Portugal jurou confessar e defender eternamente a doutrina da Imaculada Conceição, dois séculos antes da sua definição dogmática.

“E da mesma maneira prometemos e juramos […] confessar e defender sempre (até dar a vida sendo necessário) que a Virgem Maria Mãe de Deus foi concebida sem pecado original, esperando com grande confiança que por meio desta Senhora (Deus) nos ampare e defenda de nossos inimigos para glória de Cristo nosso Deus, exaltação da nossa Santa Fé Católica Romana, conversão das gentes e redução dos hereges.”

El-Rei Dom João IV, Lisboa, 25 de março de 1646; in Veritatis, 08/12/2020.

Os painéis acima, que pertencem à fachada exterior da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Válega, Ovar, invocam a definição dogmática Papa Pio IX na sua bula Ineffabilis Deus, em 8 de dezembro de 1854.

Basto 12/2020

Papa Francisco nega o dogma da Imaculada Conceição

Durante a audiência geral do passado dia 21 de dezembro, enquanto se referia ao presépio, o Santo Padre negou subtilmente a Imaculada Conceição de Maria.

Catecismo da Igreja Católica:

491. Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, «cumulada de graça» por Deus (139), tinha sido redimida desde a sua conceição. É o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, procla­mado em 1854 pelo Papa Pio IX:

«Por uma graça e favor singular de Deus omnipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada intacta de toda a mancha do pecado original no primeiro instante da sua conceição» (140).

(In Vatican.va, 2018)

Basto 12/2018

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Hoje é dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rainha e padroeira do Brasil.

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Se pensarmos bem, Nossa Senhora da Conceição foi sempre rainha e padroeira do Brasil, da Terra de Vera Cruz, muito antes ainda de 1904 e 1930, e até mesmo antes da sua miraculosa aparição em 1717 no rio Paraíba.

No dia 25 de Março de 1646, quando D. João IV proclamou solenemente Nossa Senhora da Conceição como rainha e padroeira de Portugal, as terras brasileiras eram também parte do Reino de Portugal, com efeito, e tal como outros territórios espalhados pelo mundo, foram igualmente contempladas nessa aclamação. A partir dessa data, os monarcas portugueses nunca mais usaram coroa real, como sinal de humildade e obediência para com aquela que consideravam a verdadeira soberana do Reino de Portugal.

A essência da portugalidade confunde-se de facto com a devoção a Nossa Senhora, é uma aliança antiga que nos leva até ao berço da nacionalidade. Não admira que, exatamente 200 anos depois de Paraíba, Nossa Senhora tenha escolhido Fátima para aparecer vestida de Sol e anunciar ao mundo o triunfo do seu coração imaculado.

Com a definição dogmática decretada por Pio IX, em 1854, e as aparições de Lourdes, em 1858, a devoção à Nossa Senhora da Conceição, mais do que substituída ou piedosamente confundida, foi sendo gradualmente assimilada pela devoção à Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Enquanto a primeira se refere à conceção do Menino Jesus por ação do Espírito Santo, a segunda diz respeito à conceção da própria Virgem Maria sem pecado original. Apesar de serem conceitos distintos, não são antagónicos, aliás complementam-se, uma vez que Maria foi concebida sem a mínima macha de pecado, ou seja Imaculada, para conceber o Menino Jesus no seu ventre, para ser a mãe de Deus.

Atualmente, a Nossa Senhora da Imaculada Conceição é considerada a padroeira não só de Portugal mas de toda a lusofonia espalhada pelo mundo.

Como a Nossa Senhora da Conceição do rio Paraíba apareceu muito antes da independência do Brasil, também se justifica que a sua devoção se estenda, no mínimo, a todo o espaço geográfico correspondente à lusofonia, por razões de pertença histórica e de proximidade religiosa e cultural.

Basto 10/2016

A invulgar estátua de N.ª Sr.ª da Humildade da Capela Imaculada

O sr. Pe. Joaquim Félix, professor de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, apresenta-nos, num programa emitido pela Agência Ecclesia, a invulgar estátua de Nª Srª da Humildade da Capela Imaculada, que é assim:

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In Agência Ecclesia, 24/03/2016

A Capela Imaculada é um belo trabalho de intervenção arquitetónica, da responsabilidade do gabinete Cerejeira Fontes, na capela do Seminário de N.ª Sr.ª da Conceição, em Braga. Contudo, se tivermos em conta o ponto de partida, parece mais um trabalho encomendado pelo próprio Martinho Lutero. Elimina-se o presbitério, o altar-mor com o seu sacrário e também os santos, para se recriar um espaço amplo, de chão nivelado, pobre em iconografia, seguindo um linha teológica neoprotestante de cariz urbana.

Mais ou menos no centro do templo, inventou-se um lugar para colocar a “santinha” do escultor Asbjörn Andresen. Como os altares escasseiam, ela aparece – literalmente – sentada numa simples cadeira comum. Uma imagem sem graça que representa – segundo eles – a Virgem Cheia de Graça, mas não é mais do que uma evidência da desgraça em que caiu uma grande parte da Igreja Católica atual.

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In Agência Ecclesia, 24/03/2016

O sr. Pe. Félix explica-nos que a imagem é inspirada na iconografia ibérica, mas como nunca se viu tal coisa nas belas igrejas portuguesas e espanholas, só pode estar a referir-se aos “cabeçudos” que acompanham os “Zés Pereiras” nos arraiais minhotos.

Para além de representar um insulto à Mãe de Deus, bem como aos seus devotos, esta imagem levanta ainda outras questões relacionadas com o seu culto… Como é que se transporta uma santa destas numa procissão? Como é que os seminaristas se prostram para recitar o rosário? Será que alguém irá mesmo recitar o rosário a esta imagem? Será que alguém ainda reza o rosário?

 

 

 

Como aquilo é em Braga, quem quiser de facto rezar o terço em honra da Imaculada Conceição de Maria, o melhor será subir até à Basílica do Sameiro. Essa orgulha-se de ser um dos primeiros santuários do mundo construídos em honra da Imaculada Conceição de Maria, depois da definição dogmática decretada por Pio IX. O mesmo Papa que benzeria a bonita estátua da Imaculada Conceição aí presente no altar principal, e conforme se diz por lá, “mais bela só no Céu”.

As artes devem estar ao serviço da Fé e não o contrário.

Basto 3/2016