Na nova Igreja Amoris Laetitia, a solução para as “fragilidades” do adultério não passa necessariamente pelo arrependimento e mudança de vida. A nova abordagem ultramisericordista introduzida pelo Papa Francisco leva as pessoas a sentirem-se bem com o seu próprio pecado, depois de um período mais ou menos curto de obstinação a que chamam “discernimento”…
A Alegria do Amor tem proporcionado bastante alegria na carreira eclesiástica do prelado transmontano, um homem moderno de mente aberta e liberta dos velhos preconceitos católicos e fatimistas relativos ao divórcio e ao recasamento civil. Poucas semanas após ter sido criado de cardeal, D. António Marto é agora nomeado pelo mesmo Papa para o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, vendo assim reconhecido o mérito da sua forte adesão às novas e revolucionárias doutrinas de Francisco sobre a família e o matrimónio.
Depois de se ter empenhado afincadamente para ver implementada a prática de Amoris Laetitia em Portugal, o bispo de Leiria-Fátima irá agora exercer funções no departamento do Vaticano responsável pelas questões relacionadas com a família e, desse modo, ajudar a implementar essa prática sacrílega no resto do mundo católico.
O bispo português será um colaborador próximo do arcebispo pró-gay de Dallas (EUA), D. Kevin Farrell, também ele criado cardeal por Francisco e nomeado prefeito do mesmo dicastério.
Logo veremos se o bispo de Leiria-Fátima conseguirá convencer os mais céticos acerca da “genialidade” da nova solução pastoral do Papa Francisco para os casos de adultério continuado e persistente. No fundo, é como ensinar a fazer omeletes sem ovos…
A história faz-se de personagens, factos e processos devidamente documentados, portanto aqui ficam alguns recortes das publicações da época para facilitar o trabalho dos historiadores do presente.
2015
Recortes de “Notícias” da diocese de Leiria-Fátima, 28/04/2015.
Recortes do jornal “Sol” do dia 31 de julho de 2015 (a controversa exortação Amoris Laetitia seria publicada apenas a 8 abril do ano seguinte)
Recortes de “Notícias” da diocese de Leiria-Fátima, 29/09/2016.
2018
Pré anúncio da operação misericordista conjunta dos bispos da Região Centro; inExpresso, 03/03/2018.
Recortes do manual de instruções de D. António Marto para a abertura da Sagrada Comunhão a “fiéis divorciados a viver em nova união”; insítio oficial da diocese de Leiria-Fátima.
Observamos os factos, as conclusões ficarão para os historiadores.
“O Papa ao elevar este bispo [D. António Marto] a cardeal está a tomar uma posição política muito clara. D. Manuel Clemente tem tido posições mais conservadoras e contrárias às do Papa. Esta nomeação é também um recado, uma reprimenda, a um certo clero português que não tem compreendido a sua linha.”
(Paulo Mendes Pinto, investigador e diretor da área de Ciência das Religiões na Universidade Lusófona)
Contexto da frase:
Citação utilizada pela jornalista Rosa Ruela num artigo intitulado “A elevação de D. António Marto a cardeal é uma reprimenda”; inVisão, 23/05/2018.
Como se esperava, chegou agora a vez de D. António Marto publicar o seu documento que lança a prática de Amoris Laetitia* na diocese de Leiria-Fátima nos termos desejados pelo Papa Francisco. Os adúlteros poderão agora aceder à Sagrada Comunhão também na diocese portuguesa onde a Mãe de Deus veio dizer-nos que “os pecados que levam mais almas para o Inferno são os da carne” e que “muitos matrimónios não são bons, não agradam a Nosso Senhor e não são de Deus”.
O método de “discernimento” proposto pelo futuro cardeal D. António Marto foi assumidamente inspirado na heresia bracarense, mas apresenta algumas nuances trágico-cómicas dignas de nota, particularmente no que se refere ao exercício experimental pelo qual deverá passar a pessoa adultera e que deverá produzir resultados ao fim de 15 dias!
A diocese propõe que o adúltero viva uma semana de acordo com o ensinamento constante da Igreja, sendo convidado a “não aceder aos sacramentos”, porém, a partir do oitavo dia, deverá “fazer o oposto” durante toda a semana para experimentar também a nova solução de misericórdia do Papa Francisco.
Numa fase posterior (3ª semana?), o adúltero terá de elaborar “uma lista de ‘prós’ e ‘contras’ de aceder aos sacramentos” (onde, eventualmente, ponderará determinados pormenores como o destino eterno da sua alma, entre outros aspetos)… Depois de observado esse procedimento, o adúltero estará então em condições de tomar uma decisão “racional”.
Síntese dos “passos” necessários para os adúlteros poderem ter “acesso aos sacramentos” na diocese de Leiria-Fátima; baseado em “Guia Prático para o Percurso de Discernimento Acompanhado” da Diocese de Leiria-Fátima, junho de 2018.
À semelhança do que prevê o método discernimental da diocese de Portalegre-Castelo Branco, para além das conclusões “sim” e “não”, disponibilizar-se-á ainda uma terceira via destinada a quem reconhecer que a sua relação adúltera ainda não atingiu suficiente maturidade espiritual.
No que diz respeito ao acesso aos sacramentos, propõem-se os dois passos seguintes:
1. Fazer um exercício de conclusão do discernimento, como se segue: durante uma semana, rezar e viver como se a decisão fosse não aceder aos sacramentos, tomar consciência do que se vai sentindo, dos sentimentos espirituais, do que há de paz ou inquietação; na semana seguinte, fazer o oposto… rezar e viver como se a decisão fosse aceder aos sacramentos, tomando nota dos movimentos espirituais sentidos. Assim, vai-se percebendo por onde Deus chama, o que dá mais paz, o que aproxima mais d’Ele, da vida cristã e dos outros.
2. Para confirmar, através de um processo racional e a partir de tudo o que se leu, rezou, partilhou e ouviu, faça-se uma lista, em duas colunas, de ‘prós’ e ‘contras’ de aceder aos sacramentos. Noutro tempo, faça-se o mesmo processo com a possibilidade de não aceder aos sacramentos. Depois de “selecionados” os ‘prós’ e os ‘contras’ de uma e de outra possibilidades, ver o que se revela mais evidente. Como afirmado no início, pode ser: 1) aceder aos sacramentos; 2) não aceder aos sacramentos; 3) para já não, há passos ainda a dar na nossa vida e o discernimento deve continuar.
* Voltamos aqui a repetir de forma clara para todos aqueles que ainda não puderam ou não quiseram compreender: A prática de Amoris Laetita,no sentido pretendido do conceito, consiste em obter/dar absolvição sacramental e receber/dar a Sagrada Comunhão apesar do adultério.
Que diriam os pastorinhos de todas estas modas loucas que chegaram a Fátima?
“Ele [Papa Francisco] deve ter ficado muito impressionado, no diálogo comigo. Viu em mim um apoio firme para a reforma da Igreja.”
(D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, nomeado pelo Papa Francisco para cardeal)
Contexto da frase:
Faz parte da resposta do bispo à pergunta “Alguma vez pensou chegar tão alto?” colocada durante uma entrevista conduzida pelas jornalistas Aura Miguel, da Rádio Renascença, e Rosa Pedroso Lima, do Expresso; inRenascença, 02/06/2018.
O Santo Padre anunciou o nome de D. António Marto, atual bispo de Leiria-Fátima, entre os 14 novos cardeais da Igreja Católica que serão criados no próximo consistório do dia 29 de junho.
É um ato de confiança pessoal do Papa. Pois eu creio que é um ato de confiança pessoal do Papa na minha humilde pessoa.
Já estive em duas audiências com o Santo Padre, o Santo Padre conhece bem o que eu penso e sabe que tem em mim um apoiante de toda esta reforma que ele está a fazer na Igreja… Uma reforma por uma Igreja mais evangélica, uma Igreja mais próxima, uma Igreja mais misericordiosa e ele nisso pode contar comigo.
Talvez D. António Marto entenda que Igreja não era suficientemente misericordiosa antes do Papa Francisco… E quando falamos da misericórdia do Papa Francisco, o tema da abertura da Sagrada Comunhão a adúlteros é incontornável, uma vez que, até agora, essa é incontestavelmente a grande marca do seu “misericordioso” pontificado.
“Conversão”, “misericórdia” e “casamentos que não são de Deus” são temas centrais na mensagem de Fátima, portanto é natural que o bispo de Fátima se interesse por eles, ainda para mais quando, por coincidência, até possui o mesmo apelido de dois dos videntes das aparições.
Muitos matrimónios não são bons, não agradam a Nosso Senhor e não são de Deus.
À boa maneira de Francisco, também D. António Marto defende a necessidade de conversão… dos pastores!
Um método…
O método proposto na exortação pontifícia [Amoris Laetitia] requer uma conversão dos pastores e das comunidades para admitirem a diversidade de situações.
(D. António Marto, discurso de abertura da “Escola Razões da Esperança” a 27 de setembro de 2016; in Diocese de Leiria-Fátima, 28/09/2016)
Um desafio…
O Papa deixa o desafio de uma «conversão pastoral» que se traduza numa «maneira nova de ser pastores por parte de padres e bispos».
(D. António Marto ao jornal Presente Leiria-Fátima; inEcclesia, 12/04/2016)
Um golpe de génio…
O Papa Francisco, de modo genial, introduziu uma mudança da disciplina sem pôr em causa a doutrina sobre o matrimónio e a família.
(D. António Marto ao jornal Presente Leiria-Fátima inEcclesia, 12/04/2016)
Em 2015, um ano antes da publicação da controversa exortação apostólica Amoris Laetitia, foi D. António Marto que, segundo o jornal Sol, liderou o grupo de bispos da Região Centro que pretendia abrir a Sagrada Comunhão aos adúlteros nos termos propostos pelo herético cardeal D. Walter Kasper e elogiados pelo próprio Papa Francisco.
Chegou o momento do reconhecimento pelo seu apoio, conforme o próprio bispo de Leiria-Fátima admitiu.
Bispo de Leiria-Fátima reconhece a necessidade de “conversão”…
Um texto publicado no sítio da Diocese de Leiria-Fátima resume a intervenção de D. António Marto na abertura do novo ano da escola diocesana Razões da Esperança, na passada terça-feira, 27 de setembro. De acordo com o texto, o bispo de Leiria-Fátima reconheceu a necessidade de conversão…
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.
(Oração do Anjo de Portugal, o Anjo da Eucaristia, exatamente há 100 anos)
A mensagem de Fátima é um sério e urgente apelo de Nossa Senhora à conversão, mas conversão de quem? Quem são os pecadores?
[…] O que o Papa Francisco deseja, no entender do bispo de Leiria-Fátima, é que, perante a realidade atual de crise do matrimónio e da família, a Igreja não fique na lamentação mas aceite o desafio de anunciar com criatividade pastoral a boa nova do amor e da família. “O matrimónio é uma vocação divina e não um mero arranjo de vida”, lembrou.
[…] Sobre os casais em união de facto ou casamento civil, indicou que devem ser acolhidos e acompanhados no seu caminho.
Por fim, focou a situação dos divorciados em nova união, que não estão excomungados da Igreja. O Papa Francisco propõe um caminho dinâmico feito de atenção, misericórdia, diálogo e discernimento, em ordem à sua integração nas comunidades cristãs. Referiu que o método proposto na exortação pontifícia requer uma conversão dos pastores e das comunidades para admitirem a diversidade de situações. Já no diálogo, D. António admitiu que o discernimento dos casos particulares venha a ser confiado a alguns sacerdotes bem preparados para essa missão.
“O Papa Francisco, de modo genial, introduziu uma mudança da disciplina sem pôr em causa a doutrina sobre o matrimónio e a família.”
(D. António Marto ao jornal Presente Leiria-Fátima inEcclesia, 12/04/2016)
Se algum dia aparecesse um “génio” na Região Demarcada do Douro, a mais antiga do mundo, com um novo método de fabrico do genuíno Vinho do Porto que dispensasse o árduo cultivo das vinhas, a população desconfiaria, ainda que essa pessoa fosse a própria Dona Antónia. Do mesmo modo, uma nova misericórdia barata e fácil, que “santifica” a longevidade e a estabilidade de uma relação adúltera, e também a fidelidade ao adultério, é algo muito novo e exótico dentro da Igreja Católica. Dá para desconfiar, ainda que quem a promova seja o próprio Papa.
Analisando bem a questão, tal exotismo pastoral é mesmo um grande sacrilégio. Portanto, senhores bispos e padres de Portugal, tenham muito cuidado em relação a esta questão, porque permitir a comunhão a pessoas aprisionadas pelo pecado do adultério pode representar um passaporte para a perdição definitiva dessas almas. Ninguém gostaria de apresentar-se perante Deus com essa responsabilidade.
“Muitos matrimónios não são bons, não agradam a Nosso Senhor e não são de Deus.”
(Jacinta à Madre Godinho, durante a fase terminal da sua vida, no Orfanato de Nª Sª dos Milagres, em Lisboa)
Será por isso que o Santo Padre decidiu vir a Fátima?
O Papa Francisco decidiu finalmente confirmar a viagem a Portugal, mas, para já, só a Fátima,depois logo se vê. Estará ele à espera de ver mais bispos portugueses a aceitar publicamente a sua “misericórdia”?Se esse for o sinal de que precisa, então é melhor não visitar outras dioceses portuguesas.
Quando chegar a Portugal, que toda a Igreja Católica Portuguesa lhe dê um sinal claro e inequívoco de que “em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé” para que, a partir daqui, Fátima sirva de Farol para a salvação do mundo.
Nossa Senhora de Fátima salvai-nos e salvai Portugal!