Papa Francisco promulga orientações dos bispos de Buenos Aires que oficializam a abertura da Sagrada Comunhão aos divorciados recasados

EXCLUSIVO: Missa solene na Argentina para dar a comunhão a casais adúlterosin Adelante La Fé, 13/06/2017

 

A Santa Sé publicou oficialmente no boletim Acta Apostolicae Sedis a carta dos bispos de Buenos Aires com os critérios – aprovados e elogiados pelo Papa Francisco – que abrem a Sagrada Comunhão aos divorciados civilmente recasados. Com esta publicação, o Papa Francisco eleva à categoria de magistério um documento herético que anula o constante ensinamento da Igreja, em particular o que fora anteriormente aprofundado pelos Papas João Paulo II e Bento XVI.

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Acta Apostolicae Sedis Commentarium Official (10/2016) in Vatican.va

 

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Acta Apostolicae Sedis Commentarium Official (10/2016) in Vatican.va, p. 1072

 

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Acta Apostolicae Sedis Commentarium Official (10/2016) in Vatican.va, p. 1073

 

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Acta Apostolicae Sedis Commentarium Official (10/2016) in Vatican.va, p. 1074

Para além de radicalmente novo e herético, agora é oficial! Terá andado a Igreja Católica equivocada durante 2000 anos até à eleição do Papa Francisco I? Seriam São João Paulo II e Bento XVI tão pouco misericordiosos como nos querem fazer crer?

Por mais esforços intelectuais que façam para tentar conciliar este novo ensinamento com a doutrina constante da Igreja Católica, não o conseguem porque não estamos perante uma abordagem pastoral ligeiramente diferente, como nos dizem. Isto é algo completamente novo, contraditório e escandaloso que anula o ensinamento anterior.

Devemos agora esperar por um novo conclave – como ironiza o nosso vizinho Joãopara conhecer as próximas tendências do magistério da Igreja?

 

Basto 12/2017

Sítio oficial do Vaticano publica carta de Francisco aos bispos de Buenos Aires

Como reparou a publicação espanhola InfoCatólica, o sítio oficial da Santa Sé passou a disponibilizar online, a partir deste mês de agosto, a carta através da qual o Papa Francisco I autorizou explicitamente os bispos de Buenos Aires a abrir a Sagrada Comunhão a adúlteros não arrependidos da Argentina. Deste forma, e tal como acontece com outros documentos papais, as indicações dadas pelo Santo Padre nesta carta, que já era oficial, veem o seu âmbito alargado à escala universal.

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in Sítio oficial do Vaticano, agosto de 2017

Neste momento, são já poucas as pessoas que ainda não ultrapassaram completamente a fase de negação da realidade, ao mesmo tempo que aumenta gradualmente o grupo dos aderiram à nova doutrina. Mas como um dia haveremos de prestar contas diante de Deus, não só pelos nossos atos mas também pelo nosso silêncio, convém lembrar que, nessa carta, o Santo Padre disse claramente aos bispos da Argentina que “não há outras interpretações” possíveis do “Capítulo VIII da Amoris Laetitia, elogiando a sua proposta pastoral que prevê a abertura da Sagrada Comunhão a pessoas decididas a permanecer em situação de adultério.

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in Sítio oficial do Vaticano, agosto de 2017

Deste modo, a aprovação e o apreço manifestados pelo Papa são, mais uma vez, divulgados para todo o mundo e de modo oficial. É uma resposta clara, embora enviesada, aos famosos dubia. Algo que já tinha sido feito no ano passado, ainda que de forma não tão oficial, através do L’Osservatore Romano e da Radio Vaticano.

Nessa altura, a maior parte da Igreja Católica não viu ou não quis ver.

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in Sítio oficial do Vaticano, agosto de 2017

Um ano depois, a opção por não ver continua naturalmente ao dispor de cada um, dentro da liberdade que Deus nos deu.

Basto 8/2017

Os documentos são autênticos!

Os escandalosos documentos publicados nos últimos dias, relativos à correspondência entre os bispos argentinos e o Papa Francisco, são autênticos e ganharam agora uma dimensão global, uma vez que foram ontem divulgados, em várias línguas, pelos órgãos de comunicação social oficiais do Vaticano.

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Correspondência trocada entre os bispos de Buenos Aires e o Papa Francisco

 

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Correspondência trocada entre os bispos de Buenos Aires e o Papa Francisco

Portanto, não vale a pena perder mais tempo e paciência na elaboração de outras interpretações do polémico capítulo VIII da Amoris Laetitia. Sagrada Comunhão para adúlteros não arrependidos? Sim, o Papa recomenda!

Na Rádio Vaticano:

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Cidade do Vaticano (RV) – É a caridade pastoral que impele a “sair para encontrar os afastados e, uma vez encontrados, a iniciar um caminho de acolhida, acompanhamento, discernimento e integração na comunidade eclesial”. Esta é a premissa básica em torno da qual gira o conteúdo  da carta enviada pelo Papa Francisco aos bispos da região pastoral de Buenos Aires, em resposta ao documento “Critérios fundamentais para a aplicação do Capítulo VIII da Amoris laetitia”, reporta o L’Osservatore Romano.

Exprimindo seu apreço pelo texto elaborado pelos prelados, o Pontífice sublinhou na mensagem enviada a Dom Sergio Alfredo Fenoy,  como este manifesta na sua plenitude o sentido do Capítulo VIII da Exortação Apostólica – o que trata de “acompanhar, discernir e integrar a fragilidade” – esclarecendo que “não existem outras interpretações”. O documento dos bispos – assegurou o Pontífice – “fará muito bem”, sobretudo para aquela “caridade pastoral” que o permeia inteiramente.

(in Rádio Vaticano, 13/09/2016)

No L’Osservatore Romano e na Rede Oficial do Vaticano:

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Neste momento, desapareceu aquela voluntariosa margem de dúvidas hermenêuticas da Amoris Laetitia. Apesar de toda a sua ambiguidade literária, a exortação apostólica propõe de facto que as pessoas em situação de adultério público e permanente tenham acesso à Sagrada Comunhão. Isto representa uma rutura estrondosa e sem precedentes no edifício doutrinal da Igreja Católica cujas consequências serão agora inimagináveis.

A comunhão de adúlteros, ou seja divorciados “recasados”, é, desde o início do seu pontificado, a grande causa do Papa Francisco, que a defendeu de uma forma acanhada e dissimulada mas persistente. Aliás, assumiu-a publicamente na sua primeiríssima oração do Angelus, em Roma. Na prossecução desta sua grande causa, colocou clérigos heréticos em lugares de destaque, afastou outros que defendiam a Verdade Cristã e convocou um controverso sínodo. Não conseguindo obter o apoio dos padres sinodais, elaborou uma exortação apostólica longa e confusa, cuja interpretação, sabemos agora, é oposta à maioria das opiniões dos padres sinodais e contrária à Verdade Cristã.

Perante a falta de coragem para assumir de forma clara este ataque direto e incisivo do Santo Padre a um dos principais pilares da Santa Igreja Católica, nomeadamente, a Verdade cristã sobre a família e o matrimónio, o Vaticano escolheu este estratagema subtil e diabólico para, no 99º aniversário da 5ª aparição de Fátima, promover um sacrilégio à escala global.

Depois disto e de todos os outros escândalos recentes que atingiram a Igreja Católica, dá vontade de perguntar se, a poucos meses da celebração do centenário das aparições de Fátima, alguém ainda tem dúvidas sobre qual seria o núcleo central do Segredo de Fátima?

O Meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.

(Palavras de Nossa Senhora a Lúcia dos Santos, vidente de Fátima)

Talvez Roma não seja o lugar mais indicado para procurar abrigo espiritual durante a presente tempestade… Apertemos o cinto de segurança porque nos aproximamos rapidamente do centro do ‘furacão’ anunciado em 1917.

Atenção irmãos, eles até podem abrir as portas do Inferno, se Deus o permitir, mas não obrigam ninguém a entrar.

Basto 9/2016

Francisco: “Não há outras interpretações.”

Mas o que diz afinal a exortação apostólica Amoris Laetitia?

A questão da admissão de divorciados “recasados” à Sagrada Comunhão é um dos principais temas que caracterizam o pontificado de Francisco. Foi ele quem o colocou em lugar de destaque na agenda da Igreja, no entanto, se alguém o questiona diretamente sobre o assunto, ele evita responder de forma clara e objetiva.

Sagrada Comunhão a adúlteros, sim ou não Santo Padre?

Não dá para entender. Conhecemos a posição clara e categórica de Cristo e da sua Igreja face a este tema, mas não podemos dizer o mesmo em relação ao Papa, o que não deixa de ser completamente absurdo!

Na atual situação de limbo hermenêutico criada pelo Papa Francisco, alguns continuam a esforçar-se por tentar interpretar a exortação apostólica Amoris Laetitia à luz do tradicional magistério da Igreja – por vezes parecendo até que contradizem o próprio Papa – enquanto outros, apoiados numa interpretação completamente avessa à doutrina cristã, precipitam-se numa “pastoral” verdadeiramente diabólica.

Para não incorrem no risco de uma má interpretação, os bispos da Região Pastoral de Buenos Aires, que se preparavam para dar instruções aos seus sacerdotes no sentido de admitirem pessoas em situação de adultério à Sagrada Comunhão, pediram o parecer ao Santo Padre. Estaria eles a interpretar corretamente o polémico capítulo oitavo?

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Critérios Básicos para a Aplicação do Capítulo VIII da Amoris Laetitia – Página 1

 

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Critérios Básicos para a Aplicação do Capítulo VIII da Amoris Laetitia – Página 2

Resposta papal: “Não há outras interpretações.”

Bem, afinal parece que sim, os bispos interpretaram corretamente as intenções da exortação papal. Os adúlteros deverão mesmo ser admitidos à Sagrada Comunhão sem terem necessidade de corrigir a situação de pecado grave em que se encontram. Bastará que se sujeitem a um processo de “acompanhamento” e “discernimento”, no final do qual permanecerão na mesma situação de adultério inicial…

Qualquer outra interpretação da exortação apostólica que não preveja essa hipótese sacrílega está portanto, à partida, excluída, de acordo com o próprio Santo Padre.

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Carta do Papa Francisco aos bispos da RPBA – Página 1

 

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Carta do Papa Francisco aos bispos da RPBA – Página 2

A documentação acima evidenciada, aparentemente oficial, foi originalmente publicada pela Infocatólica e entretanto retirada, apresentando-se assinada e datada. A confirmar-se a autenticidade dos documentos, configura-se um facto grave de mais para ser ignorado pela Igreja. Um acontecimento inédito na história do Papado e da Igreja cujos contornos são de natureza apocalítica.

O Papa Francisco deve esclarecer imediatamente, de forma clara e objetiva, o caso do alegado aval concedido aos bispos argentinos, do mesmo modo, deve esclarecer, de uma vez por todas, o que pretende de facto com a Amoris Laetitia. Neste caso não basta um daqueles risíveis desmentidos lombardianos. A própria Congregação para a Doutrina da Fé tem de tomar uma atitude firme na resolução desta ambivalência doutrinal que está a dilacerar a Igreja.

O adultério é um pecado grave que leva à condenação eterna. Ninguém deve receber a Sagrada Comunhão em situação de pecado mortal, sob pena de estar a receber a sua própria condenação. Não será essa nova “pastoral” um passaporte para o Inferno?

Basto 9/2016

A Alegria do Amor a bordo do avião papal

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Irmãos Wright, 1903

Como o tema da abertura da sagrada comunhão eucarística a pessoas em situação de adultério está ainda longe de ser encerrado, os fieis continuam a levantar questões ao Santo Padre. Desta vez, foi a bordo do avião papal, na viagem de regresso de Lesbos, que Sua Santidade foi abordada por um jornalista.

Frank Rocca (jornalista do Wall Street Journal): Gostaria de fazer uma pergunta sobre a exortaçãoAmoris Laetitia”. Como sabe, tem havido muitas discussões sobre um dos pontos: alguns argumentam que nada mudou para o acesso aos sacramentos aos divorciados novamente casados, outros argumentam que muita coisa mudou e que há tantas novas aberturas. Existem novas possibilidades concretas ou não?

Papa Francisco: Posso dizer que sim. Mas seria uma resposta muito curta. Eu recomendo a leitura da apresentação do documento feita pelo Cardeal Schonborn, um grande teólogo que trabalhou na Congregação para a Doutrina da Fé.

(Entrevista a bordo do Avião, dia 16 de abril de 2016)

O autor da notícia da Agência Ecclesia a respeito desta questão até é mais preciso, ao referir que a resposta do Papa foi: “Posso dizer que sim, ponto final.”, traduzido de “punto” (minuto 21′:42″).

Sua Santidade, admitindo que o “sim” era “uma resposta muito curta”, pelo que nos remeteu para as explicações do Cardeal Schonborn, o conhecido defensor da admissão de divorciados “recasados” à Sagrada Comunhão, ou o mesmo que defende que a Igreja deve valorizar os “elementos positivos” das “uniões homossexuais”.

Valha-nos Deus!

 

Basto 4/2016

A Alegria do Amor em Roma


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Caravaggio, 1607

A partir de Roma, já se publicita abertamente a comunhão aos divorciados “recasados”

Um pouco por todo mundo, os católicos ainda tentam interpretar as ambíguas palavras da exortação apostólica, Amoris Laetitia, mas a partir de Roma, já se publicita abertamente a comunhão aos divorciados “recasados”. Enquanto isso acontece, a maior parte dos católicos continuam a fazer como a Salomé, virando a cara para o lado…

O Pe. Spadaro, diretor da La Civiltà Cattolica, publicação jesuíta aprovada pela Santa Sé, explica claramente, na última edição desta revista, as inovações doutrinais/pastorais previstas na exortação apostólica “A Alegria do Amor”. Para comprovar que não se trata de um mal-entendido, ou de um abuso editorial do Pe. Spadaro, as suas explicações são posteriormente reproduzidas, também pela Radio Vaticano, em diversas línguas.

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Rádio Vaticano, 12/04/2016

ENTREVISTADOR: Isto não significa que exista uma verdade, mas depois, na prática se pode fazer rasgos na regra?

SPADARO: “Uma vez o Papa disse, escandalizando um pouco, que a verdade é relativa. O que ele quis dizer? Não que a verdade não seja absoluta, mas que é relativa às pessoas, ou seja, se não existe o ser humano, a verdade evangélica permanece sozinha, isolada, inútil. Portanto, o discernimento consiste em compreender, como a verdade evangélica se encarna concretamente na minha existência, na minha pessoa”.

ENTREVISTADOR: Sobre a situação das famílias feridas, aquelas situações consideradas “irregulares”, como diz o Papa Francisco, o documento sublinha a importância de não colocar limites à integração….

SPADARO: “O Papa sempre insistiu sobre a necessidade de integrar também aqueles que não estão em grau de viver na plenitude da vida cristã. E a Igreja mãe, a Igreja misericordiosa, é exatamente isto: uma Igreja que acolhe os seus filhos. Isto significa que uma norma canónica não pode ser aplicada sempre, contudo, em todos os casos, em qualquer situação, precisamente porque existe a consciência. Portanto, às vezes se está em uma situação de pecado objetivo – diríamos – onde, porém, não existe uma consciência objetiva. Assim, um juízo objetivo sobre uma situação subjetiva, não implica um juízo sobre a consciência da pessoa envolvida. Esta é uma passagem muito importante porque salienta a consciência e porque não coloca mais um limite à integração, nem mesmo à sacramental”.

(in Radio Vaticano, 12/04/2016)

Ou seja, a Verdade é relativa. Existe uma Verdade, que nos foi revelada através da Sagrada Escritura e da Tradição, mas o mais importante é mesmo a consciência individual… O que cada um pensa ou deixa de pensar, num determinado momento da sua vida, sobrepõe-se à Verdade de Deus.

É caso para dizer que alguém perdeu a cabeça…

Basto 4/2016