Durante o passado fim-de-semana decorreram as XXVIII Jornadas Nacionais de Pastoral Familiar, nas instalações do Seminário do Verbo Divino, em Fátima. Os órgãos de comunicação social reportam uma participação recorde e fazem perceber uma grande abertura dos participantes face às inovações doutrinais introduzidas pelo Papa Francisco através da exortação apostólica Amoris Laetitia.

Uma abertura doutrinal (ou pastoral) que é visível nos leigos:
Embora para alguns a ideia de integração seja difícil, há já exemplos positivos. É o caso de Alexandra Silva. Casada durante 13 anos, divorciou-se e, há cerca de três anos, apostou num segundo casamento. Para esta ex-catequista, o acompanhamento que o pároco lhe proporcionou foi determinante para que continuasse ligada à Igreja. Convidada a dar o seu testemunho nas jornadas da pastoral familiar, Alexandra Silva contou à Renascença que nunca teve “essa sensação do apontar o dedo, das pessoas me olharem, de comentarem”. Porque os divorciados não podiam, na altura, comungar, a jovem deixou de o fazer por uma questão de respeito. No entanto, retomou e atualmente, com o marido Manuel Alves, “colocamo-nos na fila e vamos, nunca nos foi recusado”. Para essa mudança de atitude foi determinante “o apoio que o pároco nos tem dado”. Atualmente faz parte da equipa da pastoral da saúde e do grupo de Casais, da paróquia de Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia.
(in Rádio Renascença, 23/10/2016)
Mas também nos clérigos presentes, como o cónego Arnaldo Pinto, um dos oradores convidados:

Um exemplo da integração que o Papa Francisco preconiza na exortação “A Alegria do Amor”. Um documento que manifesta um progresso doutrinal ao abrir a possibilidade aos recasados de participarem nos sacramentos, salienta o cónego Arnaldo de Pinho. O diretor do Centro de Estudos do Pensamento Português, da Universidade Católica, diz que se trata de uma exortação sinodal “que não põe limites à integração, por exemplo, no acesso aos sacramentos, ao passo que a Familiaris Consortio taxativamente dizia que não podiam ser integradas na comunhão”. Para Arnaldo de Pinho, “em linguagem técnica, é um progresso doutrinal”.
(in Rádio Renascença, 23/10/2016)
No mesmo sentido, o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto voltou a falar da “necessidade de conversão”:
Outro aspecto que o Papa salienta na encíclica é, acrescenta o bispo, “acolher, acompanhar, discernir e integrar” o que “exige um novo modo de ser Igreja e um novo modo de ser pastor”. Um pastor que “acolhe a todos, que não deixa as pessoas sós”, uma Igreja “do discernimento, que responsabiliza as pessoas num caminho de discernimento de consciência, de discernimento espiritual e pastoral”.
[…]
É uma mudança de mentalidades que leva tempo, admitiu D. António Marto, e que vai ser alvo de reflexão na próxima assembleia plenária dos bispos a realizar em Novembro.
Trinta e quatro anos depois de terem gritado “vivas” ao Papa João Paulo II, no Santuário da Imaculada Conceição do Sameiro, quando este pregou a Verdade sobre o matrimónio e a família, parece que agora os portugueses preparam-se para aplaudir uma nova doutrina diametralmente contraditória, por ocasião do centenário das aparições de Fátima.

Nossa Senhora de Fátima, salvai-nos e salvai Portugal nesta hora difícil!
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Basto 10/2016