Rússia e a Ameaça de Aniquilação Nuclear

Por Eric Bermingham

Ameaças Sinistras

Durante a “Operação Militar Especial” em curso na Ucrânia, as autoridades russas fizeram algumas ameaças sinistras sobre o uso de armas nucleares. Oficiais dos países da NATO também mencionaram o uso de armas nucleares, relativamente ao conflito. Logo após a invasão da Ucrânia. em fevereiro deste ano, Vladimir Putin colocou as forças nucleares russas em estado de alerta máximo. [1] Em várias ocasiões, ele sinalizou a sua disposição de usar “todos os meios disponíveis” para proteger a Rússia.

Putin diz que não está a fazer bluff. Em 2018, referindo-se teoricamente sobre um eventual ataque nuclear à Rússia e à respetiva resposta, referiu: “Seríamos vítimas de uma agressão e chegaríamos ao Céu como mártires, enquanto eles morreriam e nem teriam tempo de se arrepender”. [2] No entanto, Putin afirmou recentemente que um primeiro ataque poderia ser ordenado se a integridade territorial da Rússia fosse ameaçada. O território da Rússia, aos olhos de Putin, foi agora expandido para incluir as regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia. [3]

Em teoria, se as forças da Ucrânia, apoiadas pela NATO, tentarem retomar esses territórios e a Rússia determinar que sua integridade está ameaçada, poderão ser usadas armas nucleares. Os Estados Unidos alertaram para as “consequências catastróficas” do uso de armas nucleares contra a Ucrânia. [4] Parece que o mundo está a ser preparado para o que alguns chamam uma troca nuclear de “pequena escala”. Qualquer uso de armas nucleares seria devastador, pelo menos a nível local, e a possibilidade de escalada faz com que o seu uso pareça irresponsável, para não dizermos repreensível.

[Nota: A imagem acima é uma explosão nuclear com uma aparente imagem de crucificação.]

Um primeiro ataque nuclear?

Existe até a ameaça de uma troca nuclear em larga escala, se as coisas piorarem ligeiramente. A Rússia tem, aparentemente, um sistema operacional conhecido como “Mão Morta” ou “Perímetro”, que foi projetado para lançar automaticamente um segundo ataque se um primeiro ataque for detetado. [5] Várias condições teriam de ser cumpridas, como a ativação do sistema, a interrupção das comunicações com o comando militar (como pode acontecer com um “ataque de decapitação” que derrube a liderança do país) e a deteção de uma explosão nuclear em território russo. O lançamento do míssil de comando, que daria o sinal para lançar todos os mísseis nucleares restantes, precisaria, supostamente, de ser acionado por um humano. Um “inverno nuclear” pode ser o resultado. Só podemos esperar e rezar para que isso não aconteça!

A Rússia mostrou alguma vontade de negociar o fim da situação na Ucrânia, mas a sabotagem dos oleodutos Nord Stream e da ponte russa para a Crimeia praticamente eliminaram essa possibilidade. Tentativas anteriores de negociação parecem ter sido prejudicadas por oficiais da NATO. Além disso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que recusa negociar com Putin, ao que a Rússia respondeu dizendo que pode esperar para negociar com o próximo presidente da Ucrânia. [6]

Nossa Senhora alertou em Fátima que “várias nações serão aniquiladas” se a Rússia não se converter a tempo. Embora tenha havido algum tipo de consagração em 25 de março de 2022, a sua eficácia é discutível. [7] Desde então, a situação na Ucrânia tornou-se rapidamente mais ameaçadora e as condições económicas no mundo deterioraram-se vertiginosamente. Esta não parece ter sido a consagração que procurávamos. Seria prudente cumprir exatamente os pedidos de Nossa Senhora para evitar a aniquilação nuclear.

Revelações Privadas

Existem várias profecias sobre forças militares varrendo do Oriente para o Ocidente, especialmente as da Beata Elena Aiello (1895-1961). [8]  Esta freira foi uma fundadora, estigmatizada e mística. [9] Ela chegou a enviar uma carta a Mussolini, em 1940, alertando-o para manter a Itália fora da Segunda Guerra Mundial. Uma profecia dada em 1959 dizia o seguinte: “A Rússia marchará sobre todas as nações da Europa, particularmente a Itália, e levantará a sua bandeira sobre a cúpula de São Pedro. A Itália será severamente provada por uma grande revolução e Roma será purificada através do sangue pelos seus muitos pecados, especialmente os de impureza! O rebanho está prestes a dispersar-se e o Papa terá de sofrer muito”. [10] Uma profecia dada em 22 de agosto de 1960 é semelhante: “Outra guerra terrível virá do Oriente para o Ocidente. A Rússia, com seus exércitos secretos, lutará contra a América, invadirá a Europa”.

A recente eleição na Itália, que deu maioria ao partido Irmãos de Itália, pode prenunciar o início de uma revolução. Existem outras profecias de uma revolução semelhante na França. Felizmente, essas profecias não parecem indicar uma guerra nuclear em grande escala, que efetivamente acabaria com a civilização, pelo menos no Hemisfério Norte. Infelizmente, incluem a ameaça de uma guerra terrível e a previsão de um flagelo global, que é conhecido, na profecia, como os Três Dias de Escuridão. A Beata Elena descreve as coisas deste modo:

(Dada na Sexta-feira Santa, 1950) “’Veja como a Rússia vai arder!’ Diante dos meus olhos estendia-se um imenso campo coberto de chamas e fumo, no qual as almas estavam submersas como num mar de fogo. E todo esse fogo não é aquele que cairá das mãos dos homens, mas será lançado diretamente dos anjos”. [Isso não nos lembra a visão do Terceiro Segredo de Fátima revelado em junho de 2000?]

(Dada na Sexta-feira Santa de 1954) “Clame até que os sacerdotes de Deus ouçam aminha voz, para avisar os homens que o tempo está próximo, e se os homens não retornarem a Deus, com orações e penitências, o mundo será destruído numa nova e mais terrível guerra. Armas mais mortíferas destruirão povos e nações! Os ditadores da Terra, espécimes infernais, demolirão as igrejas e profanarão a Sagrada Eucaristia e destruirão as coisas mais queridas. Nessa guerra ímpia, muito será destruído do que foi construído pelas mãos do homem.”

“Nuvens com relâmpagos de fogo no céu e uma tempestade de fogo cairão sobre o mundo. Este terrível flagelo, nunca antes visto na história da humanidade, durará setenta horas [cerca de três dias]. Os ímpios serão esmagados e exterminados. Muitos se perderão porque permanecerão na obstinação do pecado. Então será visto o poder da Luz sobre o poder das trevas”.

(Dada na Sexta-feira Santa de 1955) “Se os homens não corrigirem os seus caminhos, um terrível flagelo de fogo descerá do céu sobre todas as nações do mundo e os homens serão punidos de acordo com as dívidas contraídas com a Justiça Divina. Haverá momentos assustadores para todos porque o Céu se unirá à Terra e todas as pessoas ímpias serão destruídas, algumas nações serão purificadas, enquanto outras desaparecerão completamente”.

(Dada na Festa da Imaculada Conceição, 1956) “Os tempos são difíceis. O mundo inteiro está em tumulto, porque ficou pior do que na época do dilúvio! [Mensagem que foi repetida em Akita, Japão, em 1973.] Tudo está pendente, como um fio; quando este fio se romper, a justiça de Deus cairá como um raio e completará o seu terrível curso de purificação”.

Embora possa ocorrer uma chamada guerra nuclear ‘limitada’, com a destruição de várias nações, uma guerra nuclear global parece improvável. No entanto, mesmo uma troca nuclear limitada pode desencadear um colapso económico global e o Great Reset [Grande Reinicialização], que é promovido pelo elitista Fórum Económico Mundial. Isso inauguraria um governo mundial com um sistema global de dinheiro eletrónico, acoplado a uma pontuação de crédito social como a que eles têm agora na China comunista. Uma força de “manutenção da paz” das Nações Unidas sufocaria qualquer dissidência e todos teriam de juntar-se à religião da “fraternidade universal do homem” atualmente promovida pelo Vaticano. Tudo isso é um cenário direto do Apocalipse de São João.

Algumas boas notícias

Há, no entanto, algumas boas notícias misturadas com todas as ruins. O Triunfo do Imaculado Coração de Maria foi prometido. Sabemos que vai acontecer. A Beata Elena também recebeu uma oração de Nossa Senhora para ser dita durante estes tempos:

(Dada na Sexta-feira Santa de 1955) “Os sacerdotes devem unir-se por meio de orações e penitências. Eles devem apressar-se a espalhar a devoção aos Dois Corações. A hora do Meu triunfo está próxima. A vitória realizar-se-á pelo amor e misericórdia do Coração do Meu Filho e do Meu Imaculado Coração, a Medianeira entre os homens e Deus. Aceitando este convite e unindo as suas lágrimas às do Meu Doloroso Coração, os sacerdotes e os religiosos obterão grandes graças para a salvação dos pobres pecadores”.

A oração do “Refúgio Materno” (dada por Nossa Senhora para ser dita com os braços cruzados – ou talvez com os braços estendidos em forma de cruz): “Rainha do universo, Medianeira dos homens para Deus, refúgio de todas as nossas esperanças, misericórdia de nós”.

Cabe-nos a nós manter as orações, penitências, reparações e rosários, juntamente com a devoção mensal dos Primeiros Sábados, a fim de apressar o Triunfo do Imaculado Coração.

Notas finais:

[1] https://apnews.com/article/russia-ukraine-kyiv-business-europe-moscow-2e4e1cf784f22b6afbe5a2f936725550

[2] https://abcnews.go.com/International/wireStory/cornered-war-putin-makes-nuclear-threat-90289332

[3] https://www.washingtonpost.com/world/2022/09/29/kremlin-says-putin-will-sign-treaties-annex-ukrainian-territory/

[4] https://www.reuters.com/world/europe/us-warns-putin-catastrophic-consequences-if-nuclear-weapons-used-ukraine-2022-09-25/

[5] https://www.military.com/history/russias-dead-hand-soviet-built-nuclear-doomsday-device.html

[6] https://www.voanews.com/a/russian-lawmakers-approve-illegal-annexation-of-ukrainian-regions/6774920.html

[7] Nota do Editor: O autor do artigo considera a “eficácia discutível” e esta “não parece” ser a consagração da Rússia que Nossa Senhora pediu. O The Fatima Center sustenta que a proposição “A Rússia ainda não foi consagrada como Nossa Senhora pediu em Fátima” é moralmente certa e que está claro que a cerimónia de Francisco em 25 de março de 2022 NÃO foi a Consagração solicitada por Nossa Senhora.

[8] https://www.mysticsofthechurch.com/2011/09/blessed-elena-aiello-mystic-stigmatic.html

[9] A Beata Elena Aiello foi uma religiosa italiana e fundadora das Irmãs Mínimas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo (1928). Doenças graves impediram-na de entrar na vida religiosa, mas foi milagrosamente curada pela intercessão de Santa Rita. A partir de 1923, ela começou a experimentar os estigmas todas as Sextas-feiras Santa. Nosso Senhor e Nossa Senhora apareceram-lhe, ela sofreu muito e morreu pouco antes do início do Concílio Vaticano II. Pio XII conheceu-a e aprovou a sua ordem em 1949. Foi beatificada em 14 de setembro de 2011.

[10] https://www.gloria.tv/post/EcnMd7Yvv9Hk1xCUT1S1coiDF

Fonte: fatima.org em 15 de outubro de 2022 (tradução nossa).

Palavras de um narcisista assassino depois de uma humilhação na Ucrânia: não é “bluff”!

Mas como é que alguém ainda pode achar que isto é “bluff”? Vladimir Putin é um falso cristão que já mostrou claramente que não tem moral nem escrúpulos, um covarde diabólico que manda atacar populações indefesas, incluindo crianças.

Universidade de Princeton: uma guerra entre a Rússia e os EUA/NATO vitimaria 91,5 milhões de pessoas em poucas horas

guerra nuclearRecorrendo a dados oficiais e a estimativas realistas, o Sience & Global Security, um programa de ciência e segurança global da Universidade de Princeton, EUA, simulou um conflito armado entre os países da NATO e a Rússia, obtendo resultados avassaladores. O conflito teria início com armas convencionais, mas evoluiria rapidamente para o recurso a armas nucleares, provocando a morte imediata a 34,1 milhões de pessoas e ferindo 57,4 milhões em poucas horas.

Mais informação em Observador, 27/09/2019.

Basto 09/2019

Coral de São Petersburgo homenageia as forças armadas russas com música sobre ataque nuclear aos EUA

Em homenagem às forças armadas russas, no Dia do Defensor da Pátria, que se celebra a 23 de fevereiro, o Coral de São Petersburgo deu um concerto na sumptuosa Catedral de Santo Isaque, onde se destacou um tema alusivo a um ataque nuclear sobre os EUA.

A música fala de “um pequeno submarino nuclear” que tem como missão destruir os EUA.

Num pequeno submarino nuclear com uma pequena plataforma de lançamento nuclear
Com algumas ogivas de cem megatoneladas, devo acrescentar
Atravessando o Atlântico, obedecendo ao que o oficial disse
“Vai em frente e aponta para Washington, camarada”

Tra-la-la-la, oi-hey-ho
O pagamento é baixo, o que você pode fazer
Olá, está na hora de ir
Admirável Mundo Novo do nosso inimigo

E no seu pequeno avião, meu amigo, meu pequeno Vlad
Está em uma abordagem rápida, com presentes que ele vai adicionar
Num pequeno submarino nuclear com uma pequena plataforma de lançamento nuclear
A tripulação vai cantar uma canção que ninguém vai chamar triste

Tra-la-la-la, oi-hey-ho
O pagamento é baixo, o que podes fazer
Arde, oh, Arde, agora aqui vais
Admirável Mundo Novo do nosso inimigo

Norfolk está a dormir docemente, o que mais pode fazer
Os brinquedos dormem profundamente e os negros também dormem
América, desculpem-nos agora por vos incomodar
Descobrir o vosso continente seria melhor desfazer

Tra-la-la-la, oi-hey-ho
O pagamento é baixo, o que podes fazer
Cortar em pedaços, deixar brilhar
Admirável Mundo Novo do nosso inimigo

Tradução livre a partir da edição Euromaidan Press; página acedida em 20/03/2019)

Doentio…

Basto 03/2019

Vladimir Putin apresenta novo míssil nuclear “invencível”

A pouco mais de duas semanas das eleições presidenciais na Rússia, Vladimir Putin apresentou, perante o Parlamento Russo, um conjunto de novas armas estratégicas, com destaque para um novo míssil nuclear alegadamente “invencível”.

Basto 3/2018

Relógio do Juízo Final: dois minutos para a meia-noite

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No dia 25 de janeiro deste ano, os diretores do Boletim dos Cientistas Atómicos da Universidade de Chicago (EUA) adiantaram o seu famoso Relógio do Juízo Final para um registo semelhante ao do auge da Guerra Fria, ou seja, dois minutos para a meia-noite.

BBC News via Twitter, 25/01/2018

O Relógio do Juízo Final é um contador simbólico, regulado desde 1947 pelos diretores da referida publicação da Universidade de Chicago, onde se assinala o risco de um cataclismo planetário provocado por armas nucleares. O relógio tem vindo a ser adiantado e atrasado pelos seus responsáveis, em função da avaliação que fazem dos acontecimentos geopolíticos internacionais. Os minutos que nos separam da meia-noite representam o maior ou menor risco de uma guerra nuclear.

A recente alteração no relógio prende-se essencialmente com o clima de ameaças que se instalou entre a Coreia do Norte e os EUA.

Basto 2/2018

Donald Trump responde a Pyongyang com termos semelhantes aos de Truman aquando de Hiroshima

Depois de mais uma ameaça histérica dos norte-coreanos aos EUA, o presidente dos Trump respondeu com termos que fazem lembrar a declaração proferida pelo presidente Harry Truman quando a força aérea americana tinha acabado de lançar a bomba atómica sobre Hiroshima.

Se eles [os japoneses] não aceitarem os nossos termos [de rendição] agora, podem esperar uma chuva de ruína vinda do ar como nunca se viu nesta Terra.

(Harry Truman, em 6 de agosto de 1945, in Footage Farm – tradução)

A diferença nas duas declarações, conforme reparou o Washington Examiner, é que, enquanto Truman contextualizou a ameaça num discurso elaborado que se estendeu por mais de 1100 palavras, Trump disse-o em menos de 100 palavras. Uma declaração curta e seca, feita de improviso, ao estilo imprevisível de Donald Trump. Mas em ambos os casos a mensagem foi clara, a persistência na mesma atitude encontrará uma resposta militar dos EUA de escala inédita.

Basto 8/2017

Renasce a ameaça nuclear

A crescente tensão entre a NATO e a Rússia, que se agudizou desde 2014 com o conflito ucraniano, reacende os temores de um conflito nuclear, mas apenas para alguns… A aceitação desta possibilidade, por parte da opinião pública ocidental, é hoje muito reduzida, face ao que acontecia no auge da Guerra Fria.

O longo período de paz, resultante da ordem estabelecida após a II Guerra Mundial, criou uma habituação psicológica geral que, de forma lógica e automática, rejeita qualquer ideia que inclua a possibilidade de um novo grande conflito internacional de grande escala. É como se tivéssemos já atingido a última fase da evolução civilizacional, a partir da qual só podemos aspirar à perfeição do paraíso terrestre, inerentemente pacífico.

Esta ideia de paz inquebrável, para além de ser extremamente ingénua, não nos atribui qualquer imunidade. Pelo contrário, conduziu-nos a uma situação de impreparação geral, quer dos estados, quer das pessoas, para poder reagir perante uma situação de crise, se ela algum dia acabar por acontecer

A possibilidade de um novo conflito internacional de larga escala não é de todo descabida e deve, portanto, estar na consciência das pessoas. É um cenário a evitar por todos os meios, incluindo o mais importante: a oração. É que, ao contrário do que aconteceu em outros grandes conflitos, o potencial do armamento hoje disponível poderia criar uma situação verdadeiramente apocalítica.

Em março de 2014, enquanto a grande multidão de gatos gordos ocidentais consumia lixo mediático, a televisão russa abria o telejornal com a ameaça de reduzir os EUA a cinzas radioativas. Uma manchete televisiva que seria depois transformada numa notícia redundante, desvalorizada pela população do lado de cá.

Quem tem a curiosidade de seguir as notícias nos principais órgãos noticiosos russos de projeção internacional, como a RT, a Interfax, a Sputnik ou a Tass, só pode ficar estupefacto face à excessiva cobertura jornalística dada a tudo o que se relaciona com armamento, manobras militares e geoestratégia. Estes órgãos de comunicação social – cuja obetividade é muitas vezes questionada – obedecem a critérios editoriais que convergem com a agenda do poder político russo e com a maioria da população que o suporta. Portanto, este desinteresse pelas questões de defesa e de segurança nacional é uma realidade meramente ocidental. Ainda assim, de vez em quando, por aqui, lá vai surgido uma ou outra abordagem mais a sério sobre o assunto.

Por exemplo, em fevereiro deste ano, a BBC realizou um excelente programa documental onde simulou um plausível cenário de guerra entre a Nato e a Rússia com recurso a armas nucleares. Colocou-se então a hipótese de surgir uma situação de instabilidade nas repúblicas do Báltico idêntica à que se criou recentemente na Ucrânia, onde o envolvimento da Rússia seria semelhante. As três repúblicas do Báltico (Estónia, Letónia e Lituânia) fizeram parte da União Soviética e hoje são estados-membro na NATO.

Este trabalho feito pela televisão britânica intitula-se “III Guerra Mundial: dentro do gabinete de guerra” pode ser visto integralmente aqui. O seu argumento foi elaborado com base no contributo de especialistas em defesa militar, os quais foram convidados a refletir sobre uma eventual decisão política, problemática, face à necessidade e inevitabilidade do recurso às armas nucleares no conflito.

Este documentário foi duramente criticado pelo Kremlin, de onde recebeu a classificação de “lixo”.

Para além dos esporádicos trabalhos dos jornalistas, hoje existe também uma ferramenta informática que permite avaliar as consequências de um eventual ataque nuclear sobre uma determinada localidade. Nesta aplicação, elaborada a partir da base cartográfica do Google Earth, o utilizador escolhe um alvo (uma localização), define a potência da bomba a detonar e, de seguida, obtém a simulação da explosão e o cálculo das baixas estimadas.

simulador nuclear
Simulador de ataques nucleares

Enquanto andarmos apenas pelo domínio das simulações estaremos nós bem. Que Deus nos livre dos perigos reais.

 

Basto 7/2016