Adaptação inspirada na mensagem do Papa Francisco na viajem apostólica ao Cáucaso, em 2016.
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Basto 3/2018
Adaptação inspirada na mensagem do Papa Francisco na viajem apostólica ao Cáucaso, em 2016.
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Basto 3/2018
ROMA, 19 de maio, 2017 (LifeSiteNews) – A profecia da Irmã Lúcia, vidente de Fátima, de que a batalha final entre Deus e Satanás será sobre o casamento e a família está a ser hoje cumprida, afirmou um cardeal discursando numa conferência católica em Roma.
“O que disse a Irmã Lúcia naqueles dias está a cumprir-se nestes nossos dias”, disse o Cardeal Carlo Caffarra, um dos signatários dos dubia que é arcebispo emérito de Bolonha e ex-membro do Conselho Pontifício para a Família, numa sessão de perguntas e respostas posterior ao seu discurso.
Caffarra fez os seus comentários no IV Fórum anual da Vida em Roma. Depois da sua apresentação, o cardeal Raymond Burke, outro signatário dos dubia, pediu para que os fiéis católicos “trabalhem para a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria”.
O cardeal Caffarra, que é o presidente fundador do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre o Matrimónio e a Família, fez os seus comentários a respeito da “batalha final” em alusão a uma carta que escreveu à Ir. Lúcia, no início dos anos 80, para pedir as suas orações, quando iniciou a sua nova tarefa de fundar o instituto. Ele nunca esperara uma resposta.
Porém, para sua surpresa, Caffarra recebeu uma longa carta assinada pela Ir. Lucia, na qual falava sobre a “batalha final” que chegaria no fim dos tempos.
A vidente de Fátima escreveu que “a batalha final entre o Senhor e o reino de Satanás será a respeito do Matrimónio e da Família. Não temam, acrescentou, porque qualquer pessoa que atue a favor da santidade do Matrimónio e da Família será sempre combatida e enfrentada de todas as formas, porque este é o ponto decisivo. Depois concluiu: entretanto, Nossa Senhora já esmagou sua cabeça’”.
A carta está agora nos arquivos do Instituto Instituto João Paulo II para Estudos sobre o Matrimónio e a Família.
Caffarra explicou, durante a sua apresentação, que existem duas forças que se opõem uma à outra na batalha. Uma é o “Coração ferido do Crucificado-Ressuscitado”, que chama a todos os homens para si mesmo. A outra é o “poder de Satanás, que não quer ser expulso do seu reino”.
O cardeal disse que o lugar onde esta batalha acontece é o coração humano.
“Jesus, a Revelação do Pai, exerce forte atração para Si mesmo. Satanás trabalha contra isso, para neutralizar a força atrativa do Crucificado-Ressuscitado. A força da verdade que nos torna livres atua no coração do homem. A força satânica da mentira é a que faz de nós escravos”, disse ele.
As duas forças de atração dão origem a duas culturas, afirmou, a “cultura da verdade e a cultura da mentira”.
“Há um livro na Sagrada Escritura, o último, o Apocalipse, que descreve o confronto final entre os dois reinos. Nesse livro, a atração de Cristo toma a forma de triunfo sobre os poderes inimigos comandados por Satanás. É um triunfo que surge depois de um longo combate. Os primeiros frutos da vitória são os mártires”, disse ele.
Caffarra disse ainda que o aborto legalizado provém da “cultura da mentira”, onde o “crime” de assassinar um ser humano é visto como um “bem”.
O aborto é um “ato sacrílego”, disse ele, acrescentando que é a “negação mais profunda da verdade do homem”.
“A razão pela qual o homem não deve derramar o sangue do homem é porque o homem é a imagem de Deus. Através do homem, Deus habita na Sua criação. Essa criação é o templo do Senhor porque o homem habita nela. Violar a intangibilidade da pessoa humana é um ato sacrílego contra a Santidade de Deus. É a tentativa satânica de gerar uma anti-criação. Ao enobrecer a matança de seres humanos, Satanás lançou as bases para sua criação: remover da criação a imagem de Deus, obscurecer Sua presença nela”, disse ele .
O cardeal explicou que o “casamento” homossexual também provém da “cultura da mentira”, uma vez que “nega completamente a verdade do casamento” conforme procede da “mente de Deus, o Criador”.
“A Divina Revelação disse-nos como Deus entende o casamento: a união legal de um homem e uma mulher, a fonte da vida. Na mente de Deus, o casamento tem uma estrutura permanente, baseada na dualidade do modo humano de ser: feminilidade e masculinidade. Não dois polos opostos, mas um com e para o outro”, disse ele.
“A união entre um homem e uma mulher, que se tornam uma só carne, é cooperação humana no ato criador de Deus”, acrescentou.
Satanás, ao impulsionar as mentiras do aborto e da homossexualidade, está a tentar destruir os dois pilares mais importantes da criação, a “pessoa humana” criada à imagem de Deus e a “união conjugal” entre um homem e uma mulher.
“A elevação axiológica do aborto a direito subjetivo é a demolição do primeiro pilar. O enobrecimento de uma relação homossexual, equiparando-a ao casamento, é a destruição do segundo pilar “, afirmou Caffarra.
O objetivo final de Satanás é “construir uma anti-criação real”, uma “criação alternativa”, onde Deus e todos os sinais da sua beleza e bondade foram apagados.
“Este é o último e terrível desafio que Satanás está a lançar contra Deus”, acrescentou o Cardeal.
Ser um fiel seguidor de Cristo nestes tempos significa “testemunhar… aberta e publicamente” a verdade da criação de Deus a respeito da dignidade da pessoa humana e do casamento.
“Alguém que não testemunha desta maneira é como um soldado que foge no momento decisivo da batalha. Já não somos testemunhas mas desertores, se não falarmos aberta e publicamente”, disse ele.
Caffarra elogiou os eventos pró-vida da Marcha pela Vida que acontecem em todo o mundo como um “grande testemunho” da verdade a respeito do valor de cada pessoa.
Ele comparou os cristãos que defrontam o pecado aos médicos que combatem a doença, explicando à audiência que tal como perante a doença não pode haver acordo de paz, o mesmo acontece com o pecado.
“Seria um médico terrível aquele que adotasse uma atitude irenista (voltada para a paz) perante a doença”, disse ele. O significado do ditado de Santo Agostinho “Amar o pecador, odiar o pecado”, explicou o cardeal, significa “caçar o pecado”. Persegui-lo nos lugares escondidos das suas mentiras e condená-lo, trazendo à luz a sua insubstancialidade”.
Nota da edição: o conteúdo do artigo acima é da inteira responsabilidade do seu autor, salvo algum eventual erro de tradução. Sempre que possível, deve ser lido na sua edição original.
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Basto 5/2017
O Magistério da Igreja Católica, em matérias de matrimónio, família e amor conjugal, foi sujeito a uma avaliação, durante todo o processo sinodal que agora se encerra. Desde as paróquias, passando pelas dioceses e pelas conferências episcopais, até às duas assembleias sinodais, todos os fieis foram chamados a pronunciar-se sobre várias questões relacionadas com o tema da família. Foram levantadas e debatidas várias questões controversas, algumas por iniciativa do próprio Santo Padre, as quais colocaram em causa a continuidade da hermenêutica tradicional do Magistério da Igreja.
Finalmente, o Papa Francisco publicou a exortação apostólica, Amoris Laetitia, e todas as questões levantadas deveriam estar agora esclarecidas, mas as dúvidas persistem, dada a variedade de interpretações a que o documento se presta.
Neste momento, um pouco por todo o lado, pergunta-se o seguinte:
A “teóloga” Vicky Pollard ajuda-nos, de uma forma simples e pragmática, a perceber a nova resposta para todas estas e outras questões semelhantes.
Tradução: Sim, mas não, mas sim, mas não, mas sim, mas não, mas…
Ou em alternativa, de forma não menos simples nem menos pragmática, podemos seguir o tradicional Magistério da Igreja, nestas e noutras questões morais, doutrinais ou pastorais, cuja resposta foi sempre bem clara e segura.
Basto 4/2016
A apenas algumas horas da publicação da exortação apostólica pós-sinodal, “A Alegria do Amor”, marcada para amanhã, dia 8 de abril, pelas 11:30 (hora de Roma), os sinais são todos preocupantes. Que Nossa Senhora de Fátima nos ajude nesta hora derradeira.
Apesar de a esmagadora maioria dos Padres Sinodais, nas duas sessões realizadas, ter-se expressado inequívocamente no sentido da preservação do tradicional entendimento católico sobre família e o casamento, não constam entre os apresentadores da exortação apostólica algum defensor da integridade da doutrina tradicional da Igreja. Deste modo, quem estará presente na apresentação da Amoris Laetitia será, respetivamente, o Cardeal Baldisseri, o Cardeal Schonborn e um casal de leigos formado por Francesco Miano e Giuseppina de Simone.
a) O Cardeal Baldisseri tornou-se conhecido pela forte manipulação do Sínodo de 2014 em favor da herética e minoritária fação kaspariana, facto que daria origem à revolta do Cardeal Pell. Baldisseri terá sido também, pelo que se diz por aí, o responsável pelo desaparecimento dos livros “Permanecer na Verdade de Cristo” que defendiam a doutrina católica sobre a família e se destinavam aos Padres Sinodais.
b) O Cardeal Schonborn defende abertamente a admissão de adúlteros à Sagrada Comunhão. Terá sido também ele que, alegadamente, esteve por trás da manobra para reconhecer “elementos positivos” nas “uniões homossexuais”.
c) O casal Francesco Miano e Giuseppina de Simone é composto por dois académicos italianos. Ele é um filósofo especializado em ética e moral, e ela é uma moderna teóloga. Não são garantia de defesa dos valores tradicionais da Igreja.
O Papa recebeu, durante a audiência geral desta semana, na Praça de São Pedro, um grupo de elementos da associação “L’Anello Perduto”, apenas a dois dias da publicação da exortação apostólica sobre a família. Trata-se de uma associação de apoio a divorciados civilmente recasados, da diocese italiana de Fossano.
O herético Cardeal Kasper, considerado por muitos como o teólogo do Papa, tem-se mostrado certo de que o Santo Padre irá introduzir as suas heresias na exortação apostólica, apesar destas terem sido veemente rejeitadas pelos Padres Sinodais.
Numa carta enviada a todos os bispos do mundo, o Vaticano pretende preparar os fiéis de todas as dioceses para o conteúdo da exortação apostólica. Isto faz temer, à partida, algum conteúdo de difícil digestão, caso contrário, por que razão haveria necessidade de dar aos bispos pistas para interpretação da exortação apostólica? A secretaria-geral do Sínodo pede aos bispos que, nas suas dioceses, apresentem publicamente a exortação do Papa, informando que esta “não pretende mudar”, mas sim “recontextualizar” (?) a doutrina do Evangelho sobre o matrimónio e a família…
Para já, e que se saiba, não estará presente algum dos cardeais que defenderam publicamente a doutrina tradicional da Igreja sobre moral e casamento durante os trabalhos do Sínodo da Família. Mas entre os grandes ausentes, destaca-se o Cardeal Gerhard Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. O mesmo que, pelo que se sabe, apresentou uma proposta de cerca de 40 páginas com sugestões de revisão ao documento.
Ao longo dos últimos tempos, o Santo Padre tem dado a entender que algumas questões devem ser descentralizadas e resolvidas a nível local, pelas conferências episcopais ou pelos bispos individualmente. Tem dito também que deve haver um “caminho” de “integração” dos divorciados recasados – podemos presumir que seja – em direção à comunhão eucarística, contudo, nunca refere a necessidade de conversão dessas pessoas, a necessidade de verdadeira reconciliação com Deus que só pode ser através da rejeição do adultério.
Ninguém espera um apelo do Papa Francisco à mudança doutrinária sobre a moral familiar ou o Matrimónio. No entanto, muitos temem que a adulteração doutrinária possa vir a acontecer, na prática, através de uma transferência da autoridade moral para esferas regionais ou locais. Ou (e) ainda pela via pastoral, admitindo, na prática, que esta seja diferente da doutrina, o que seria aberrante e desolador.
Se a doutrina moral se descentralizar, a Igreja acabará por ruir. A moral e os dogmas não podem ser modificados localmente. O que é pecado num lugar, não deixa de o ser no outro, e o acesso à comunhão não pode ser feito quando alguém se encontra objetivamente e situação de pecado grave, como é o caso do adultério. Por outro lado, essa situação daria origem à criação de offshores onde o pecado passaria a ser considerado lícito, dependendo da abundância de misericórdia episcopal locais… Uma loucura, o caos!
Pregar uma coisa e admitir outra, contrária à que se ensina, também não faz sentido nenhum. A pastoral tem de ser o reflexo da doutrina, sempre assim foi e será.
A aprovação da possibilidade de dar a comunhão a divorciados “recasados”, ainda que remetida para a categoria de eventualidade, e para depois de um longo “percurso penitencial”, por exemplo, encerraria completamente o caminho da verdadeira conversão. Ou seja, eliminaria qualquer esperança de regularização do status matrimonial das pessoas que vivem em adultério, afastá-las-ia da reconciliação, conduzindo-as, em última análise, à condenação eterna.
a) No melhor dos cenários, o mais provável apesar de todos os sinais negativos que vemos no horizonte, aliamos-nos ao Santo Padre na defesa da doutrina tradicional da Igreja, do matrimónio e dos valores morais cristãos.
b) Se o pior acontecer, o que apesar de tudo é ainda bastante improvável, a partir de amanhã, não haverá dúvidas de que esse desastre estava previsto no Segredo de Fátima desde 1917. Um cenário que obrigará a Igreja Militante a resistir com todas as forças e a rezar para que o Espírito Santo guie o Santo Padre pelo caminho de Deus. O mesmo caminho que nos foi revelado através das Sagradas Escrituras e dos cerca de 2000 anos de Tradição da Santa Igreja Católica e Apostólica.
Neste cenário, as orações e a penitência terão de ser também conduzidas, de forma prioritária, para todos aqueles que cairão nas malhas diabólicas da falsa doutrina ou – se quisermos – da falsa pastoral.
Como Sugere o Pe. John Hunwicke (ex-padre anglicano que agora é padre católico):
Fiquemos sempre do lado da Verdade, e com confiança, porque já sabemos que neste “confronto final entre Deus e Satanás [que] será sobre a família e a vida”, a Verdade acabará por prevalecer.
“18Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela.”
(Mateus, 16)
Basto 4/2016