Frases que nos fazem pensar: Pe. James Martin SJ

m.james.martin.metallica“É surpreendente que a maioria dos católicos LGBT se sintam como leprosos na Igreja? […] Eles foram tratados como leprosos pela Igreja. Nunca subestimem a dor que as pessoas LGBT experimentaram – não apenas nas mãos da igreja, mas da sociedade em geral.”

(Pe. James Martin SJ, autor, articulista na revista dos jesuítas America, ativista LGBT e – recentemente nomeado pelo Papa Francisco – Consultor da Secretaria da Comunicação da Santa Sé)

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Contexto da frase:

Discurso proferido pelo sacerdote jesuíta americano em Dublin, no dia 23 de agosto, no Encontro Mundial das Famílias 2018, sob o título “How parishes can welcome L.G.B.T. Catholics”; in America, 28/08/2018 – tradução livre.

Basto 8/2018

Papa Francisco escreve ao Patriarca de Lisboa

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O Papa Francisco enviou uma carta ao Patriarca de Lisboa de agradecimento e encorajamento em relação à aplicação do polémico capítulo VIII da Exortação Apostólica Amoris laetitia.

carta

Amado Irmão Cardeal
D. Manuel José Macário do Nascimento Clemente
Patriarca de Lisboa

 

Venho agradecer-lhe o envio, por ocasião da Quaresma passada, da Nota que dirigiu aos sacerdotes do Patriarcado sobre a aplicação do capítulo VIII da Exortação Apostólica Amoris laetitia.

Esta sua aprofundada reflexão  encheu-me de alegria, porque reconheci nela o esforço do pastor e pai que, consciente do seu dever de acompanhar os fiéis, quis fazê-lo começando pelos seus presbíteros para poderem cumprir da melhor forma o ministério.

As situações da vida conjugal constituem, hoje, um dos campos onde tal acompanhamento é mais necessário e delicado. Por isso mesmo, quis chamar o Colégio Episcopal a um itinerário sinodal prolongado, que propiciasse – apesar das dificuldades inevitáveis – a maturação de orientações compartilhadas em benefício de todo o povo de Deus.

Assim, ao exprimir-lhe a minha gratidão, aproveito o ensejo para encorajar o Irmão Cardeal e seus colaboradores no ministério pastoral – in primis os sacerdotes – a prosseguirem, com sabedoria e paciência, no compromisso de acompanhar, discernir e integrar a fragilidade, que de variadas formas se manifesta nos cônjuges e nos seus vínculos. Um compromisso que, se por um lado requer de nós, pastores, não pouco esforço, por outro regenera-nos e santifica-nos, pois tudo é animado pela graça do Espírito Santo, que o Senhor Ressuscitado concedeu aos apóstolos para a remissão dos pecados e o solícito tratamento de todas as feridas.

Na alegria de partilhar consigo, amado Irmão, esta doce e exigente missão, asseguro a lembrança da sua pessoa na minha oração e, pedindo-lhe que reze por mim também, de coração o abençoo juntamente com o presbitério e toda a comunidade diocesana do Patriarcado de Lisboa. 

 

Vaticano, 26 de junho de 2018

Franciscus

 

(in sítio oficial do Patriarcado de Lisboa, 26/06/2018)

Esta carta causa alguma estranheza, tanta como a sua publicação na página oficial do Patriarcado de Lisboa, uma vez que parece um documento pessoal…

Nesta altura já ninguém tem dúvidas relativamente ao que o Santo Padre entende por “acompanhar, discernir e integrar a fragilidade”. Resta saber como D. Manuel Clemente irá interpretar este encorajamento do Bispo de Roma, tendo em conta que o Patriarca de Lisboa, apesar de tudo, tem constituído a maior força visível de atrito no episcopado português relativamente à novíssima pastoral de abertura da Sagrada Comunhão aos divorciados “recasados”.

Basto 7/2018

A “Alegria do Amor” em Viseu

Como tínhamos aqui avançado anteriormente, o agora administrador apostólico da diocese de Viseu, D. Ilídio Leandro, acaba de publicar um “documento pastoral” que porá em prática os novos ensinamentos do Papa Francisco sobre o matrimónio e a família na sua diocese. O referido documento intitula-se “Acompanhar, discernir, integrar” e deverá contemplar a possibilidade de os divorciados “recasados” acederem aos sacramentos nos termos previstos pela controversa exortação Amoris Laetitia.

“Se a sua situação na comunidade cristã e a sua relação com todos os que foram importantes no seu primeiro casamento não mantém feridas por sarar”, então o caminho para a paz está a ser realizado com sucesso, lembrou D. Ilídio, como pressuposto para a possibilidade de uma integração tranquila na comunidade cristã, vivendo a plenitude dos sacramentos.

(in Página oficial da Diocese de Viseu, 28/06/2018)

Presume-se que seja um documento que irá ao encontro daqueles queparafraseando o Pe. Armando Esteves, Vigário Geral da Diocese de Viseu – foram levados a assumir um segundo matrimónio”.

Basto 7/2018

Diocese de Leiria-Fátima abre Sagrada Comunhão aos adúlteros

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Como se esperava, chegou agora a vez de D. António Marto publicar o seu documento que lança a prática de Amoris Laetitia* na diocese de Leiria-Fátima nos termos desejados pelo Papa Francisco. Os adúlteros poderão agora aceder à Sagrada Comunhão também na diocese portuguesa onde a Mãe de Deus veio dizer-nos que “os pecados que levam mais almas para o Inferno são os da carne” e que “muitos matrimónios não são bons, não agradam a Nosso Senhor e não são de Deus”.

O método de “discernimento” proposto pelo futuro cardeal D. António Marto foi assumidamente inspirado na heresia bracarense, mas apresenta algumas nuances trágico-cómicas dignas de nota, particularmente no que se refere ao exercício experimental pelo qual deverá passar a pessoa adultera e que deverá produzir resultados ao fim de 15 dias!

A diocese propõe que o adúltero viva uma semana de acordo com o ensinamento constante da Igreja, sendo convidado a “não aceder aos sacramentos”, porém, a partir do oitavo dia, deverá “fazer o oposto” durante toda a semana para experimentar também a nova solução de misericórdia do Papa Francisco.

Numa fase posterior (3ª semana?), o adúltero terá de elaborar “uma lista de ‘prós’ e ‘contras’ de aceder aos sacramentos” (onde, eventualmente, ponderará determinados pormenores como o destino eterno da sua alma, entre outros aspetos)… Depois de observado esse procedimento, o adúltero estará então em condições de tomar uma decisão “racional”.

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Síntese dos “passos” necessários para os adúlteros poderem ter “acesso aos sacramentos” na diocese de Leiria-Fátima; baseado em “Guia Prático para o Percurso de Discernimento Acompanhado” da Diocese de Leiria-Fátima, junho de 2018.

À semelhança do que prevê o método discernimental da diocese de Portalegre-Castelo Branco, para além das conclusões “sim” e “não”, disponibilizar-se-á ainda uma terceira via destinada a quem reconhecer que a sua relação adúltera ainda não atingiu suficiente maturidade espiritual.

No que diz respeito ao acesso aos sacramentos, propõem-se os dois passos seguintes:

1. Fazer um exercício de conclusão do discernimento, como se segue: durante uma semana, rezar e viver como se a decisão fosse não aceder aos sacramentos, tomar consciência do que se vai sentindo, dos sentimentos espirituais, do que há de paz ou inquietação; na semana seguinte, fazer o oposto… rezar e viver como se a decisão fosse aceder aos sacramentos, tomando nota dos movimentos espirituais sentidos. Assim, vai-se percebendo por onde Deus chama, o que dá mais paz, o que aproxima mais d’Ele, da vida cristã e dos outros.

2. Para confirmar, através de um processo racional e a partir de tudo o que se leu, rezou, partilhou e ouviu, faça-se uma lista, em duas colunas, de ‘prós’ e ‘contras’ de aceder aos sacramentos. Noutro tempo, faça-se o mesmo processo com a possibilidade de não aceder aos sacramentos. Depois de “selecionados” os ‘prós’ e os ‘contras’ de uma e de outra possibilidades, ver o que se revela mais evidente. Como afirmado no início, pode ser: 1) aceder aos sacramentos; 2) não aceder aos sacramentos; 3) para já não, há passos ainda a dar na nossa vida e o discernimento deve continuar.

(Guia Prático para o Percurso de Discernimento Acompanhado; in Página Oficial da Diocese de Leiria-Fátima, junho de 2018.)

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Cartaz do musical “O Dia em que o Sol Bailou” encomendado pelo Santuário de Fátima para a celebração Centenário das Aparições; in página oficial do Santuário de Fátima.

* Voltamos aqui a repetir de forma clara para todos aqueles que ainda não puderam ou não quiseram compreender: A prática de Amoris Laetita, no sentido pretendido do conceito, consiste em obter/dar absolvição sacramental e receber/dar a Sagrada Comunhão apesar do adultério.

Que diriam os pastorinhos de todas estas modas loucas que chegaram a Fátima?

Basto 6/2018

Prática de Amoris Laetitia será implementada na diocese de Portalegre-Castelo Branco

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Sem surpreender, o bispo D. António Dias escreveu uma carta pastoral que lançará a prática de Amoris Laetitia na diocese de Portalegre-Castelo Branco. De acordo com a Rádio Renascença, através deste documento, D. António dá algumas orientações para ajudar os divorciados a viver em nova união…

O bispo da Diocese de Portalegre–Castelo Branco escreveu uma carta pastoral com o título “A Bem da Família”, na qual oferece algumas “orientações positivas” de ajuda aos divorciados a viver em nova união.

(in Renascença, 07/06/2018)

O método de “discernimento” proposto por D. António Dias, o qual poderá abrir a Sagrada Comunhão a um adúltero, se este assim o entender, passará por cinco fases, conforme se explica no jornal Reconquista. Chegando à fase 4, o adúltero deverá tomar uma decisão que pode ser “sim, não ou para já não” e na fase 5 será confirmado nessa decisão.

E assim, a nova misericórdia do Papa Francisco invade agora a Beira Baixa e o Alto Alentejo, encontrando menor resistência do que os espanhóis durante a Guerra das Laranjas…

Basto 6/2018

Bispo de Leiria-Fátima será criado cardeal no próximo mês

O Santo Padre anunciou o nome de D. António Marto, atual bispo de Leiria-Fátima, entre os 14 novos cardeais da Igreja Católica que serão criados no próximo consistório do dia 29 de junho.

É um ato de confiança pessoal do Papa. Pois eu creio que é um ato de confiança pessoal do Papa na minha humilde pessoa.

(D. António Marto, in Ecclesia, 20/05/2018)

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Já estive em duas audiências com o Santo Padre, o Santo Padre conhece bem o que eu penso e sabe que tem em mim um apoiante de toda esta reforma que ele está a fazer na Igreja… Uma reforma por uma Igreja mais evangélica, uma Igreja mais próxima, uma Igreja mais misericordiosa e ele nisso pode contar comigo.

(D. António Marto, in Ecclesia, 20/05/2018)

Talvez D. António Marto entenda que Igreja não era suficientemente misericordiosa antes do Papa Francisco… E quando falamos da misericórdia do Papa Francisco, o tema da abertura da Sagrada Comunhão a adúlteros é incontornável, uma vez que, até agora, essa é incontestavelmente a grande marca do seu “misericordioso” pontificado.

“Conversão”, “misericórdia” e “casamentos que não são de Deus” são temas centrais na mensagem de Fátima, portanto é natural que o bispo de Fátima se interesse por eles, ainda para mais quando, por coincidência, até possui o mesmo apelido de dois dos videntes das aparições.

Muitos matrimónios não são bons, não agradam a Nosso Senhor e não são de Deus.

(Santa Jacinta Marto, palavras proferidas durante a fase terminal da sua vida, no Orfanato de Nª Sª dos Milagres, em Lisboa)

 

À boa maneira de Francisco, também D. António Marto defende a necessidade de conversão… dos pastores!

Um método…

O método proposto na exortação pontifícia [Amoris Laetitia] requer uma conversão dos pastores e das comunidades para admitirem a diversidade de situações.

(D. António Marto, discurso de abertura da “Escola Razões da Esperança” a 27 de setembro de 2016; in Diocese de Leiria-Fátima, 28/09/2016)

Um desafio…

O Papa deixa o desafio de uma «conversão pastoral» que se traduza numa «maneira nova de ser pastores por parte de padres e bispos».

(D. António Marto ao jornal Presente Leiria-Fátima; in Ecclesia, 12/04/2016)

Um golpe de génio…

O Papa Francisco, de modo genial, introduziu uma mudança da disciplina sem pôr em causa a doutrina sobre o matrimónio e a família.

(D. António Marto ao jornal Presente Leiria-Fátima in Ecclesia, 12/04/2016)

Em 2015, um ano antes da publicação da controversa exortação apostólica Amoris Laetitia, foi D. António Marto que, segundo o jornal Sol, liderou o grupo de bispos da Região Centro que pretendia abrir a Sagrada Comunhão aos adúlteros nos termos propostos pelo herético cardeal D. Walter Kasper e elogiados pelo próprio Papa Francisco.

Chegou o momento do reconhecimento pelo seu apoio, conforme o próprio bispo de Leiria-Fátima admitiu.

Basto 5/2018

Diocese de Viseu abrirá a Sagrada Comunhão a adúlteros já neste Verão

henriqueviii.jpgA “Alegria do Amor” chegou a Viseu. Sem qualquer surpresa, a Ecclesia acaba de informar que o bispo de Viseu anunciara a publicação, para o dia 1 de julho próximo, do tão desejado documento que regulamenta a abertura da Sagrada Comunhão a pessoas que vivem em adultério, respondendo assim ao desejo do Papa Francisco. De acordo com a agência noticiosa da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Ilídio Leandro pede que “não se tenha uma atitude legalista” perante as (inovadoras) “propostas” do Santo Padre.

“O capítulo 8 (da Exortação Apostólica Amoris Laetitia) abriu às situações irregulares [*] a possibilidade dessas pessoas poderem reencontrar-se na Igreja mesmo em comunhão sacramental, no abeirar-se da reconciliação e na Eucaristia.”

(D. Ilídio Leandro in Ecclesia, 15/05/2018)

* Nota nossa: o termo “irregular” é um neologismo linguístico que corresponde, em termos objetivos, à tradicional noção católica de adultério na sua forma continuada.

Esta nova pastoral pode conduzir à erradicação do adultério (enquanto tal) em toda a região.

E lá se vai completando o mapa deste nosso triste fado

Basto 5/2018

Anunciado ataque massivo à Fé Católica em Portugal a partir da Região Centro, a região de Fátima

De acordo com o semanário Expresso, seis bispos da Região Centro terão aprovado, no passado dia 26 de fevereiro, um documento conjunto para implementar a prática de Amoris Laetitia – ou seja, dar absolvição sacramental e dar a Sagrada Comunhão apesar do adultério – nas suas dioceses. O documento conjunto, será depois publicado, com calendarizações diferentes, em cada uma das dioceses da Região Centro de Portugal.

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Esta iniciativa conjunta, a confirmar-se, permitirá, de uma forma inédita e a uma escala zonal, a revogação do ensinamento constante da Igreja no que concerne aos sacramentos do Matrimónio, da Reconciliação e da disciplina de acesso à Sagrada Comunhão em Portugal, substituindo-os pela nova misericórdia do Papa Francisco que prescinde de arrependimento e mudança de vida.

A notícia parece algo estranha, uma vez que D. António Moiteiro, bispo de Aveiro, publicou o seu documento que abre a Sagrada Comunhão a adúlteros alguns dias antes de 26 de fevereiro… Vale a pena, no entanto, tomar atenção perante o desenrolar dos acontecimentos nesta região do país onde se situa precisamente a localidade onde Nossa Senhora nos advertiu, com bastante tempo de antecedência, para a grande apostasia que temos vindo hoje incredulamente a assistir no seio da Igreja Católica.

Seguindo as mais recentes notícias referentes aos bispos nacionais, torna-se cada vez mais difícil perceber como é que “em Portugal se conservará sempre o dogma da fé”… Mas se as outras profecias de Fátima não falharam, esta também não falhará! Tenhamos confiança e façamos aquilo que nos compete.

Basto 3/2018

Frases que nos fazem pensar: D. Blase Cupich

cupich “Tudo isto [novidades introduzidas pela Amoris Laetitia] representa uma mudança de paradigma holisticamente enraizada na Escritura, na tradição e na experiência humana.”

(D. Blase Joseph Cupich, Arcebispo de Chicago, EUA, e Cardeal-presbítero de São Bartolomeu na Ilha Tiberina)

Contexto da frase:

A Revolução da Misericórdia do Papa Francisco: Amoris Laetitia como um novo Paradigma do Catolicismo(tradução livre do título original em inglês), discurso proferido na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, no dia 9 de  fevereiro de 2018, in St. Edmund CollegeUniversity of Cambridge, 23/02/2018.

Basto 2/2018

Bispo de Aveiro aprova a prática de Amoris Laetitia na sua diocese

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Agora também na diocese de Aveiro, o adultério deixa de ser um impedimento para a Sagrada Comunhão. O bispo D. António Moiteiro acaba de publicar as orientações locais para aplicação do capítulo VIII da controversa exortação apostólica Amoris Laetitia, acompanhadas de uma carta pastoral firmada com a data de 26 de novembro de 2017.

Entre outros avanços radicais, os pastores da diocese de Aveiro passarão a valorizar a “estabilidade conjugal da nova união” adúltera…

12. A estabilidade conjugal da nova união e o bem dos filhos também estão entre os critérios que orientam o discernimento pessoal e pastoral relativamente à admissão à reconciliação e à comunhão eucarística.

(in sítio oficial da diocese de Aveiro, 26/11/2017)

As orientações da diocese de Aveiro para a admissão de adúlteros à Sagrada Comunhão são assumidamente inspiradas noutros documentos não menos radicais e exóticos como o “dos bispos da região pastoral de Buenos Aires, aprovado pelo Papa, bem como o dos bispos de Malta e da Alemanha”. Enquadram-se, portanto, dentro da nova ideia de misericórdia introduzida pelo Papa Francisco, que prescinde do arrependimento e mudança de vida.

A conclusão a tirar é simples: as diretivas consagradas no capítulo VIII da Exortação Apostólica Amoris laetitia e que integram o processo de discernimento pessoal e pastoral dos católicos divorciados e constituídos em nova união com vista a serem admitidos aos sacramentos da Penitência e da Eucaristia e, porventura a outras atividades eclesiais, é um aprofundamento e não inovação que vem proporcionar uma maior dimensão equitativa à Disciplina Canónica.

Resta aguardar que o processo pessoal e pastoral proposto na Exortação Apostólica seja bem compreendido, assimilado e aprofundado para, na sua aplicação, não se desvirtuar por um rigorismo que o prive de ser resposta da misericórdia divina à fragilidade humana pecadora, ou por um laxismo que entorpeça e vulgarize o ser carácter de ser verdadeira caminhada de conversão da culpa para a reconciliação com a Igreja, Sacramento de Salvação.

(in sítio oficial da diocese de Aveiro, 26/11/2017)

Após alguma resistência inicial, parece que todos os bispos portugueses, uns atrás dos outros, decidiram revogar os ensinamentos de São João Paulo II e de Bento XVI, assim como de dois milénios de tradição cristã em relação ao Matrimónio, para fazerem a vontade ao Papa Francisco.

Já o dissemos aqui por diversas vezes, mas nunca será demais voltar a dizê-lo porque, no meio de tanto lirismo e deslumbramento, ainda há quem não consiga ou não queira entender o que hoje está verdadeiramente em causa em relação a este assunto. A prática de Amoris Laetita, no sentido pretendido do conceito, consiste em obter/dar absolvição sacramental e receber/dar a Sagrada Comunhão apesar do adultério. Esta prática, chamada “pastoral”, apesar de ser incansavelmente defendida pelo Papa Francisco desde o início do seu sinistro pontificado, está em profunda contradição com a verdade cristã sobre os sacramentos da Reconciliação e do Matrimónio, ao mesmo tempo que leva à prática de sacrilégios contra a Sagrada Eucaristia.

Basto 2/2018

O Patriarca de Lisboa e as hienas

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Se há coisa de que ninguém pode acusar D. Manuel Clemente é de não ser diplomático, de não procurar consensos. Mas até onde pode ir a diplomacia? Será realmente possível conciliar o constante e infalível ensinamento da Igreja com esta nova “misericórdia” do Papa Francisco que prescinde de arrependimento e mudança de vida?

Há dias, D. Manuel Clemente surpreendeu toda a gente quando disse ao mundo que aplicaria, “com certeza, as indicações que os bispos de Buenos Aires elaboraram e que o Papa autenticou”, e que permitem, à luz do novo ensinamento da Amoris Laetitia, a abertura da Sagrada Comunhão a pessoas em situação de adultério prolongado. As suas palavras surgiram pouco tempo depois de, o mesmo Patriarca, ter afirmado que estaria disposto “a caminhar com o Papa nesse sentido mas, claro está, dentro da nossa tradição evangélica e daquilo que Jesus Cristo diz tão, tão, tão taxativamente acerca do matrimónio”.

Poucos dias depois, o Patriarcado de Lisboa publicava as suas próprias orientações, no entanto, a primeira coisa que propõe no processo de integração dos divorciados “recasados” que pretendem aceder aos sacramentos é “um compromisso em viver em continência [sexual]”. Um caminho à luz do magistério da Igreja, conforme tinha sido proposto pelos Papas São João Paulo II e Bento XVI. Um enorme balde de água fria em cima dos partidários da nova “misericórdia”, que pensavam que o cardeal português tinha anunciado a aprovação “pastoral” do adultério, à semelhança do que tem acontecido em outras partes do mundo católico.

As reações foram muitas e duras, principalmente da parte do clero português mais radical, sempre preocupado em agradar ao mundo. Entre outras:

“D. Manuel é bispo de Lisboa e as suas orientações não são para a Igreja em Portugal nem vinculam as outras dioceses.”

(Pe. Mário Tavares de Oliveira, assistente diocesano do departamento da pastoral da Família de Évora, in Público, 09/02/2018)

 

“Provavelmente essa proposta é um bocadinho irreal […].”

(Manuel Queirós da Costa, do secretariado diocesano da pastoral da família de Vila Real, in Público, 09/02/2018)

 

“Pessoalmente nunca proporia uma coisa dessas a alguém que vive em casal.”

(Cónego Miguel Abreu, in Público, 09/02/2018)

 

“Não competirá ao confessor nem ao guia espiritual, e creio que muito menos aos bispos, imiscuir-se nessa questão.”

(Pe. Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, in Público, 09/02/2018)

 

“Não tenho o direito de proibir nada a ninguém. Tenho é de ajudar a refletir”

(Pe. Feytor Pinto, in Visão, 08/02/2018)

 

“[O documento é] exagerado e inoportuno.”

(Pe. Vítor Melícias, in Visão, 08/02/2018)

 

“É um ato da teologia das palavras cruzadas. Um delírio.”

(Frei Bento Domingues, in Expresso, 11/02/2018)

Na Ilha da Madeira, não chegaram a chamar “cubano” ao Patriarca de Lisboa, é verdade, mas um pouco mais piedade e de perseverança não ficaria mal ao sr. Pe. Rodrigues.

Para o teólogo Pe. Anselmo Borges, em oposição às orientações de D. Manuel Clemente, o caminho de integração deve passar pela prática sexual, apesar do adultério, “porque, se estão [re]casados, não é propriamente para viverem como irmãos”.

Tal como Nossa Senhora previra em Fátima, em 1917, muitos dos mais altos representantes da Igreja Católica pregam agora doutrinas verdadeiramente diabólicas com as quais hão de conduzir muitas almas à perdição. A Igreja Portuguesa não é exceção.

À reação do clero português mais radical e amigo do mundo, junta-se, como era de esperar, a hostilidade do próprio mundo, insatisfeito por não conseguir ainda mandar completamente na Igreja. E lá no seu azedume natural, os líderes de opinião perguntam-se, ainda que de forma inconsciente, para quando é que a Igreja de Cristo se submeterá completamente aos preceitos morais da Nova Ordem Mundial? Uma moralidade onde nada é intrinsecamente mau e quase tudo é permitido, à exceção de urinar no portão do vizinho e lançar carbono para a atmosfera.

A notícia da publicação das orientações do Patriarcado de Lisboa abre os telejornais e faz capa na imprensa. Mas que horror! Como é que ainda há bispos e padres tão atrasados em Portugal? Que gente tão fundamentalista, rigorista e anacrónica! Mas como é que alguém ainda acredita na verdadeira doutrina de Cristo e não permite a sua adaptação à época, à moda da estação e aos desejos pessoais?

É por isso que, entre tantos outros inteligentes, João Miguel Tavares tem agora pesadelos surrealistas, sinal de que ainda consegue dormir. David Dinis preocupa-se em demasia com os pecados, não dos adúlteros, mas do próprio Patriarca. Vítor Rainho teme o impacte que o caminho de continência sexual dos adúlteros possa vir a ter nas taxas de natalidade. E Joaquim Jorge, “perplexo“, arranjou mais um tema para pensar lá no clube. Mas há mais, muito mais!

Vivemos na verdade tempos absolutamente extraordinários e fascinantes. Isto, partindo de uma perspetiva meramente empírica…

Basto 2/2018

Cardeal Vincent Nichols, da Grã-Bretanha, acolhe organização homossexualista

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Cardeal Vincent Nichols in Youtube, 2016 (entrevista à Salt and Light, 22 de outubro de 2015)

O cardeal inglês D. Vincent Nicolas, da Arquidiocese de Westminster, recomendou a organização ativista gay “Quest” (“Busca”, em português) aos seus sacerdotes. Esta organização, que se propõe a dar apoio pastoral a católicos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e afins), tinha sido censurada pelo cardeal D. Basil Hume, antigo arcebispo de Westminster, por promover o homossexualismo e defender orientações contrárias ao ensinamento da Igreja que afirma que os atos homossexuais são “intrinsecamente desordenados”.

Foi há poucos dias atrás que D. Vincent Nichols endereçou uma carta aos seus sacerdotes, a que o Life Site News teve acesso, na qual recomendava a Quest para ajudar “aqueles que vivem com uma atração pelo mesmo sexo e muitas vezes estão ansiosos sobre o seu caminho para Deus e o seu relacionamento com a Igreja”. A carta dizia ainda que “a Quest, que foi fundada em 1973, é uma organização nacional que presta apoio aos católicos LGBT, seus amigos e familiares”.

Mas que tipo de apoio pastoral presta essa organização?

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Quest  – Apoio Pastoral para Católicos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais)

Nos seus estatutos, a Quest afirma que um dos seus objetivos é reunir “leigos e leigas que buscam maneiras de conciliar a prática plena da sua fé católica com a plena expressão das suas naturezas homossexuais“. A Quest assume, na sua página da internet, que deseja ver a “aceitação das relações homossexuais pela Igreja”.

Esta organização apoiada pelo cardeal de Westminster participa nas paradas do Orgulho Gay e o seu sítio na internet apresenta, em lugar de destaque, uma oração assinada pelo famoso ativista gay britânico Pe. Bernárd Lynch.

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Sou um padre católico há mais de 40 anos. […] Estou casado com o meu marido Billy desde 1998.”

(inblogue do Pe. Bernárd Lynch – tradução livre)

Até que ponto nos surpreende a recente iniciativa do cardeal Nichols?

Se tivermos em conta que, neste mesmo ano em que se assinala o centenário das aparições de Fátima, D. Vincent Nichols consagrou a Inglaterra e o País de Gales ao Imaculado Coração de Maria, podemos ficar estupefactos com os recentes desenvolvimentos na arquidiocese de Westminster. No entanto, são conhecidos alguns precedentes problemáticos do cardeal Nichols no tratamento da questão dos “atos intrinsecamente desordenados”, em particular no que se refere à prática de sodomia. Por exemplo, em 2011, D. Vincent Nichols elogiou as uniões civis homossexuais e, em 2015, durante o Sínodo da Família, confessou a sua desilusão pelo facto de a Igreja não ter ido “suficientemente longe” no “acolhimento, respeito e valorização” dos casais homossexuais, incitando-a a fazê-lo. Ao mesmo tempo, sabemos que já celebrou missas para a comunidade LGBT do grupo chamado “Soho Masses”, na Igreja Jesuíta da Imaculada Conceição de Westminster (uma espécie a paróquia gay local, devidamente autorizada). Tendo em conta estes precedentes, o noticiado desenvolvimento “pastoral” na arquidiocese londrina acaba por não ser tão surpreendente.

D. Vincent Nichols, arcebispo de Westminster, Grã-Bretanha, foi criado cardeal pelo Papa Francisco no consistório de 22 de fevereiro de 2014.

Basto 12/2017