Noite de Paz

Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens por Ele amados.

Neste Natal, unimos as nossas orações às do povo ucraniano, atual vítima da vil e injusta agressão russa. Que o Menino Jesus traga a paz ao mundo e, através do Imaculado Coração da Virgem Maria, liberte a Ucrânia dos seus opressores.

Shchedryk (canção de Natal de origem ucraniana), há nove anos, na Praça Euromaidan em Kiev, Ucrânia.

Fez-se homem para salvar os homens dos seus pecados

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Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco. (Mt 1, 22-23)

Um Santo e Feliz Natal para todos os que por aqui passam.

Basto 12/2019

Francisco no Natal: A salvação vem através do amor e do respeito pela humanidade?

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Por Christopher A. Ferrara

Na sua Mensagem de Natal “Urbi et Orbi”, o Papa Francisco propõe uma concepção da Encarnação que reduz Cristo a um mero facilitador passivo de uma fraternidade humanista entre homens de qualquer crença ou persuasão, incluindo aqueles que rejeitam o Seu Evangelho e a Sua Igreja. As palavras proferidas por Francisco não deixam dúvidas a este respeito:

E que nos diz aquele Menino, nascido, para nós, da Virgem Maria? Qual é a mensagem universal do Natal? Diz-nos que Deus é um Pai bom, e nós somos todos irmãos.

Esta verdade está na base da visão cristã da humanidade. Sem a fraternidade que Jesus Cristo nos concedeu, os nossos esforços por um mundo mais justo ficam sem fôlego, e mesmo os melhores projetos correm o risco de se tornar estruturas sem alma.

Por isso, as minhas boas-festas natalícias são votos de fraternidade.

Fraternidade entre pessoas de todas as nações e culturas.

Fraternidade entre pessoas de ideias diferentes, mas capazes de se respeitar e ouvir umas às outras.

Fraternidade entre pessoas de distintas religiões. Jesus veio revelar o rosto de Deus a todos aqueles que o procuram.

E o rosto de Deus manifestou-se num rosto humano concreto. Apareceu, não sob a forma dum anjo, mas dum homem, nascido num tempo e lugar concretos. E assim, com a sua encarnação, o Filho de Deus indica-nos que a salvação passa através do amor, da hospitalidade, do respeito por esta nossa pobre humanidade que todos compartilhamos numa grande variedade de etnias, línguas, culturas… mas todos irmãos em humanidade!

Então, as nossas diferenças não constituem um dano nem um perigo; são uma riqueza. Como no caso dum artista que queira fazer um mosaico: é melhor ter à sua disposição ladrilhos de muitas cores, que de poucas.

Resumindo esta espantosa mensagem: de acordo com Francisco, Cristo “concedeu” a fraternidade a todos os homens indiferentemente, sem ter em conta as suas “ideias diferentes” e “distintas religiões”, e a salvação vem, não da conversão a Ele, da aceitação da verdade do Seu Evangelho e da autoridade da Igreja que Ele fundou como Arca da Salvação, mas sim “através do amor, da hospitalidade, do respeito por esta nossa pobre humanidade que todos compartilhamos”.

Note-se bem: a salvação, segundo Francisco, vem através do amor, da hospitalidade, do respeito pela humanidade, e não por amor, aceitação e respeito a Cristo e obediência à Lei de seu Evangelho.

Pior ainda, de acordo com Francisco, as diferenças entre os homens – ou seja, as suas diferenças em relação à verdade revelada pelo Verbo Encarnado – “não constituem um dano nem um perigo; são uma riqueza”, são parte de um maravilhoso “mosaico” feito de “ladrilhos de muitas cores…” Isto não é mais do que uma ressonância do mantra liberal que diz que “a diversidade é a nossa força”. Mas não há força numa “diversidade” de ideias relativamente ao que é certo e errado, ou no que concerne aos deveres para com Deus. Pelo contrário, apenas há conflito e caos, assim como risco de perdição de almas.

Como diz a Bíblia num versículo que o Pe. Gruner citava frequentemente a propósito da crise civilizacional e eclesiástica mencionada por Nossa Senhora de Fátima: “O meu povo perde-se por falta de conhecimento; porque rejeitaste a instrução, excluir-te-ei do meu sacerdócio. Já que esqueceste a Lei do teu Deus, também Eu me esquecerei dos teus filhos.” (Os 4:6)

Em nenhuma parte da mensagem de Francisco à Igreja e ao mundo pelo Natal existe qualquer referência, ainda que disfarçada, às palavras do próprio Cristo à Igreja que Ele fundou: “«Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado será salvo; mas, quem não acreditar será condenado.” (Mc 16:15-16) O mandato divino desapareceu sem deixar rasto e o que temos agora é precisamente a falsificação humanista da fraternidade dos homens promovida pelo movimento francês Sillon, outrora condenado pelo Papa São Pio X como falsa fraternidade “que não será nem católica, nem protestante, nem judia”. Será uma religião… mais universal do que a Igreja Católica, que une todos os homens para se tornarem finalmente irmãos e camaradas no «Reino de Deus»”.

Os organizadores do movimento Sillon vangloriavam-se deste modo: “Nós não trabalhamos para a Igreja, nós trabalhamos para a humanidade” – como se trabalhar para a humanidade não exigisse precisamente trabalhar para a Igreja como meio para o florescimento humano neste mundo e para a salvação eterna no próximo. Tal pensamento, advertiu São Pio X, é apenas “um miserável afluente do grande movimento de apostasia que está a ser organizado em todos os países com vista ao estabelecimento de uma Igreja Mundial Única que não terá dogmas, nem hierarquia, nem disciplina para a mente, nem restrição para as paixões…”. Uma “igreja” na qual as diferenças entre os homens, significando diferenças entre verdade e erro, são celebradas como “uma riqueza”, em vez de motivo de lamento, como um mal a ser vencido pela graça de Deus e pela unidade de um só Senhor, uma só Fé, um só Batismo para a remissão dos pecados. E um evangelho que, para citar Pio X, não apresenta o Cristo Rei, mas “um Cristo diminuído e distorcido”, que apenas preside a uma fraternidade panreligiosa na qual a verdade já não importa para a salvação.

Esta é, certamente, a situação que a Mãe de Deus antevia quando apareceu aos três pastorinhos em Fátima.

A edição original deste texto foi publicada pelo Fatima Center a 26 de dezembro de 2018. Tradução: odogmadafe.wordpress.com

Nota da edição: o conteúdo do texto acima é da inteira responsabilidade do seu autor, salvo algum eventual erro de tradução. A presente edição destina-se exclusivamente à sua divulgação, sempre que possível deve ser lido na sua edição original. As citações do documento papal em análise neste artigo estão aqui apresentadas na versão oficial em português publicada pelo Vaticano.

Basto 12/2018

Magos do Oriente e do Ocidente

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O quadro da “Adoração dos Reis Magos” pintado por Vasco Fernandes e Francisco Henriques na primeira década do séc. XVI é considerado a primeira representação gráfica de um nativo do Continente Americano na arte ocidental. Neste quadro da Sé de Viseu, Baltazar, o segundo rei mago, é personificado por um índio brasileiro elegantemente vestido.

Os três reis magos, na língua inglesa, são também conhecidos como os três wise men, ou seja, homens sábios. São sábios porque estavam atentos e souberam encontrar Deus quando Ele se manifestou. Interpretaram corretamente os sinais e vieram do Oriente para O adorar.

Em todas as épocas há homens sábios e humildes a quem Deus se revela para que venham adorá-Lo, não só do Oriente mas também do Ocidente e de todos os quadrantes da Terra.

Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. (Mt 2, 10-11)

Ouro para o Rei, incenso para o Deus e mirra para o Cristo, o Ungido de Deus. O terceiro presente é aquele que mais nos obriga a pensar e a meditar, se tivermos em conta os usos que aquela substância resinosa e aromática tinha naquele tempo.

 

Basto 1/2017

Santa Maria Mãe de Deus

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Nossa Senhora Mãe de Bradford, Santuário da Anunciação, na Igreja de São José, em Bradford, Inglaterra

Hoje é o dia da solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, a Theotókos (palavra grega utilizada pelas igrejas católicas orientais e pelas igrejas ortodoxas). “Mãe de Deus” é o mais glorioso de todos os títulos atribuídos a Nossa Senhora. A Maternidade Divina da Virgem Maria é um dos quatro dogmas marianos, tendo sido proclamado, no ano 431, pelo I Concílio de Éfeso.

Na Igreja Católica de Rito Latino, a festa da “Maternidade da Santíssima Virgem Maria” começou por ser celebrada inicialmente em Portugal, desde 1914, no dia 11 de outubro. Em 1931, no 15º Centenário do I Concílio de Éfeso, o Papa Pio XI universalizou esta celebração a toda a Igreja, instituindo-a como Festa Litúrgica, assinalada no calendário católico a 11 de outubro. A revisão litúrgica levada a cabo em 1969 transferiu-a para o tempo litúrgico do Natal, sendo agora festejada no dia 1 de janeiro de cada ano.

O dia 1 de janeiro é também, desde 1968, o Dia Mundial da Paz. Esta ideia partiu do Papa Paulo VI, tendo sido transmitida ao mundo numa carta publicada no dia 8 de dezembro, na solenidade da Imaculada Conceição, de 1967.

Basto 1/2017