Se existe de facto um documento referente ao Segredo de Fátima que ainda não foi tornado público – e parece que existe mesmo – onde poderá estar?
São vários os autores que investigaram a fundo este assunto, entre os quais se destacam Christopher Ferrara e Antonio Socci, tendo chegado a uma conclusão comum: falta publicar um documento, provavelmente o mais importante, o mais incómodo. Um manuscrito da Ir. Lúcia, em formato de carta dirigida ao Bispo de Leiria, numa pequena folha de caderno com cerca de 25 linhas, onde se transcreviam as palavras de Nossa Senhora, dando seguimento à frase: “Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé etc”. Este manuscrito permitiria compreender melhor as imagens descritas no 3º Segredo de Fátima publicado pelo Vaticano no ano 2000.
Mas se existe de facto outro documento, onde poderá estar?
Algumas hipóteses:
a) Foi destruído;
b) Está guardado nos Arquivos Secretos da Santa Sé;
c) Encontra-se na posse do Papa Francisco;
d) Encontra-se na posse do Papa Emérito Bento XVI;
e) Regressou a Portugal?
f) A sua guarda foi confiada a alguém ou a alguma instituição religiosa;
É bastante improvável que o documento tivesse sido destruído, dada a sua importância. É também pouco provável que se encontre nos Arquivos Secretos do Vaticano porque, de acordo com os autores que investigaram o assunto, não era ali que, anteriormente, ele era guardado. De acordo com algumas indicações, ele era mantido nos Apartamentos Papais.
A possibilidade de se encontrar nas mãos de algum dos atuais Papas é uma forte hipótese e não invalida eventualidade vir ainda a ser confiado a alguém. Caso exista alguma cópia do documento, para além do original, isso viabiliza que mais do que uma das hipóteses acima sugeridas possam ser colocadas em simultâneo. Convém contudo lembrar que, em relação a este assunto, para já, não podemos fazer mais do que simplesmente especular…
Quando foi publicado o 3º Segredo de Fátima, no ano 2000, a Congregação para a Doutrina da Fé adicionou-lhe uma interpretação que o remetia para acontecimentos passados, dando-lhe o sentido desejado de uma profecia concretizada, onde o Papa Wojtyla seria a sua figura central. Portanto, o caso devia ficar encerrado naquele ano em que João Paulo II veio a Fátima.
Contudo, se existe mesmo um outro documento, por uma questão de segurança, devemos considerar que seria prudente confiar a sua guarda a alguém, sob sigilo, para poder ser reaberto e publicado mais tarde, na eventualidade de determinadas condições se confirmarem. Condições como, por exemplo, o futuro martírio de algum Papa, violentamente assassinado, conforme mostra o Segredo publicado pelo Vaticano em 2000.
–
Basto 3/2016