Já aqui tínhamos reportado anteriormente a notícia do casal gay que, em abril deste ano, batizara os filhos na catedral de Curitiba, no Brasil. Um acontecimento verdadeiramente impressionante, embora não impressione tanto quanto o silêncio geral da hierarquia católica e a indiferença do povo perante o sucedido.
Esta semana, Toni Reis, um dos dois pais (varões) adotivos das crianças visadas nesse batizado, resolveu partilhar, através do facebook, a sua recente troca de correspondência com a Santa Sé.

No dia 4 de junho, o sr. Reis dirigiu uma carta ao Santo Padre, assinada por si e pelo seu marido e filhos, onde pedia uma bênção papal que mostrasse, de algum modo, a sua aprovação em relação ao caminho de integração religiosa que estavam a proporcionar aos seus filhos.

O Papa Francisco respondeu no dia 10 de julho, através de um dos seus assessores, manifestando desejos de “felicidades” e invocando “graças divinas” dirigidas a “toda a família” do conhecido ativista gay brasileiro.

Entretanto, sabemos pela ACI, a subdiretora do Gabinete de Imprensa da Santa Sé, García Ovejero, prestou-se a corrigir a interpretação que tem sido dada à bênção invocada na carta enviada em nome do Papa Francisco. Segundo ela, “em português esta expressão tem um sentido genérico e amplo”, não se podendo portanto depreender daí uma aprovação do relacionamento homossexual de três décadas de Toni Reis com o inglês David Harrad. Uma observação pertinente de alguém que fala espanhol…
Não obstante o prestável esclarecimento da porta-voz do Vaticano, a verdade é que, nessa carta, é ainda mais difícil depreender algum tipo de desaprovação da prática homossexual do sr. Tony com seu companheiro ou tirar qualquer tipo de ilação a respeito dos riscos de deformação espiritual aos quais expõem os adolescentes por eles perfilhados.
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Basto 8/2017