9 de Novembro, 2018 (LifeSiteNews) – A lei de Deus está acima de tudo, afirmou recentemente o cardeal D. Raymond Burke referindo-se ao escândalo testemunhado pelo arcebispo D. Carlo Maria Viganò relativo ao modo incorreto como a Igreja, incluindo o Papa Francisco, tratou o problema dos abusos sexuais do clero. Foi por isso que o ex-núncio papal nos EUA foi obrigado a revelar o que sabia, disse o cardeal.
“Os males que ele denunciou são de natureza muitíssimo grave”, disse o Cardeal Burke, e se for verdade, então “ele estava obrigado em consciência” a divulgar a informação como fez.
“A lei de Deus nestes assuntos está acima, por exemplo, do segredo pontifício”, explicou Burke.
O testemunho de Viganò que implica o Papa Francisco e outros altos prelados no encobrimento do arcebispo D. Theodore McCarrick abanou a Igreja na sua crise de abusos, colocando em primeiro plano o problema do clero homossexual. O seu testemunho mostrou ainda que os abusos sexuais não ocorrerem apenas sobre menores, como muitos supõem, e que o encobrimento generalizado da hierarquia fomentou os abusos.
Por causa do seu testemunho, Viganò recebeu críticas de algumas pessoas próximas do Papa, em parte sob o pretexto de Viganò ter violado o código de confidencialidade aplicável a assuntos importantes da Igreja.
Alguns tentaram desacreditar as alegações de Viganò e também afirmar que o ex-núncio apostólico nos EUA tinha razões pessoais para publicar as acusações contra o Papa, tais como, alegadamente, o facto de este não o ter criado cardeal.
Burke, numa entrevista ao The Wanderer, por ocasião do encerramento do Sínodo dos Jovens, garantiu a credibilidade do conteúdo do testemunho de Viganò e do motivo que o levara a divulgá-lo.
“Devemos levar muito a sério tudo o que ele disse”, afirmou o Cardeal Burke, uma vez que Viganò afirmou que tem provas que sustentam as suas acusações. “Fazer o contrário é ser negligente.”
“Eu não penso que exista alguma dúvida” de que o arcebispo fez isso pelo bem da Igreja, acrescentou.
O cardeal descreveu Viganò como “uma pessoa da maior integridade” e observou que vários bispos dos EUA emitiram declarações de apoio Viganò.
Burke disse ainda que os ataques ad hominem contra Viganò são “completamente inapropriados”.
O cardeal, ele próprio um homem que recebeu críticas por defender a Igreja e os seus ensinamentos, já tinha apelado anteriormente para que as acusações do testemunho de Viganò fossem levadas a sério e completamente investigadas.
“As declarações feitas por um prelado com a autoridade do arcebispo Carlo Maria Viganò devem ser levadas totalmente a sério pelos responsáveis na Igreja”, afirmou o cardeal. “Cada declaração deve ser sujeita a investigação, de acordo com confiável direito processual da Igreja.”
“Uma vez confirmada a veracidade de cada declaração, de seguida, deverã ser aplicadas as sanções adequadas, tanto para curar as horríveis feridas infligidas na Igreja e nos seus membros como para a reparação do grave escândalo causado”, explicou Burke.
Burke tocou numa série de outros tópicos durante a sua entrevista ao The Wanderer, incluindo os dubia, que já têm dois anos de idade e foram apresentados por ele e mais três cardeais (dois dos quais já faleceram) para solicitar esclarecimentos ao Papa sobre ambiguidades contidas no seu controverso documento Amoris Laetitia.
Burke confessou que não tinha esperança que o Papa venha a responder aos cinco dubia, ou dúvidas, sobre a sua exortação papal. No entanto, isso não as muda nem os refuta, acrescentou o cardeal.
“Neste ponto, é altamente improvável que ele venha a responder”, disse o cardeal, ainda que “os fiéis mereçam uma resposta a estas importantes questões.”
A falta de uma resposta papal “não muda o facto de serem verdadeiros dubia” que dizem respeito à “salvação das almas”, afirmou Burke acrescentando: “Os dubia permanecem.”
A edição original deste texto foi publicada pelo LifeSiteNews a 9 de novembro de 2018. Tradução: odogmadafe.wordpress.com
Nota da edição: o conteúdo do texto acima é da inteira responsabilidade do seu autor, salvo algum eventual erro de tradução. A presente edição destina-se exclusivamente à sua divulgação, sempre que possível deve ser lido na sua edição original.
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Basto 11/2018
Ainda não entendi bem o que é o” segredo pontifício “, mas tenho entendido que, em questões fundamentais para a nossa Fé, só tem prejudicado… O segredo de Fátima, ainda hoje, não temos certezas de nada; a promiscuidade na Igreja, totalmente e intencionalmente, encoberta… com a agravante de serem crucificados os Verdadeiros; os escândalos de CORRUPÇÃO e outras coisas de que, até, tenho medo de falar….
Será que Deus apoia semelhante subterfúgio? Não sou a favor da devassa, da falta de Caridade, quando um irmão cai inadvertidamente, do escândalo pelo escândalo, mas CHEGA DE OMISSÃO! Quem não deve não teme! Onde está a Verdade e a Verticalidade que Jesus tanto nos EXIGE? A ÉTICA só está dum lado? Porque será que Jesus tanto “ODEIA” a mentira e denuncia os hipócritas, sepulcros caiados, usurários…. todos os que têm vida dupla, mas que gostam de passar por santos e ainda colocam fardos pesados aos outros?! Jesus não falta à Misericórdia, quando denuncia; Ele conhece os seus corações!
Acho muito bem que se denuncie e desfaça esse ANTRO DE VENENO ! Estou com o Cardeal Burke e que Deus continue a dar Força e Coragem a todos os que lutam pela VERDADE!
“Amar a Deus sobre todas as coisas”, também passa por não compactuar, com os Seus maiores inimigos: aqueles que O usam apenas, para seu próprio proveito, escandalizando e subvertendo toda a SUA DOUTRINA!
Talvez, tenha chegado a hora, de que tudo aquilo que foi feito às escondidas, seja definitivamente, posto às claras; não nos adverte Jesus disso?!
Compreendo que algumas matérias sensíveis não devam ser tratadas no domínio público, embora eu teria dificuldade em classificar quais se incluem nesta categoria. Mas neste caso, e admitindo que o Mons. Viganò esteja certo no seu testemunho, mais aquilo que vemos todos os dias na imprensa, penso que o ex-núncio estava moralmente obrigado a fazer qualquer coisa como isto.
Também sinto o mesmo, pois, como infelizmente se constatou, o resultado de tanto encobrimento, é o que todos sabemos….
Se tivesse havido verdadeiro empenho e vontade de mudar, nunca se teria chegado ao ponto que se chegou. Houve sim, uma prepotência hipócrita, usada para manter aparências e silenciar as vítimas e os opositores, mesmo os bem intencionados! Alguma vez, Jesus Cabeça da Igreja, A abandonaria, se tivesse havido recta intenção, na resolução do problema? Há quantos anos, dura todo este lamaçal?!
Quando falo em Caridade Fraterna é sempre na linha da segunda oportunidade a que todos temos direito, mas com o devido acompanhamento e exigência própria; nunca o faz de conta ou a omissão!
“Para grandes males, grandes remédios”; esses senhores, pura e simplesmente, deveriam ter sido afastados e entregues à Justiça, e não colocados em RESORTS de luxo, a fazer penitência(?) e oração! Eles têm uma responsabilidade acrescida!
Defendo que a “roupa suja” se lave em casa , mas somente, enquanto houver vontade e esforço, para que as coisas sejam mudadas!
Jesus sempre pregou a transparência em tudo; quem são “os homens”, para O contrariar, com leis omissas, autoritárias e tendenciosas?