Cristo ressuscitou, Aleluia!

Andrea Mantegna, 1492-1793.

No Céu, tudo é paz e alegria. Mas, infelizmente, não é assim sobre a terra! Aqui, neste nosso mundo, o aleluia pascal contrasta ainda com os lamentos e gritos que provêm de tantas situações dolorosas: miséria, fome, doenças, guerras, violências. E todavia foi por isto mesmo que Cristo morreu e ressuscitou! Ele morreu também por causa dos nossos pecados de hoje e também para a redenção da nossa história de hoje Ele ressuscitou.

Santo Padre Bento XVI, Mensagem Urbi et Orbi da Páscoa de 2011.

Frases que nos fazem pensar: Padre Daniel Lima

“Dei a bênção a nove casais do mesmo sexo”

Pe. Daniel Lima

Contexto da frase:

A frase atribuída ao sacerdote brasileiro radicado em Portugal aparece grafada entre aspas como título de um texto publicado pela revista Sábado, na sua página digital, no dia 20 de março. À exceção do parágrafo inicial, o texto é acessivel apenas aos assinantes da publicação.

Fonte: https://www.sabado.pt/vida/detalhe/padre-daniel-dei-a-bencao-a-nove-casais-do-mesmo-sexo-

Igreja Greco-Católica Ucraniana responde a Francisco: “Os ucranianos continuarão a defender-se. Eles sentem que não têm escolha.” — Sinodalidade em Ação

Declaração do Sínodo Permanente da  Igreja Greco-Católica Ucraniana à luz da entrevista do Papa Francisco conduzida pela Rádio Télévision Suisse

Ainda não temos a versão completa da entrevista concedida pelo Papa Francisco à RTS (Radio Télévision Suisse) que aparentemente será publicada apenas no dia 20 de março. Segundo o Gabinete de Imprensa da Santa Sé, a referência a uma “bandeira branca” na entrevista é um apelo às negociações e não à rendição da Ucrânia. Na conversa, o Santo Padre fala não só da guerra russa contra a Ucrânia, mas também da guerra entre Israel e o Hamas. Como tem feito repetidamente, o Papa Francisco apela a soluções negociadas para conflitos armados.

A este respeito, gostaríamos de refletir não sobre a declaração do Papa, mas sobre o ponto de vista das vítimas da invasão da Ucrânia pela Rússia. É importante compreender a posição da maioria dos ucranianos.

Para qualquer pessoa no terreno na Ucrânia, é claro que os cidadãos da Ucrânia estão – como afirmamos durante as nossas reuniões com os líderes religiosos, políticos e comunidades da diáspora dos EUA nas cidades de Washington DC, Filadélfia e Nova Iorque – “cansados mas inquebráveis, cansados mas resilientes.” Os ucranianos não podem render-se porque render-se significa morte. As intenções de Putin e da Rússia são claras e explícitas. Os objetivos não são os de um indivíduo: 70% da população russa apoia a guerra genocida contra a Ucrânia, tal como o Patriarca Kirill e a Igreja Ortodoxa Russa. Os objetivos expressos são articulados em ações concretas.

Na mente de Putin, não existe Ucrânia, história ucraniana, língua e vida eclesiástica ucraniana independente. Todos os assuntos ucranianos são construções ideológicas que devem ser erradicadas. A Ucrânia não é uma realidade, mas uma mera “ideologia”. A ideologia da identidade ucraniana, segundo Putin, é “nazista”.

Ao chamar todos os ucranianos (que se recusam a ser russos e aceitam o domínio russo) de “nazis”, Putin desumaniza-os. Os nazis (neste caso, os ucranianos) não têm o direito de existir. Eles precisam de ser aniquilados, mortos. Os crimes de guerra em Bucha, Irpin, Borodianka, Izium e noutros locais ocupados pelas forças russas ilustraram aos ucranianos (e a todas as pessoas de boa vontade) o objetivo claro desta guerra: eliminar a Ucrânia e os ucranianos. Vale a pena mencionar que toda ocupação russa do território ucraniano conduz à erradicação da Igreja Católica Ucraniana, de qualquer Igreja Ortodoxa Ucraniana independente e à supressão de outras religiões e de todas as instituições e expressões culturais que não apoiam a hegemonia russa.

Os ucranianos continuarão a defender-se. Eles sentem que não têm escolha. A história recente demonstrou que com Putin não haverá negociações verdadeiras. A Ucrânia negociou o seu arsenal nuclear em 1994, na altura o terceiro maior do mundo, maior do que o da França, do Reino Unido e da China juntos. Em troca, a Ucrânia recebeu garantias de segurança relativamente à sua integridade territorial (incluindo a Crimeia) e independência, que Putin foi obrigado a respeitar. O memorando de Budapeste de 1994, assinado pela Rússia, pelos EUA e pelo Reino Unido, não vale o papel em que foi escrito. O mesmo acontecerá com qualquer acordo “negociado” com a Rússia de Putin.

Não obstante as sugestões de necessidade de negociações vindas de representantes de diferentes países, incluindo o próprio Santo Padre, os ucranianos continuarão a defender a liberdade e a dignidade para alcançar uma paz justa. Eles acreditam na liberdade e na dignidade humana dada por Deus. Eles acreditam na verdade, na verdade de Deus. Eles estão convencidos de que a verdade de Deus prevalecerá.

Os bispos do Sínodo Permanente da Igreja Greco-Católica Ucraniana, reunidos nos EUA:

Sua Beatitude Sviatoslav,
Arcebispo-Mor de Kiev-Halych,
Pai e Chefe da UGCC

Reverendíssimo Borys Gudziak,
Arcebispo Católico Ucraniano e Metropolita da Filadélfia

Reverendíssimo Włodzimierz Juszczak,
Bispo da Eparquia de Wrocław — Koszalin

Reverendíssimo Bohdan Dzyurakh,
Exarca Apostólico na Alemanha e na Escandinávia

Reverendíssimo Josaphat Moshchych,
Bispo de Chernivtsi

10 de março de 2024 

Fonte: ugcc.ua (página oficial da Igreja Greco-Católica Ucraniana), em 10 de março de 2024 (tradução nossa).

Regresso à velha tradição bolchevique_353

Igreja de Jesus Cristo, da comunidade protestante, em Kupyansk, Ucrânia, destruída por um bobardeamento russo no dia 28 de fevereiro de 2024. O pastor, retirado dos escombros, acabou por morrer devido a ferimentos graves.

Fonte: spzh.media

Regresso à velha tradição bolchevique_351

Oksana Yuchkovich, jornalista católica bielorrussa de 34 anos, foi detida em 23 de janeiro, juntamente com mais de 100 pessoas, pela polícia do seu pais, encontrando-se ainda incontactável. Oksana é uma personalidade conhecida na Bielorrússia pela sua atividade na organização de eventos católicos e pela participação num projeto televisivo cristão dirigido às crianças.

Desde que foi presa, deixou de atualizar as suas páginas nas redes soiciais, mas deixou uma publicação em tom de testamento:

Não deixes que a coisa mais preciosa que tu tens seja roubada. Eu acredito porque podemos perder tudo: ganhos, influência, bens, ficar atrás de uma porta de metal fechada num quarto sem janelas e em completa solidão e escuridão, mas mesmo assim, sem nada, teremos – fé. E ela nos conduzirá pelo corredor da paz, nos encherá de esperança e nos ajudará a suportar as maiores trevas e o frio.

Não permitas que seja destruído o teu Amor, que na mesma escuridão e frio não permitirá que nasça o medo e aquecerá os teus dedos gelados. Não permitas que a tua ligação com a família, tanto a tua família de sangue como a família do teu povo, seja destruída. As tradições que carregamos de família também são um dos principais fatores para nos preservarmos e levarmos a luz.

Não deixes que a tua compaixão seja destruída, porque ela salva aqueles que estão em apuros: atrás das grades, nos hospitais, nas ruas…

Não vamos destruir a nossa memória. Afinal, ela ajuda-nos a preservar a nossa dignidade e a ter orgulho do nosso passado e, por isso, a construir um futuro honesto e a resistir aos crimes contra a humanidade. E sê corajoso neste confronto.

Cuida de todos à tua volta.

Oksana Yuchkovich, Janeiro de 2024 (tradução nossa).

A repressão política sobre pessoas e instituições religiosas tem vindo a aumentar no protetorado putinista da Bielorrússia.

Fontes: rkc.org.ua e katolik.life.

Regresso à velha tradição bolchevique_350

Ihar Losik, agora com 31 anos, é um jornalista bielorrusso católico, prisoneiro político no protetorado putinista da Bielorrússia. Encontra-se há mais de um ano incontactável, a sua família recebeu uma última carta enviada a 20 de fevereiro de 2023. Desde então, não lhe é permitido trocar correspondência, nem receber encomendas ou visitas. Losik foi condenado a uma pena de 15 anos por ter criticado o regime político do seu país.

Desesperado, em 2021, chegou a enviar uma carta ao Papa Francisco na qual pede ajuda e orações:

“Foram feitas ameaças à minha família, à minha filha de 2 anos – essas pessoas não consideram nada sagrado. Eles decidiram simplesmente acabar comigo. Eles não me deixaram outra opção a não ser provar minha inocência postumamente. Tentei abrir minhas veias”, […]. “Quinze anos de prisão por nada, sem ver minha filha é pior que a morte.”

Excerto da carta enviada ao por Ihar Losik ao Papa, em agosto de 2021; in Catholic News Agency, 31/07/2023 (tradução nossa).

Por muito más que sejam as chamadas democracias do Ocidente, é difícil perceber como é que tantos conservadores e católicos ocidentais desejam que este tipo de regime vença na Ucrânia, na Europa e no mundo em geral. Isto só pode ser mesmo o resultado de uma grande operação psicológica, como escreveu recentemente o jornalista e historiador italiano Roberto de Mattei. De entre todos os erros que a Rússia espalhou pelo mundo, este deve ser o mais difícil de compreender.

Fonte: rferl.org e catholicnewsagency.com.

Regresso à velha tradição bolchevique_349

Pe. Henrykh (Henadz) Akalatovich, sacerdote católico de 70 anos de idade, em novembro de 2023, sobre acusação de “alta traição” à nação.

De acordo com o último relatório da ONG bielorrussa Viasna, em 31 de janeiro de 2024, o protetorado putinista da Bielorrússia tinha já 1.429 presos políticos, incluindo 170 mulheres e cerca de 530 jovens.

Fonte: agensir.it 

Regresso à velha tradição bolchevique_348

Pe. Grigory Mikhnov-Vaitenko, sacerdote ortodoxo russo de São Petersburgo, detido depois de anunciar que iria celebrar um serviço religioso em memória de Alexei Navalny. A sua detenção ocorreu pouco tempo depois de ser conhecida a morte do opisitor do regime putinista, à semelhança do que aconteceu com mais de 170 pessoas que espontaneamente tentaram homenagear publicamente o político falecido.

Fonte: themoscowtimes.com