A Arquidiocese de Viena é administrada pelo cardeal D. Christoph Schönborn, um dos mais fervorosos adeptos do misericordismo bergogliano e, com efeito, o homem escolhido pelo Papa Francisco para apresentar oficialmente a Alegria do Amor. Schönborn é mundialmente conhecido pelas suas posições pró-homossexualismo, pró-recasamento civil de divorciados, pró-abertura da Sagrada Comunhão a adúlteros e pró-várias taras anti-católicas.
Esta não é a primeira vez que o arcebispo de Viena autoriza a profanação da sua catedral. Há poucas semanas, por exemplo, permitiu que o templo se transformasse em algo parecido a uma discoteca e, no ano passado, deixou o travesti Conchita Wurst pregar a partir do ambão da sua catedral, durante um evento LGBT no qual também participou.
O biógrafo liberal do Papa Bergoglio, Austin Ivereigh, refere que, durante uma sessão de perguntas e respostas sobre a Amoris Laetitia (AL), na Irlanda Ocidental, o Cardeal Christoph Schönborn fez a revelação assombrosa de que o Papa Bergoglio perguntou se a AL é ortodoxa e que Schönborn respondeu exatamente ao seu chefeaquilo que ele queria ouvir:
[Q]uando ele [Schönborn] encontrou o Papa logo após a apresentação da Amoris, Francisco agradeceu-lhe e perguntou-lhe se o documento era ortodoxo.
“Eu respondi, «Santo Padre, é totalmente ortodoxo»”, Schönborn disse-nos que tinha dito ao Papa, acrescentando que, alguns dias mais tarde, recebeu de Francisco uma pequena nota que dizia: «Obrigado por essa palavra. Isso deu-me conforto.»
Então, se este episódio for verdadeiro, temos um Papa que questiona a ortodoxia do seu próprio ensinamento depois de o publicar! Mas o mesmo Papa ignorou simplesmente a recomendação pré-publicação, com cerca de 20 páginas de correções à AL, do próprio prelado cuja função é examinar documentos papais na sua ortodoxia: o Cardeal Gerhard Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), a quem o Papa Bergoglio despediu brutalmente através de uma curta nota.Como Edward Pentin informou, nenhuma dessas correções foi aceite.
Confiar em Schönborn para confirmar se um documento que trata de moral sexual é ortodoxo é como confiar num ladrão para confirmar a segurança dos objetos de valor no cofre do quarto. Não foi outro senão Schönborn que, ignorando o ensinamento perentório da Igreja sobre o dever dos católicos de se oporem e recusarem a implementação de qualquer forma de reconhecimento legal das “uniões homossexuais”, declarou alegremente que elas são perfeitamente aceitáveis, desde que não sejam formalmente denominadas casamento: “Pode e deve respeitar-se a decisão de criar uma união com uma pessoa do mesmo sexo, para encontrar instrumentos legais que protejam a sua vida em conjunto e a sua situação com leis que garantam essa proteção.”
A confiança do Papa Bergoglio em Schönborn para dizer o que ele queria ouvir sobre AL data desde o momento em que a desastrosa exortação foi promulgada. Durante uma das suas conferências de imprensa aéreas, o Papa designou Schönborn como intérprete oficial da AL. Referindo-se a ele como “um grande teólogo”, citou a apresentação de Schönborn sobre a AL em resposta à questão de saber se os divorciados “recasados” poderiam ser admitidos à Sagrada Comunhão sem cessar o adultério – a resposta obviamente queria dizer “Sim”, como os eventos subsequentestornaram claro. Mas Schönborn, nessa apresentação, apenas remeteu para o Papa Bergoglio, citando a AL:
«Ao pensar que tudo é preto e branco, às vezes fechamos o caminho da graça e do crescimento, e desencorajamos caminhos de santificação que dão glória a Deus» (AL 205). Ele [Francisco] também nos lembra uma frase importante da Evangelii gaudium, 44: «Um pequeno passo, no meio de grandes limitações humanas, pode ser mais agradável a Deus do que a vida externamente correcta de quem transcorre os seus dias sem enfrentar sérias dificuldades»(AL 304).
No sentido desta «via caritatis» (AL 306), o Papa afirma, de maneira humilde e simples, numa nota (351) que a ajuda dos sacramentos também pode ser dada «em certos casos». Mas para esse propósito, ele não nos oferece casos de estudos ou receitas, mas simplesmente faz-nos lembrar duas das suas famosas frases: «Quero lembrar aos sacerdotes que o confessionário não deve ser uma câmara de tortura, mas sim um encontro com a misericórdia do Senhor» (EG 44), e a Eucaristia «não é um prémio para os perfeitos, mas um poderoso remédio e alimento para os fracos» (EG 47) “.
Então, o Papa Bergoglio consulta Schönborn, que por sua vez consulta o Papa Bergoglio, e assegura ao outro que não há nada mal com a AL. No entanto, 20 páginas de correções da CDF são lançadas no lixo e o autor dessas correções é sumariamente destituído do cargo.
Isto é uma piada. Mas a piada é muito instrutiva. Que melhor exemplo poderíamos ter para os estritos limites da infalibilidade papal tal como foi definida – infalivelmente – pelo Concílio Vaticano I? Se não for mais nada, o pontificado bergogliano serviu para quebrar o mito de que o Papa é uma espécie de oráculo divino, cujas expressões são ortodoxas pelo simples facto de um papa as ter proferido.
Como o concílio deixou claro, o Papa ensina infalivelmente somente quando define formalmente como dogma aquilo que a Igreja sempre ensinou em questões de fé e moral; o mesmo ensino constante que também é infalível devido à sua imutabilidade, e não devido ao simples facto de um papa ter feito alguma declaração de doutrina em determinado momento. Fora dessa esfera limitada, o erro papal não é apenas possível, mas, como vemos aqui, é inevitável se um Papa atua imprudentemente e só ouve o que quer ouvir de pessoas de ortodoxia questionável.
À medida que esta farsa caminha para a sua inevitável conclusão, devemos ter em atenção um documento de 1986, especificamente aprovado pelo Papa João Paulo II, onde a mesma CDF, rejeitada pelo Papa Bergoglio porque não lhe diz o que ele quer ouvir, alertou “aos Bispos que sejam particularmente vigilantes em relação aos programas que, de facto, tentam exercer pressão sobre a Igreja a fim de que ela mude a sua doutrina, embora, às vezes, verbalmente neguem que seja assim. Um estudo atento das declarações públicas neles contidas e das atividades que promovem revela uma calculada ambiguidade, através da qual procuram desviar pastores e fiéis.”
Quem poderia ter previsto que o mesmo aviso se aplicaria algum dia a um Papa e aos seus colaboradores? Resposta: a Mãe de Deus, cuja profecia no Terceiro Segredo de Fátima está agora a concretizar-se.
Nota da edição: o conteúdo do texto acima é da inteira responsabilidade do seu autor, salvo algum eventual erro de tradução. Sempre que possível, deve ser lido na sua edição original.