
“O Complexo de Judas”, traduzido do original “Judas Complex”, foi uma tese defendida pelo Pe. Malachi Martin num artigo publicado no jornal norte-americano Catholic Family News e também incluída no final de um dos seus livros mais famosos: “The Keys of this Blood” (em Português, “As Chaves deste Sangue”).
De acordo com a abordagem de Malachi Martin, o objetivo de Judas Iscariotes não era exatamente o de destruir Jesus Cristo, rejeitando-O cabalmente, rebelando-se contra Ele. Judas desejava apenas que Jesus não fosse tão intransigente na Sua doutrina, a qual, com algumas adaptações, poderia agradar perfeitamente aos Seus inimigos. Judas acreditava ter uma solução melhor do que a do próprio Mestre, que consistia em procurar consensos, negociar os princípios básicos da Sua doutrina para se adaptar aos interesses do Mundo e ter sucesso.
É uma traição gradual que acaba na entrega da própria pessoa de Jesus Cristo aos Seus inimigos.
Os inimigos da Igreja não a querem eliminar, mas antes servir-se dela. Eles perceberam o poder que uma instituição tão valiosa como a Igreja pode ter sobre a sociedade e, portanto, pretendem utilizá-la, instrumentalizando-a ao serviço dos seus objetivos globais. Os Judas do nosso tempo são aqueles que tentam corromper a doutrina (ou a pastoral da mesma, para sermos mais precisos), adulterá-la através da sua harmonização com os interesses mundanos da sociedade atual.
Não há nada de novo aqui. Desde sempre, e principalmente após o Concílio Vaticano II, existiram teólogos, padres, bispos e cardeais que desempenharam o papel de Judas, tendo conseguido, como nós sabemos, atingir muitos dos seus objetivos. A única novidade aqui é vermos agora o próprio Santo Padre defender essa via traiçoeira enquanto o povo continua impávido e sereno…
Algumas homilias pregadas na capela da Casa de Santa Marta são de um exotismo tal que impressionam até as almas dos hereges. Qualquer tentativa de interpretação à luz do magistério tradicional da Igreja pode levar o cristão à loucura. Que o Santo Padre nos perdoe, mas é melhor continuarmos a acreditar na mesma Verdade de sempre.
A Verdade de Deus é clara, sublime e inegociável.
Basto 6/2016