cultura locais.
Nós, os católicos, acreditamos na verdade dogmática de que fora da Igreja Católica Romana, una e santa, não há salvação. Não é apenas uma questão de pertença e de obediência, mas também de Fé. Existem diferenças teológicas e doutrinais profundas entre aquilo em que os Católicos e os ortodoxos acreditam, por exemplo, ao nível dos últimos dogmas definidos pela Igreja Católica como o da Imaculada Conceição de Maria.
- O Papa Francisco condena o proselitismo religioso. A conversão daqueles que não se encontram em união com a Igreja Católica, que não professam a mesma Fé, é desaconselhada pelo Santo Padre, que prefere apelar antes à conversão dos católicos, nomeadamente daqueles que defendem a doutrina e a tradição.
3. Os uniatas, principalmente a Igreja Greco-Católica Ucraniana
Os católicos orientais são porventura o problema mais quente, o qual se inflamou ainda mais com o conflito ucraniano iniciado em 2014. Os Greco-Católicos Ucranianos, a maior e mais proeminente comunidade católica depois da Igreja Católica Latina, acusam frequentemente a Rússia de Vladimir Putin de ingerência política e militar na Ucrânia. Os uniatas (termo utilizado com conotação negativa), como são ortodoxos que obedecem a Roma e partilham a Fé Católica, são indesejados pela Rússia, principalmente quando se trata de uma comunidade tão viva, ativa e promissora como é a Igreja Uniata Ucraniana.
- O Papa Francisco subscreveu um documento que condena “o método do ‘uniatismo’ do passado, entendido como a união de uma comunidade à outra separando-a da sua Igreja”. Esta atitude, mais do que surpreender, esclareceu uma anterior declaração sua, na altura enigmática, onde considerava que “o uniatismo é uma palavra de uma outra época”.
O “método de uniatismo do passado” consiste na conversão dos ortodoxos cismáticos à Fé Católica, representando – no caso da Igreja Uniata – uma fidelidade de várias centenas de anos, por vezes paga com o sangue dos mártires católicos orientais. As igrejas orientais são tão legítimas e verdadeiras quanto a Igreja Católica Latina, sendo-lhe estatutariamente equivalentes dentro da unidade institucional da Igreja Católica. Estão em comunhão com os restantes católicos e com o Papa, merecendo todo o seu apoio. Não poderão, em circunstância alguma, ser usadas como moeda de troca no diálogo ecuménico com a IOR.
E se essa viagem vier mesmo a acontecer…
Se algum dia, nas próximas semanas ou meses, ouvirmos a Santa Sé anunciar uma viagem apostólica do Santo Padre à Rússia, de uma maneira ou de outra, aquela famosa aldeia da diocese de Santander despertará novamente um grande interesse popular.
A autenticidade e a relevância da mensagem de Garabandal dependem da necessidade de conversão da Rússia. Se aceitarmos que a conversão da Rússia, anunciada em Fátima, já teve lugar, em resultado de uma das consagrações realizadas pelos papas anteriores, então Garabandal não faz sentido, uma vez que o anunciado “milagre” destina-se a converter a Rússia e o mundo. Deste modo, a lógica de Garabandal só pode enquadrar-se num contexto de crise resultante do desvio da Igreja em relação à proposta de Fátima. É uma espécie de plano de emergência…
As aparições de Garabandal não foram contudo ainda aprovadas pela Igreja, portanto devem ser tratadas com alguma precaução. Sendo assim, e partindo simplesmente da mensagem de Fátima, se o Santo Padre visitar finalmente a Rússia, duas questões terão de ser levantadas:
- Será que a tal “cultura del encuentro” corresponde à “conversão da Rússia” pedida e anunciada em Fátima? Fará essa “cultura” parte do triunfo do Imaculado Coração de Maria?
- Em solo russo, quem irá beijar o anel de quem?
Logo veremos!
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Basto 08/2016
RELATIVAMENTE ÀS VIAGENS PAPAIS PARA ESTE ANO DE 2017:
Papa Francisco: “[…] Existe uma agenda muito difícil este ano, para mim”.
Die Zeit: Quem sabe existam países mais importantes, neste momento, como a Rússia a China…
Papa Francisco: “À Rússia não posso ir porque nesse caso teria de ir também à Ucrânia.”
http://www.news.va/pt/news/papa-francisco-entrevista-ao-jornal-die-zeit
Parece que o Papa Francisco olha a situação política de cada país antes de fazer uma visita. Era para ele ter vindo ao Brasil neste ano de 2017, mas, devido a situação política por que passa o Brasil, ele desistiu.
Nesse cenário colocado pelo Papa Francisco, é evidente que os ucranianos, em especial os católicos, esperariam uma palavra do Pontífice Romano a condenar as intromissões da Rússia na Ucrânia. Talvez o Papa queira, desta forma, evitar fazê-lo. Esta atitude omissa e de distanciamento acaba por satisfazer os interesses russos.
QUANTO AO COMENTÁRIO: Basto // 21 de Março de 2017 às 17:41 //
“Nesse cenário colocado pelo Papa Francisco, é evidente que os ucranianos, em especial os católicos, esperariam uma palavra do Pontífice Romano a condenar as intromissões da Rússia na Ucrânia. Talvez o Papa queira, desta forma, evitar fazê-lo. Esta atitude omissa e de distanciamento acaba por satisfazer os interesses russos.”
Ora, qualquer atitude do papa vai ser criticada por alguém. Não há sossego para o papa!
1- Se visitar e defender a Ucrânia, poderá haver reações. Se o papa for crítico quanto à política russa contra a Ucrânia, esta poderá sofrer mais retaliações ainda. Então para quê falar alguma coisa contrária, que todo mundo sabe que é opressão da Rússia?
2- Se não falar nada, alguém vai dizer que ele é omisso, conforme já foi dito.
3- Se resolver adiar, (e entender que é prudente adiar, em seu raciocínio) vão criticar do mesmo jeito.
Assim, como em qualquer ação ou opinião, existem os radicais, existem os moderados, e entre os radicais há os de linha a favor da Ucrânia, e os contra a Ucrânia.
CONCLUSÃO: é muito fácil criticar e julgar, quando, principalmente, sabemos que no momento em que ele for julgado por algum insatisfeito, o outro lado é que vai ficar omisso, pensando: Quem fez (ou falou) foi o papa!
Possível solução, para atuação do Papa Francisco:
A única coisa possível de se defender, é o que o Papa João Paulo II defendeu em Cuba: os cidadãos cubanos e as crianças que sofriam pelo sistema.
Assim, o que o Papa Francisco poderia defender, seria uma vida melhor para os cidadãos ucranianos e as crianças ucranianas. Qual o sentido de um posicionamento político?
O que se poderia defender, em suma, é uma vida digna e sem violência para os ucranianos.
É preciso distinguir entre falar alguma coisa que melhore a vida dos ucranianos, por meio de uma argumentação humanista, e entre tomar partido político contra o poderoso governo russo, uma vez que, dependendo do que se falar, este poderá tornar a vida da Ucrânia, pior do que estava antes!
Estamos aqui a falar de pura especulação, caro Estêvão. Não podemos adivinhar se ele irá ou não visitar a Rússia, embora essa possibilidade me pareça bastante provável. Neste sentido, vale a pena analisar as condições que tornam, ou não, essa viajem possível. Os sinais estão aí e não devemos fazer de conta que não os vemos:
https://cruxnow.com/vatican/2017/07/21/parolins-visit-russia-key-step-pope-franciss-courtship-putin/
http://www.ncregister.com/blog/edward-pentin/cardinal-parolin-strong-probability-of-visit-to-moscow
Sabemos que os Papas anteriores quiseram fazer essa viajem mas a possibilidade foi-lhes negada,não pelas autoridades políticas mas pelas religiosas, e isso é um facto histórico. Portanto, se tal viajem se tornar agora possível – e realço aqui o “se” -, é inevitável compararmos as condições que a possibilitam e as que a impossibilitaram no passado. Nesse sentido, é lícito comparar este Papa com os anteriores e retirar as respetivas ilações. Eu publiquei este artigo há cerca de um ano atrás e mantenho tudo o que ali escrevi.
Já agora, pegando nas suas palavras Estêvão, eu tenho alguma dificuldade em distinguir a “argumentação humanista” da “argumentação política”, embora não sejam exatamente a mesma coisa. Creio que a Verdade Cristã está muito acima das duas.
Russian Orthodox Church denies rumors of coming visit of Pope Francis to Moscow
http://www.interfax-religion.com/?act=news&div=14611
Viu isso?
https://www.telegraph.co.uk/news/2019/06/06/putin-meet-pope-move-could-pave-way-historic-russia-trip/
Sim, eu tinha visto essa notícia numa outra fonte e penso que é bastante relevante.
https://www.reuters.com/article/us-pope-putin/putin-july-visit-to-pope-could-pave-way-for-russia-trip-idUSKCN1T710M
Pessoalmente, como tenho já aqui referido, estou convencido de que existe uma forte possibilidade de se concretizar uma viajem papal à Rússia durante o pontificado de Francisco, essencialmente por três razões.
https://odogmadafe.wordpress.com/2016/08/07/podera-o-papa-francisco-ir-a-russia/
Tem gente achando que o Putin pode fazer o pedido para o Papa ir à Rússia, pois esse será o primeiro reencontro dos dois depois de Cuba, onde ocorreu o encontro do Papa Francisco com o Patriarca da Igreja Ortodoxa.
Eu não sei o que pensar. Eu acredito que o Papa possa ir a Rússia como uma última tentativa de tentar evitar um conflito mundial, porque segundo a profecia, logo que o Papa retornar ele já vai ter dificuldade já que os conflitos explodirão em várias partes da Europa. Mas o jeito é aguardar né.
Isso é uma alegada profecia de Garabandal. Garabandal, apesar de me suscitar algumas dúvidas, também me desperta muito interesse e admito que não tenho uma posição definitiva sobre o assunto, sinto-me, como se diz em inglês, “on the fence”.
Mas mesmo sem essa alegada profecia, uma possível viagem papal à Rússia seria sempre um marco histórico e religioso no contexto das profecias de Fátima. Vários papas quiseram realizá-la e não lhes foi possível. O que é que tornaria isso possível agora? Será que a Rússia se converteu finalmente como Nossa Senhora prometeu? Ou será que foi antes a Igreja Católica que se converteu em algo agradável aos interesses geopolíticos russos?
Infelizmente, Basto e Samanta, a minha opinião inclina-se mais para a segunda hipótese, em consequência das posições esquerdistas reveladas pelo Papa Francisco. Todo o clero, quanto a mim, tem expressado, nestes últimos anos, grande determinação pelas esquerdas globalistas, tanto na Europa, como na América Latina. É estranho como a palavra “direita” passou a ser tabu.
Embora essa dicotomia esteja desactualizada e obsoleta, basta alguém deixar passar a ideia de que não simpatiza com a esquerda, logo se comenta que é “extrema direita”. Um conservador, na visão patética de alguns é “de extrema direita”, ou pior “nazi”. Isto é muito perigoso…
Subscrevo o seu comentário integralmente.
Sobre a possibilidade do Papa visitar a Rússia durante a primavera de 2023:
https://sputniknews.com/20220801/pope-francis-hopes-to-visit-russia-in-spring-2023-says-head-of-world-union-of-old-believers-1098008180.html
Interessante esse texto que você indicou. Ele fala que o Papa Francisco poderia renunciar depois de visitar a Rússia. Porém isso não se encaixa com outra profecia que fala do Papa fugindo de Roma devido a uma guerra. Agora não me lembro de quem é essa profecia, mas acho que é de São João Bosco. Ao meu ver o Papa Francisco não renunciaria.
Achei a profecia da qual falei. É uma profecia de São João Bosco. Veja!
Era uma noite escura, os homens já não podiam distinguir qual fosse o caminho a ser seguido para voltar sobre os próprios passos, quando apareceu no céu uma luz fortíssima, que iluminava as passadas dos viajantes como se fosse pleno dia.
Naquele momento, viu-se uma multidão de homens, mulheres, velhos, crianças, monges, monjas e sacerdotes, tendo à frente o Santo Padre, sair do Vaticano, ordenando-se como se fosse uma procissão.
Mas sobreveio um temporal furioso que, obscurecendo um pouco essa claridade, parecia travar uma batalha entre luz e trevas.
Nesse meio tempo, chegou-se a uma pequena praça coberta de mortos e feridos, vários dos quais pediam conforto com fortes gritos. A fila da procissão foi rareando bastante.
Depois de ter caminhado por um tempo correspondente a duzentos nasceres do sol, cada um percebeu que não estava mais em Roma. O desconcerto tomou conta de todos e se reuniram todos em volta do Santo Padre para protegê-lo e assisti-lo em suas necessidades.
Naquele momento, apareceram dois anjos portando um estandarte que foram apresentar ao Santo Padre, dizendo:
– Recebe a bandeira d’Aquele que combate e dispersa os exércitos mais fortes da Terra. Os teus inimigos desapareceram, os teus filhos invocam teu retorno com lágrimas e suspiros.
Levantando-se o olhar para o estandarte, via-se escrito, de um lado, ‘Regina sine labe concepta’ (Rainha sem Pecado concebida) e, do outro, ‘Auxilium Christianorum’ (Auxílio dos Cristãos).
O Pontífice pegou com alegria o estandarte, mas, vendo o pequeno número de pessoas que haviam sobrado à sua volta, mostrou-se muito aflito. Os dois anjos acrescentaram:
– Vai logo consolar os teus filhos. Escreve aos teus irmãos dispersos nas várias partes do mundo que é necessário fazer uma reforma dos costumes dos homens. Isso não poderá ser alcançado se-
não distribuindo aos povos o Pão da Palavra Divina.
‘Catequizai as crianças, pregai o desapego das coisas terrenas. Chegou o momento em que os pobres evangelizarão os povos, concluíram os dois anjos. Os levitas serão procurados entre a enxada, a pá e o martelo, para que se cumpram as palavras de Davi: “Deus levantou o pobre da terra para colocá-lo no trono dos príncipes de teu povo”.’
Após ouvir tudo isso, o Santo Padre moveu-se e as fileiras da procissão começaram a engrossar. Quando, por fim, pôs os pés na Cidade Santa, começou a chorar pela desolação em que estavam os habitantes, muitos dos quais haviam morrido.
Retornando a São Pedro, cantou o Te Deum, e lhe respondeu um coro de Anjos cantando ‘Gloria in excelsis Deo et in terra pax hominibus bonae voluntatis’.
Concluído o cântico, cessou totalmente a escuridão e abriu-se um sol claríssimo.
As cidades, vilas e campos tinham sua população bastante diminuída. A terra estava pisada como se tivesse passado um furacão, um temporal, granizo, e as pessoas iam umas ao encontro das outras dizendo com a alma comovida: Est Deus in Israel (Há Deus em Israel).
Do início do exílio até o Te Deum, o sol levantou-se duzentas vezes. Todo o tempo que passou durante a realização desses fatos corresponde a quatrocentos amanheceres.
https://www.ofielcatolico.com.br/2008/09/sao-joao-bosco-ao-papa-pio-ix-um-papa.html
Depois é preciso saber interpretá-la, o que não é o meu caso…
Concordo com a sua humildade, Basto. Eu citei essa longa profecia para justificar meu ponto de vista, segundo o qual o Papa Francisco não iria renunciar. Mas isso é só uma humilde opinião minha. 😉
Não me parece que a notícia em questão diga exatamente que o Para irá renunciar…
No meu modo de entender, o texto fala de uma possível renuncia de Francisco. Veja!
“Sevastianov said Pope Francis would not resign until he pays a visit to Russia.
“He told me he would not resign until he visits Russia. The Pope expressed confidence that he would come to Russia and especially highlighted the country,” he added.”
Tradução
“Sevastianov disse que o Papa Francisco não renunciaria até que fizesse uma visita à Rússia.
“Disse-me que não renunciaria até que visitasse a Rússia. O Papa expressou confiança de que viria à Rússia e destacou especialmente o país”, acrescentou ele.”
Sim, Alex, eu percebi o texto que dá eco a essa possibilidade há bastante tempo adiantada por Francisco e muito veiculada pelos órgãos de comunicação social do mundo inteiro. Esta notícia apenas repete, mais uma vez, essa possibilidade eventual, não afirma que Francisco irá renunciar.
Entendi. Obrigado pela explicação.
As profecias de Garabandal também falam sobre isso.
Precisamente, daí o meu interesse em qualquer notícia sobre uma eventual viagem papal à Rússia. Seria o desplotar dos eventos anunciados em Garabandal.
Exatamente, Basto. Penso da mesma maneira.
Essa viagem seria um grande presságio de eventos inimagináveis para nós.
Olá Basto, Será que Francisco poderia viajar para Moscou com algum documento sobre a Sinodalidade em mãos ( de forma oportuna para agradar os ortodoxos russos), talvez a viagem traga o início do grande castigo por ir na contramão do que Deus deseja.
Ultimamente tenho tido muitas dúvidas sobre Garanbadal, mas tenho esperanças de que seja verdadeira a aparição, com essa possivel viagem papal a Rússia , proximidade do Sínodo e de uma possível escalada da guerra na Ucrânia.
Tudo é possível, Luan, talvez esse seja mesmo um dos grandes “erros da Rússia”…
Francisco tem feito um grande esforço para agradar às autoridades políticas e religiosas russas, por um lado, mantendo uma posição algo equidistante nas suas críticas à guerra e, por outro, tentando agradar à cismática Igreja Ortodoxa Russa. Entre outras coisas, lembremos, por exemplo, quando Francisco condenou a conversão de ortodoxos ao catolicismo – no ponto 25 – do documento conjunto da cimeira cubana. Isso foi uma verdadeira traição aos católicos de rito oriental, que são milhões na Ucrânia.
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2016/february/documents/papa-francesco_20160212_dichiarazione-comune-kirill.html#Declara%C3%A7%C3%A3o_comum
É também verdadeiramente escandaloso que, entre tantos consistórios e dezenas de novos cardeais criados, Francisco não tenha nomeado ainda nenhum cardeal da Igreja Greco-Católica Ucraniana, a maior igreja católica depois da Igreja Latina, que não tem qualquer representante no colégio cardinalício desde a morte do cardeal D. Lubomyr Husar.
Obrigado pela atualização. De fato, interessante!
Vejam o apelo do Papa Francisco sobre as guerras!