Direito de não acreditar

Foi espantosa a rapidez, o pragmatismo, a disponibilidade e a clareza com que o Vaticano se prontificou a contrariar a informação de que haveria mais sobre o Segredo de Fátima do que aquilo que fora publicado no ano 2000. Face a esta resposta, o blogue One Peter Five, responsável pelo reacender desta questão, confrontou novamente a sua fonte e recebeu a confirmação da informação inicial, que aliás converge com outras fontes credíveis.

comunicato
Bollettino – Sala Stampa della Santa Sede

Este comunicado anónimo, emitido através do gabinete de imprensa da Santa Sé, mostra pelo menos três coisas:

  • Apesar de todas as ambiguidades da “nova pastoral da família”, as altas autoridades eclesiásticas em Roma sabem falar de forma curta, clara e direta, quando querem.
  • Apesar de bons padres e bispos católicos, como D. Athanasius Schneider, não terem ainda recebido a resposta aos urgentes pedidos de clarificação da Amoris Laetitia para evitar o sacrilégio em massa, uma informação lateral publicada num órgão de comunicação quase irrelevante dá origem a um rápido desmentido oficial do Vaticano.
  • Fátima ainda provoca calafrios a muita gente importante dentro do Vaticano.

Já passaram mais de três anos desde a resignação de Bento XVI, período durante o qual assistimos, quase diariamente, pelas notícias, a uma sucessão de escândalos no topo da hierarquia católica, face aos quais, o Papa Emérito praticamente nunca quebrou os seus votos de recolhimento, silêncio, humildade e obediência. No entanto, agora querem que acreditemos que ele interrompeu a sua vida de clausura para chamar mentiroso a um amigo ou, em alternativa, para chamar mentiroso a um irrelevante desconhecido que afirma ter falado com um amigo seu?

Certo…

Da nossa parte, temos o direito de não acreditar nisso! Pelo menos até vermos a gravação dessas declarações ou outro documento mais credível.

Que Deus proteja o Santo Padre Bento XVI.

 

Basto 5/2016