No passado dia 30 de setembro, o bispo de Leiria-Fátimadeslocou-se ao Vaticano para agradecer pessoalmente ao Santo Padre a sua presença no Santuário de Fátima. O Papa Francisco esteve em Fátima nos dias 12 e 13 de maio para a participação nas celebrações do centenário das aparições.
“Sempre conseguiste levar-me a Fátima”, disse o Papa a D. António Marto, mal o recebeu com um “grande abraço”.
De acordo com a Ecclesia, o Papa pediu ao bispo para agradecer aos peregrinos o “acolhimento caloroso dispensado em Portugal” e, como de costume, para “que não se esquecessem de rezar por ele”.
O cardeal americano D. Raymond Burke esteve em a Fátima para as celebrações do 13 de maio mas, apesar de ter chegado no dia 12, não concelebrou com o Papa Francisco no altar do recinto, na missa de canonização da Jacinta e do Francisco. A sua participação nas celebrações foi muito discreta, mantendo-se anonimamente, entre a multidão, com grupo de peregrinos que o acompanharam na peregrinação à Cova da Iria. No entanto, no dia 14, concelebrou com D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, a missa dominical no altar do recinto do Santuário.
E vimos numa luz imensa que é Deus: “algo semelhante a como se veem as pessoas num espelho quando lhe passam por diante” um bispo vestido de branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”.
Cena do filme “O 13º Dia: Um Milagre em Fátima”, 2009
O Vaticano publicou antecipadamente um livreto com todas a orações das celebrações que serão presididas pelo Papa Francisco no Santuário de Fátima. Numa das orações do rito introdutório, o Papa assume-se, na primeira pessoa, como “bispo vestido de branco”, numa alusão clara à figura central do 3.º Segredo de Fátima.
Que “desígnios de misericórdia” eram esses? Estaria Nossa Senhora a referir-se a esta nova misericórdia do Papa Francisco que prescinde da contrição e nada condena, a não ser o catolicismo? Teria a Igreja demorado 100 anos para perceber finalmente a mensagem de conversão de Fátima? É difícil aceitar que os sacrifícios dos pastorinhos se destinassem à obtenção da “conversão” dos pastores de modo a aceitarem as relações adúlteras, práticas homossexuais e outras exclusões que impediam a acesso à Sagrada Comunhão. Isso não faz sentido!
Mas voltando ao “bispo vestido de branco” do 3.º Segredo, admitindo que ele seja mesmo o Papa Francisco, e dado que a profecia não se concretizou ainda nos papas anteriores, quem serão os outros personagens que, com ele, sobem a mesma “escabrosa montanha” da santidade e do martírio?
«Vimos vários outros bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande cruz, de tronco tosco, como se fora de sobreiro como a casca.»
«Chegando ao cimo do monte, prostrado, de joelhos, aos pés da cruz, foi morto por um grupo de soldados que lhe disparavam vários tiros e setas e assim mesmo foram morrendo uns após os outros, os bispos, os sacerdotes, religiosos, religiosas e várias pessoas seculares. Cavalheiros e senhoras de várias classes e posições.»
E todos os outros arautos da nova misericórdia, do “encontro” e do “bem comum”. Eles são tantos, são poderosos e não vacilam na construção do projeto que o Papa Francisco idealizou para a sua Igreja.
O tema da identidade do “bispo vestido de branco” do Segredo de Fátima é bastante pertinente e inconclusivo, foi bom que o Santo Padre o tivesse relançado. Os próprios pastorinhos não estavam completamente certos da sua identidade no momento inicial da visão que Nossa Senhora lhes proporcionou. Eles tiveram o “pressentimento” de que seria o Santo Padre, mas porquê apenas o “pressentimento”? Nenhum outro elemento da Igreja Católica ou da sociedade civil se veste de forma tão distinta e singular como o Vigário de Cristo na Terra. Ou será que o Segredo de Fátima profetiza um momento histórico de uma obscuridade tal que até a figura do Santo Padre se torna difícil de identificar?
O Santuário de Fátima divulgou ontem o hino oficial para a visita do Papa Francisco a Fátima, publicando um videoclipe produzido pela Agência Ecclesia. Intitula-se “Deus em mim”. A letra é do Pe. José Tolentino Mendonça, a música de João Gil e as vozes pertencem ao grupo Vocal Emotion.
Fiquei muito contente quando me disseram que construísse uma letra em torno de um refrão estabelecido, que tem a ver com a proposta do centenário e com a visita do Papa Francisco: “Com Maria, peregrino da esperança e da paz”. Essas seriam as palavras centrais.
Eu só teria de contar como é que se chega a elas; como é que dos múltiplos caminhos, pertenças e procuras (ou não-pertenças ou não procuras) descobrimos, no fundo do coração, que uma das experiências mais vitais que Fátima proporciona é a possibilidade de nos descobrirmos peregrinos.
(Pe. José Tolentino de Mendonça in Agência Eccleisa, 12/03/2017)
Esta música não é só para as pessoas de Igreja, como se costumam denominar, mas é para toda a gente. É para crentes, é para não crentes, é para pessoas que gostem de música – que eu acho que abrange todos e todas as culturas.
Não somos propriamente um grupo de pessoas que estão juntas por razões católicas, mas pela música.
(João Eiró, membro dos Vocal Emotion, inRádio Renascença, 12/03/2017)
Um “hino pop”, como lhe chamou a emissora católica portuguesa, para receber um “Papa pop”, como é considerado pelo mundo.
No exemplar, que está nas bancas nesta quinta-feira, a Rolling Stone destaca que o Papa que veio do sul do mundo “conquistou a todos os jovens com suas palavras de atenção pelos últimos e pelos mais pobres, com seus gestos próximos das pessoas comuns, com sua atitude decididamente popular. É pop!”
A revista assinala ainda que o Papa está “de acordo com nossos tempos”.
O sr. Pe. Antonio Spadaro, homem forte da máquina de informação do Vaticano, veio ao Algarve dar um contributo para a “atualização” do clero das dioceses do Sul. Este jesuíta italiano, próximo do Papa Francisco, é um dos grandes promotores das inovações teológicas radicais promovidas pelo atual pontífice.
Não esconde o seu apreço pela nova misericórdia e critica quem, de alguma forma, a põe em causa, recorrendo aos mais absurdos argumentos. No caso dos “dubia” colocados pelos quatro cardeais, chegou até a recorrer à matemática para defender a abertura da Sagrada Comunhão a adúlteros nos termos propostos pelo Santo Padre.
Curiosamente, e provável que ele não saiba, há quem recorra precisamente a esse mesmo argumento matemático para se referir ao que “tem a ver” com o diabo… Mas ele insiste, e até vai mais longe quando nos lembra – e nisto tem razão – que o Papa já respondera aos “dubia” na carta enviada aos bispos argentinos, remetendo-nos assim para a respetiva leitura.
Agora deslocou-se a Portugal, à “periferia” da Europa, onde aproveitou para, de algum modo, começar a preparar a vinda do Papa Francisco em maio com a sua, já conhecida, “terapia”.
O sr. Pe. Spadaro deve estar a adorar o sol de inverno na Praia da Rocha, dadas as fotos e comentários que tem publicado sobre a sua passagem por Portugal.
A informação partiu da Conferência Episcopal Portuguesa mas o Vaticano confirmou. Se estiver certa, é de facto uma excelente notícia para os portugueses e para o mundo em geral.
“[Papa] Vem como peregrino na esperança e na paz, como nós também somos convidados a sê-lo, em oração, nesta atitude de apelo que a mensagem [de Fátima] tem à conversão, ao nosso compromisso social.
(Pe. Manuel Barbosa, Secretário da CEP, à Agência Ecclesia a 10/01/2017; a Santa Sé confirmou entretanto esta informação ao republicá-la no dia seguinte na Radio Vaticano)
O Santo Padre não pretende, portanto, marcar presença em Fátima para promover qualquer tipo de ideologia, mas antes vir como um “peregrino” de Nossa Senhora e, com Ela, apelar “à conversão”. O “compromisso social” dos pastores da Igreja é o de guiar os fiéis, exortá-los a afastarem-se do pecado e mostrar-lhes o caminho da salvação eterna.
Intenções de oração de fevereiro de 2016: um apelo à conversão (imagem editada para evitar eventuais “dubia”)
Intenções de oração de maio de 2016: as mulheres (imagem editada para evitar eventuais “dubia”)
A mensagem de Fátima é, no fundo, a doutrina católica de sempre, apresentada de forma simples e clara, sem complicações e sem ambiguidades. É tão fácil de entender que chegou até nós através de três crianças humildes que ainda não sabiam ler e escrever. Esperemos que o Papa Francisco não a complique durante a sua peregrinação…
Uma coisa é certa, esta é a terra onde, de uma forma ou de outra, “se conservará sempre o dogma da Fé”, o resto não sabemos porque Nossa Senhora pediu às crianças para guardarem segredo.
O Papa confirma que, na sua viagem a Portugal, em maio de 2017, irá “só a Fátima”, resistindo assim à insistência do Patriarca de Lisboa que desejava que, pelo menos, aterrasse no aeroporto de capital, dada a proximidade de Fátima. O voo papal rumará então diretamente à base aérea de Monte Real, no distrito de Leiria.
O Santo Padre, desde muito cedo, mostrou uma grande devoção pela “Senhora”, particularmente pela Senhora desatanudos, cuja popularização universal se deve essencialmente a ele.
Portugal é a terra de Nossa Senhora, são tantos os santuários marianos plantados neste último pedaço da Europa que seria difícil traçar um roteiro papal com os sítios a visitar. Se calhar foi mesmo isso que levara o Santo Padre a optar por ficar apenas por ali, apesar da persistência das autoridades civis e religiosas e da conhecida vontade popular.
A vaticanista portuguesa Aura Miguel explica aquilo que afirma ser o “critério” do Papa nas viagens apostólicas dentro do velho continente:
D. José Ornelas, bispo de Setúbal, pregou a “Alegria do Amor” a escassos metros do preciso lugar onde Nossa Senhora, há 99 anos, mostrou o inferno às crianças, pediu a reparação dos pecados e ofereceu a proteção do seu Coração Imaculado. Durante as homilias das Eucaristias a que presidiu em Fátima, por ocasião da Peregrinação Aniversária de 12 e 13 de setembro, o bispo de Setúbal apresentou Nossa Senhora como a “mulher da novidade, da mudança”.
Maria é a mulher que se deixa constantemente surpreender, guiar e proteger por Deus. É a mulher da novidade, da mudança, que, apesar de todas as dificuldades, mantém acesa a confiança e a esperança. Ela é a mãe e modelo precisamente para a nossa Igreja. Uma igreja que não fica agarrada ao passado. Uma Igreja que recebe com gratidão a herança da fé dos antepassados, mas que acolhe com alegria a novidade constante que o Evangelho propõe para cada época da humanidade. Uma Igreja “em saída”, como Diz o Papa Francisco, da comodidade do “sempre foi assim”, para fazer-se ao caminho da busca sincera da vontade de Deus, perante os novos desafios do mundo.
Este é o terceiro apelo que hoje Maria, Mãe da Igreja, nos sugere: Não tenham medo do mundo que muda tão radical e rapidamente. Deus e o seu Espírito estão constantemente a recriar a sua Igreja para que ela seja, não apenas capaz de acompanhar, mas de ser promotora de novidade e de vida em cada época da história. Não vivam apenas com saudades do passado, como se Deus fosse uma peça dos vossos museus.
Maria convida-nos a olhar para as pessoas e para os casais nestas situações dramáticas de ruptura, de violência ou de manipulação, não em postura de julgamento, para condenar e estigmatizar, mas em atitude solidária e fraterna para compreender, colocar-se ao lado e ajudar a encontrar caminhos novos de vida, de misericórdia e renovação,para o casal, com especial atenção e carinho, para com os filhos.
Este é o caminho que a Igreja está a percorrer e que, nestes últimos anos, o papa Francisco nos vem recomendando, no seguimento da reflexão do último sínodo. Ele afirma muito claramente, a propósito destas pessoas que por via de tais dramas, chegam mesmo à decisão da separação e do divórcio: “é importante fazer-lhes sentir que fazem parte da Igreja, que «não estão excomungadas» nem são tratadas como tais, porque continuam a integrar a comunhão eclesial. Estas situações exigem atento discernimento e acompanhamento com grande respeito, evitando qualquer linguagem e atitude que as faça sentir discriminadas e promovendo a sua participação na vida da comunidade” (A alegria do amor, 243).
Mas para quem considera esta homilia tão ambígua e confusa quanto as do Santo Padre na abordagem destas novas questões da “misericórdia”, se calhar é melhor ler o que dizia D. Ornelas, há dois anos atrás, quando o processo sinodal ainda estava no seu início.
[O acesso dos divorciados ‘recasados’ à Sagrada Comunhão é uma] “realidade muito possível e desejável”.
[…]
O problema é realmente um acompanhamento destas pessoas e a inserção na comunhão e na vida da comunidade eclesial e, para isso, também a participação na Eucaristia, que faz parte desse caminho.
[…]
Tem de haver um caminho a fazer na comunidade onde a comunhão também pode e deve ser inserida neste contexto.
Poderemos nós ir contra as palavras do próprio Cristo a respeito da indissolubilidade do matrimónio? Poderá algum bispo, ou mesmo papa, abolir a gravidade do pecado do adultério? Não! Logo, quem se encontra nessa condição objetiva de pecado deve abster-se de comungar, sob pena de poder condenar eternamente a sua alma. E já que falávamos de Fátima, convém sempre relembrar a verdadeira mensagem.
Os pecados que levam mais almas para o inferno, são os pecados da carne.
Hão-de vir umas modasque hão-de ofender muito a Nosso Senhor.
As pessoas que servem a Deus não devem andar com a moda. A Igreja não tem modas.Nosso Senhor é sempre o mesmo.
Os pecados do mundo são muito grandes. Se os Homens soubessem o que é a eternidade, faziam tudo para mudar de vida. Os Homens perdem-se, porque não pensam na morte de Nosso Senhor e não fazem penitência.
Muitos matrimónios não são bons, não agradam a Nosso Senhor e não são de Deus.
(Jacinta à Madre Godinho, durante a fase terminal da sua vida, no Orfanato de Nª Sª dos Milagres, em Lisboa; in Era Uma Senhora Mais Brilhante Que O Sol, de Pe. João M. de Marchi)
Há 99 anos, Nossa Senhora reafirmou em Fátima o mesmo modo de viver a Fé de sempre, não trouxe “novidade” alguma nesse campo. As únicas “mudanças” anunciadas foram os castigos que a Igreja iria sofrer no tempo em que aderir às “novidades”.
Bispo de Leiria-Fátima reconhece a necessidade de “conversão”…
Um texto publicado no sítio da Diocese de Leiria-Fátima resume a intervenção de D. António Marto na abertura do novo ano da escola diocesana Razões da Esperança, na passada terça-feira, 27 de setembro. De acordo com o texto, o bispo de Leiria-Fátima reconheceu a necessidade de conversão…
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.
(Oração do Anjo de Portugal, o Anjo da Eucaristia, exatamente há 100 anos)
A mensagem de Fátima é um sério e urgente apelo de Nossa Senhora à conversão, mas conversão de quem? Quem são os pecadores?
[…] O que o Papa Francisco deseja, no entender do bispo de Leiria-Fátima, é que, perante a realidade atual de crise do matrimónio e da família, a Igreja não fique na lamentação mas aceite o desafio de anunciar com criatividade pastoral a boa nova do amor e da família. “O matrimónio é uma vocação divina e não um mero arranjo de vida”, lembrou.
[…] Sobre os casais em união de facto ou casamento civil, indicou que devem ser acolhidos e acompanhados no seu caminho.
Por fim, focou a situação dos divorciados em nova união, que não estão excomungados da Igreja. O Papa Francisco propõe um caminho dinâmico feito de atenção, misericórdia, diálogo e discernimento, em ordem à sua integração nas comunidades cristãs. Referiu que o método proposto na exortação pontifícia requer uma conversão dos pastores e das comunidades para admitirem a diversidade de situações. Já no diálogo, D. António admitiu que o discernimento dos casos particulares venha a ser confiado a alguns sacerdotes bem preparados para essa missão.
“O Papa Francisco, de modo genial, introduziu uma mudança da disciplina sem pôr em causa a doutrina sobre o matrimónio e a família.”
(D. António Marto ao jornal Presente Leiria-Fátima inEcclesia, 12/04/2016)
Se algum dia aparecesse um “génio” na Região Demarcada do Douro, a mais antiga do mundo, com um novo método de fabrico do genuíno Vinho do Porto que dispensasse o árduo cultivo das vinhas, a população desconfiaria, ainda que essa pessoa fosse a própria Dona Antónia. Do mesmo modo, uma nova misericórdia barata e fácil, que “santifica” a longevidade e a estabilidade de uma relação adúltera, e também a fidelidade ao adultério, é algo muito novo e exótico dentro da Igreja Católica. Dá para desconfiar, ainda que quem a promova seja o próprio Papa.
Analisando bem a questão, tal exotismo pastoral é mesmo um grande sacrilégio. Portanto, senhores bispos e padres de Portugal, tenham muito cuidado em relação a esta questão, porque permitir a comunhão a pessoas aprisionadas pelo pecado do adultério pode representar um passaporte para a perdição definitiva dessas almas. Ninguém gostaria de apresentar-se perante Deus com essa responsabilidade.
“Muitos matrimónios não são bons, não agradam a Nosso Senhor e não são de Deus.”
(Jacinta à Madre Godinho, durante a fase terminal da sua vida, no Orfanato de Nª Sª dos Milagres, em Lisboa)
Será por isso que o Santo Padre decidiu vir a Fátima?
O Papa Francisco decidiu finalmente confirmar a viagem a Portugal, mas, para já, só a Fátima,depois logo se vê. Estará ele à espera de ver mais bispos portugueses a aceitar publicamente a sua “misericórdia”?Se esse for o sinal de que precisa, então é melhor não visitar outras dioceses portuguesas.
Quando chegar a Portugal, que toda a Igreja Católica Portuguesa lhe dê um sinal claro e inequívoco de que “em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé” para que, a partir daqui, Fátima sirva de Farol para a salvação do mundo.
Nossa Senhora de Fátima salvai-nos e salvai Portugal!
O Santo Padre confirma esta intenção na mesma entrevista em que condenou a inclusão da “teoria de género” nos currículos escolares, por isso ser “contra as coisas naturais”, mas fez questão diferenciar – ambiguamente, como de costume – esse problema do facto de haver pessoas com orientação homossexual ou que mudam de sexo. Neste caso o Papa recomenda, mais uma vez, a sua conhecida receita de “acompanhamento” e “misericórdia” para os homossexuais e transexuais. Talvez fizesse bem mais por essas pessoas se ficasse calado.
Uma coisa é que uma pessoa tenha uma orientação homossexual, esta opção, ou mesmo que mude de sexo. Mas outra coisa é fazer o ensino nas escolas nesta linha para mudar a mentalidade. E a isto eu chamo colonização ideológica.
(Papa Francisco, 03/10/2016)
Que tipo de doutrina é esta? Desde que não ensinem a transexualidade nas escolas, está tudo bem? Já não se fala de comportamentos intrinsecamente errados que levam à perdição das almas?
Apesar de ter feito estas afirmações escandalosas sobre a homossexualidade e a transexualidade, que infelizmente já nem surpreendem, o Papa assegura que não “santifica os transexuais”. Este esclarecimento servirá, com certeza, de detergente para a “brigada de limpeza” oficial das entrevistas papais acalmar as hostes, de modo a permitir a manutenção deste limbo doutrinal onde cabe cada vez mais gente… Até arrebentar!
A confirmação foi dada pelo próprio Francisco a D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa, no passado domingo, 25 de setembro, no Vaticano, no final da Eucaristia de encerramento do Jubileu dos Catequistas. O curto diálogo proporcionou-se no momento em que D. Nuno o cumprimentou dizendo-lhe que “os portugueses estavam à espera dele”.
“Encontramos plena sintonia entre os desafios da mensagem de Fátima e aquilo que são as grandes linhas do pensamento do papa Francisco, nomeadamente de todos os apelos que tem sucessivamente dirigido ao mundo de hoje e à nossa geração.”
Esta opinião foi dada à Agência Lusa, à margem do 24º Congresso Mariológico Mariano Internacional que decorreu em Fátima no início deste mês de setembro.
Aqui entre nós, sabemos que, por vezes, o Santo Padre vai longe demais nessa “sintonia”, acabando por ultrapassar o sentido original da mensagem de Fátima. Tomemos o seguinte exemplo:
“Muitos matrimónios não são bons, não agradam a Nosso Senhor e não são de Deus.”
(Beata Jacinta Marto, vidente de Fátima, durante a fase terminal da sua vida, no Orfanato de Nª Sª dos Milagres, em Lisboa insantidade.net)
À exceção daquilo que se conhece do 3º Segredo, a mensagem de Fátima é muito fácil de compreender, a sua linguagem é simples, clara e perfeitamente em linha com o catecismo da Igreja Católica. Por outro lado, a mensagem do atual bispo de Roma consegue ser bem confusa, exigindo grandes malabarismos intelectuais para ser compreendida à luz do tradicional magistério da Igreja. Se o Papa está, ou pretende estar, “em sintonia” com a mensagem de Fátima, isso só pode ser um bom sinal, mas ele terá de esforçar-se por ser mais claro e objetivo porque muita gente está depreender exatamente o contrário das suas palavras e atitudes.