"Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé, etc. […] Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo." (Nª Sª do Rosário de Fátima, 13 de julho de 1917)
A banda argentina de rock católico dedicada à “nova evangelização” fez parte dos programas das últimas edições da Jornada Mundial da Juventude e espera marcar presença também, em 2022, na capital portuguesa.
O evento católico precisará de reunir alguns nomes grandes em Portugal, dada a forte concorrência do Meo Sudoeste e de outros festivais de verão.
A banda espanhola de “rock católico” La Voz del Desierto regressacom um novo disco e um videoclipe gravado nos EUA, preparando-se agora para uma digressão no Continente Americano.
Será isto a “nova evangelização”? Serão estes os novos missionários da Igreja Católica?
Fundada em Portland, nos EUA, The Thirsting assume-se comouma banda de “música católica de vanguarda” que “proclama abertamente as verdades da fé católica”. O seu primeiro álbum foi lançado em 2008 e, desde então, já lançou mais dois, em 2011 e 2017, respetivamente.
“The Thirsting são um excelente exemplo de uma forma de atualizar a Nova Evangelização.”
São uma congregação de freiras que vivem num convento de Cali, na Colômbia. À semelhança da Irmã Cristina Scuccia, praticam a “nova pastoral” através da música rock e pop,e também da dança, quepartilham na Internet.
Surgió antes del Año de la Misericordia, pero no le dimos esa fuercita antes. Estaba ahí, en standby. Y surgió el Año Santo y creímos que era un regalo del Señor. Dijimos: ‘Hay que grabarlo’. Y fue lo último que se publicó en redes sociales.
A agência informativa Rome Reports, especializada em assuntos do Vaticano e da Igreja em geral, dá sempre um grande destaque a estes exemplos de inovadoras práticas pastorais que estão a crescer por todo o mundo. Ainda no passado mês de janeiro, mostrou outro exemplo de moderníssimas freiras, em “missão” na cidade de Lima, no Peru.
A América Latina, grande bastião do catolicismo a nível mundial, é particularmente sensível a esta nova pastoral, a qual está ainda longe de poder ser completamente avaliada ao nível dos seus frutos espirituais.
Em 2013, por altura da visita do Papa Francisco à maior nação católica do mundo, até os bispos deram um pezinho de dança, envolvidos pelo espírito celebrativo.
A pouco mais de um mês para a Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada em Cracóvia, na Polónia, os jovens de todo mundo já iniciaram o caminho penitencial de preparação para a peregrinação que, este ano, terá como tema – como não podia deixar de ser – a Misericórdia de Deus.
A música oficial intitula-se “Bem-aventurados os misericordiosos” e já se multiplicou por dezenas de idiomas, pelo que se pretende que seja um valioso instrumento de busca da Misericórdia de Deus. Assim, para integrar todas as sensibilidades e, talvez, para atrair ao sacramento da Reconciliação todos aqueles que se sentiam excluídos da Igreja Católica, esta música “litúrgica” – admite-se aqui alguma imprecisão taxonómica – conheceu várias versões em diferentes estilos musicais, entre as quais:
Rock Alternativo
Electro House
Temos de admitir que este evento religioso acontece mesmo no pico da estação estival, portanto, tem de contar com a concorrência dos festivais de verão espalhados pela Europa.
Paralelamente ao hino oficial, numa lógica descentralização da Igreja, têm sido compostas outras músicas, não oficiais, adaptadas às necessidades pastorais regionais. Por exemplo, em Espanha, o srs. Padres Toño Casado e Damián, ambos solteiros, interpretam o tema “Hoje já sou Feliz”, inspirado numa lógica de “pastoral de rua” que chega às periferias.
Ao que se sabe, em Portugal ainda ninguém se lembrou de compor um tema adaptado às necessidades pastorais locais, ou então é porque estas ainda não foram completamente estudadas. Os nossos 10 milhões de habitantes cabiam quase todos, por exemplo, dentro de um quarteirão da cidade de São Paulo e, desses, os jovens são pouco mais de um milhão. Não obstante a sua exígua dimensão, a complexidade deste pequeno povo atlântico confunde até os antropólogos mais experientes. A solução musical perder-se-ia num vasto leque de possibilidades, podendo ir desde um melodioso arranjo neopastoral ao estilo do sr. Padre Victor Silva até à clássica onda Zé Cabra, sem excluir as tunas de Coimbra, os sempre jovens Xutos & Pontapés ou os Morangos com Açúcar. Há que admitir que não deve ser fácil chegar à juventude portuguesa.