Em entrevista ao canal de televisão italiano TGcom24, o Cardeal Gerhard Müller rejeitou categoricamente a possibilidade de uma correção ao Papa no caso dos “dubia” colocados pelos quatro cardeais. O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé defendeu a exortação apostólica Amoris Laetitia, considerando os seus ensinamentos “muito claros”…
“Todos, sobretudo os cardeais da Igreja Romana, têm o direito de escrever uma carta ao Papa. No entanto, fiquei espantado por isso ter sido tornado público, quase obrigando o papa a dizer sim ou não.”
“Estamos muito longe de uma correção e eu digo que é prejudicial para a Igreja discutir essas coisas publicamente. A Amoris Laetitia é muito clara na sua doutrina e podemos interpretar (nela) toda a doutrina de Jesus sobre o casamento, toda a doutrina da Igreja em 2000 anos de história”.
“Não vejo nenhuma oposição.” “Por um lado temos a doutrina clara sobre o casamento, por outro lado a obrigação da Igreja de se preocupar com essas pessoas em dificuldade.”
(Cardeal Müller à TGcom24 a 8/01/2017 in Catholic News Agency)
Para o Cardeal, esta discussão nunca deveria ter sido tornada pública, porém esquece-se que os quatro cardeais tentaram tratá-la com o Papa em privado e foram ignorados. Vendo bem as coisas, talvez isso até nem fosse necessário se a Congregação para a Doutrina da Fé, que aliás é presidida por ele próprio, tivesse cumprido as funções para as quais foi mandatada.
A questão da conciliação da Sagrada Comunhão com o adultério, essa grande obsessão do Papa Francisco, está longe de poder considerar-se ultrapassada. Esperemos que este problema seja apenas um grande elefante na sala que brevemente deixará de ser ignorado por todos porque, se assim não for, então podemos estar a chegar àquela fase prevista por São Paulo para os últimos tempos (1Tm 4, 1-4).
Basto 1/2017
Trocou a verdade por um prato de lentilhas(vantagens) como Esaú, ou esta sob ameaça ?
Não sei mas, de uma forma ou de outra, o problema é mesmo muito sério. A Congregação para a Doutrina da Fé não é um dicastério qualquer… A notícia é verdadeiramente apocalítica, no sentido real e bíblico da palavra. Temos um Papa que promove incansavelmente um sacrilégio desta dimensão, perante o qual quase toda a gente fica feliz ou indiferente, e já nem sequer o (antigo) Santo Ofício pode proteger a integridade da doutrina e evitar a generalização desse mesmo sacrilégio de escala universal.
Ainda na semana passada, ficámos a saber, através do vaticanista Marco Tosatti, que o Papa Francisco terá dado ordens ao Cardeal Müller para remover três padres das suas funções na Congregação para a Doutrina da Fé. Esta informação foi entretanto confirmada por Maike Hickson no 1Peter5.
https://www.lifesitenews.com/news/francis-boots-three-priests-out-of-cdf.-why-i-am-the-pope-i-do-not-need-to
http://www.onepeterfive.com/pope-orders-cardinal-muller-to-dismiss-three-cdf-priests/
“CLIMA DE MEDO NO VATICANO É MUITO REAL”
Os jornalistas do Life Site News, depois de terem estabelecido contacto com diversas pessoas na última viagem a Roma, na segunda quinzena de novembro, descreveram “um clima de ansiedade generalizada e de verdadeiro medo” entre muitos dos exercem funções em várias agências e dicastérios da Igreja. Concretamente, medo de serem afastados dos seus cargos e empregos pelo Papa ou por aqueles que estão à sua volta. Sentem ainda receio e ansiedade pelos estragos que a Igreja tem sofrido e, perante os quais, se sentem incapazes de agir.
De acordo com a perceção dos jornalistas, que se deslocam, em média, duas vezes por ano a Roma, este foi o momento mais dramático dos últimos 10 anos por causa desse tal “clima de ansiedade e medo” nunca antes visto.
https://www.lifesitenews.com/blogs/climate-of-fear-in-the-vatican-is-very-real
Caro Basto,
Temos o exemplo, já tantas vezes citado, de São Paulo, admoestando publicamente(!) o primeiro Papa, São Pedro, justamente pelo perigo que o erro trazia para a fé dos crentes.
Sugiro estas citações magníficas [nesta página (http://sinaisdoreino.com.br/?cat=9&id=5617), que não conheço e, por isso, ao sugeri-la aqui, é apenas pelas citações] de São Tomás de Aquino e de Santo Agostinho a este propósito:
Referindo-se novamente à crítica pública de São Paulo em São Pedro, São Tomás escreve:
Um abraço,
Pedro
Obrigado Pedro, não pode ser de outra maneira. Ninguém está acima da Verdade de Cristo. Nesta questão concreta, o Papa Francisco expressou-se mal ou ensinou mal. Pessoalmente, não acredito que a Igreja tivesse andado enganada durante os 2000 anos anteriores ao pontificado de Francisco.
O Papa Francisco tem o dever de clarificar os crentes nesta confusão que ele próprio criou em torno da comunhão e do adultério. A sua função é a de confirmar os cristãos na Fé.
Só para recordar a todos aqueles que ainda optam por permanecer num clima de negação permanente relativamente ao entendimento da vontade do Papa Francisco na questão do acesso à Sagrada Comunhão por pessoas em situação de adultério, aqui se apresenta, mais uma vez, a resposta papal:
“Posso dizer que sim, ponto final.”
“Não há outras interpretações.”
E para quem duvidou da veracidade do documento ou do seu conteúdo, os meios de comunicação do Vaticano apressaram-se a confirmar essa informação, publicando-a em diversas línguas.
É escandaloso, é terrível, é verdadeiramente apocalítico, mas é verdade. Como se isso não bastasse, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé não vê, ou então faz de conta que não vê, e desta forma jamais poderá ajudar o Papa e a sua Igreja a permanecer no caminho da Verdade.
As orientações pastorais da exortação apostólica destinam-se a ser postas em prática e estão já, há meses, a ser implementadas, um pouco por todo o lado, de acordo com a interpretação que Francisco deseja que se lhes dê.
Tapar os olhos e os ouvidos perante a generalização deste sacrilégio é uma opção pessoal decorrente da liberdade de cada um.
Cardeal Burke em entrevista ao jornal italiano “La Verità”: «Nenhum ultimato ao Papa mas temos de avançar: a Fé está em perigo.»
“Quero dizer, certamente, é possível [que me retirem o título de cardeal]. Historicamente. Mas eu não penso nisso porque sei qual é o meu dever e não posso distrair-me com esse tipo de pensamentos, preocupar-me se vou ser de alguma forma perseguido por defender a verdade.”
“[…] o que temo é ter de comparecer diante de Nosso Senhor no Juízo Final e ter de lhe dizer: ‘Não, eu não Te defendi quando te atacaram, a verdade que ensinaste estava a ser traída’. E assim, eu simplesmente não penso nisso. ”
https://www.lifesitenews.com/news/cardinal-burke-maintains-unwavering-resolve-but-offers-no-timetable-for-for