ROMA, 7 de julho, 2017 (LifeSiteNews) – O cardeal Gerhard Müller, chefe da doutrina recentemente demitido do Vaticano, dirigiu uma dura crítica ao Papa Francisco.
Em entrevista ao jornal alemão Passauer Neue Presse, o Cardeal revelou detalhes da reunião em que conheceu a recusa do Papa em renovar o seu mandato de cinco anos como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF).
O costume nos últimos 50 anos tem sido o de renovar o mandato de Prefeito pelo menos até ele chegar à idade de aposentação.
O Papa Francisco, segundo o cardeal Müller, “comunicou a sua decisão” de não lhe renovar o mandato “em menos de um minuto”, no último dia de trabalho do seu mandato de cinco anos, e não lhe comunicou qualquer justificação.
“Este estilo [sic] não posso aceitar”, disse Müller. Ao lidar com os funcionários, “o ensino social da Igreja deve ser aplicado”, acrescentou.
Para o Cardeal Müller, a sua própria demissão é uma reminiscência da recente demissão de três importantes sacerdotes do seu escritório na CDF por ordem do Papa. Antes do Natal do ano passado, o cardeal Müller dirigiu-se ao Papa para discutir os despedimentos, pois, quando ouviu falar deles, ficou perplexo por os competentes padres terem sido demitidos sem explicação.
O famoso Vaticanista Marco Tosatti relatou a substituição dos três sacerdotes desta forma:
[Müller] disse: “Sua Santidade, recebi estas cartas (exigindo a demissão dos sacerdotes), mas não fiz nada porque essas pessoas estão entre os melhores do meu dicastério… o que fizeram eles?” A resposta foi a seguinte: “E eu sou o Papa, não preciso de dar justificações por nenhuma das minhas decisões. Eu decidi que eles têm que sair e eles têm que sair.” Levantou e esticou a mão para indicar que a audiência tinha terminado.
Apesar das suas críticas ao estilo do Papa, o cardeal Müller assumiu, no entanto, a sua lealdade ao Pontífice e espera continuar em Roma e talvez servir de ligação entre o Papa e os três restantes cardeais dos dubia.
A edição original deste texto foi publicada pelo LifeSiteNews a 7 de julho de 2017. Tradução: odogmadafe.wordpress.com
Nota da edição: o conteúdo do artigo acima é da inteira responsabilidade do seu autor, salvo algum eventual erro de tradução. Sempre que possível, deve ser lido na sua edição original.
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Basto 7/2017
Na sequência dos “desmentidos” surgidos a propósito da demissão do Cardeal Mueller, Marco Tosatti revela que a mentira é um dos instrumentos de trabalho da Santa Sé: http://www.marcotosatti.com/2017/07/19/ma-quante-belle-smentite-nel-mese-di-luglio-una-storia-esemplare-sempre-valida/
Outra das ferramentas de trabalho da cúria é também a chantagem. Este pormenor surge na versão americana do texto de Tosatti:
“One German Catholic has been threatened with a 100,000 Euro fine if he discloses, as he said he would, more information and sources about Cardinal Müller’s alleged conversations about his final meeting with the pope during his time in Mainz” https://onepeterfive.com/but-how-many-beautiful-denials-in-july/
É evidente em existe uma gigantesca máquina de comunicação a trabalhar, por isso é que temos de ler também, e agora mais do que nunca, as publicações não alinhadas.
Veja o desmentido do Cardeal Müller:
http://www.acidigital.com/noticias/cardeal-muller-desmente-boatos-e-afirma-que-o-papa-nao-o-tratou-mal-91466/
Dagoberto, este desmentido refere-se a um rumor não confirmado publicado pelo 1P5 relativo a cinco supostas questões… Eu costumo seguir o 1P5 de perto e vi esse artigo há dias mas desvalorizei-o porque não passava de um rumor não confirmado.
Já no caso da notícia que aqui republicámos, ela aparece reproduzida em muitos meios de comunicação social e não é mais do que a referência às palavras exatas do cardeal proferidas em alemão numa entrevista a um jornal germânico.
Cardeal Müller: Bento XVI ficou “desapontado” com o meu afastamento

http://catholicherald.co.uk/news/2017/07/19/cardinal-muller-benedict-xvi-was-disappointed-at-my-removal/