“No Gólgota, Maria depara-Se com o desmentido total daquela promessa: o seu Filho agoniza numa cruz como um malfeitor. Deste modo o triunfalismo, destruído pela humilhação de Jesus, foi igualmente destruído no coração da Mãe; ambos souberam calar.”
(Francisco I, Papa reinante da Santa Igreja Católica Apostólica Romana desde o dia 13 de março de 2013)
O Santo Padre encarregou-a de escrever as meditações para as 14 estações do tradicional Via Crucis da Sexta-feira Santa que ele mesmo irá presidir no Coliseu de Roma.
O Santo Padre mostra a “história do fracasso de Deus” no Uganda, em 2015 – Rome Reports
Esta é uma daquelas curtas-metragens que marcam o pontificado de Francisco. Deve ser vista várias vezes, em ecrã maximizado e com bom som, mas não é recomendável para pessoas sensíveis.
Da nossa parte, continuaremos a entender a Via Sacra como a história do triunfo de Deus, da vitória de Jesus Cristo sobre o mal, sobre o pecado, sobre Satanás que O tentou até ao último momento na cruz. Foi Satanás quem fracassou!
O que nos dá esperança é sobretudo a certeza da Sua ressurreição no terceiro dia depois de ter sido sepultado.
Hoje é Sexta-feira Santa. Nós, os cristãos, celebramos a Paixão do Senhor. Em todo o mundo, os Católicos meditam nos principais momentos do sofrimento de Cristo por amor à humanidade. Deus entregou o seu próprio filho para nos salvar. Com este sacrifício, Ele venceu o Diabo que O tentou até ao último momento na cruz.
A Paixão de Cristo é a história do Triunfo de Deus sobre o diabo, sobre a tentação, sobre o pecado e sobre a morte. Unidos a Ele, os cristãos celebram essa vitória em comunhão com Ele. Deste modo, a Paixão de Cristo é, não só, a história do Triunfo de Deus, como também a história do Triunfo da Sua Igreja ao longo dos séculos.
A Paixão do Senhor resume-se nas 14 estações da Via Sacra, o Via Crucis.
“Les voy a contar una confidencia. Yo en el bolsillo llevo siempre dos cosas: un Rosario para rezar y una cosa que parece extraña, que es esto, y esto es la historia del fracaso de Dios, es un Vía Crucis, un pequeño Vía Crucis. Es cómo Jesús fue sufriendo desde que [1.ª Estação] lo condenaron a muerte hasta que [14.ª Estação] fue sepultado. Con estas dos cosas, me arreglo como puedo, pero gracias a estas dos cosas, no pierdo la esperanza”.
É difícil dizer o que perturba mais no vídeo acima, se é a afirmação em si, ou se é a expressão facial e a ênfase evidenciadas pelo Santo Padre quando afirma e aponta para aquelas “duas” estações do seu pequeno Via Crucis. Não menos perturbante, é a reação do público, que aplaude e rejubila de alegria naquele momento. Não seria de esperar um silêncio ensurdecedor perante tal exotismo teológico e doutrinal? Ou, pelo menos, um pouco de admiração, de surpresa? Não sei. Se calhar é tudo fruto do cansaço, ou do calor africano, dos mosquitos, qualquer coisa…
Felizmente para nós, que falamos português, entendemos e continuaremos a entender a Via Sacra como a história do Triunfo de Deus. Por isso mesmo, é muito frequente, nos países de Língua Portuguesa, cantar-se “Vitória” no final da celebração da Via Sacra.