‘Laudate Deum’ e o eclipse da Igreja

Por DC Rosary Rally

O que fazer com a última exortação apostólica do Papa Francisco, Laudate Deum? Tal como outras encíclicas de Francisco, é dificilmente reconhecível como um documento católico. A parte central da carta aborda os “progressos e fracassos” de várias “conferências sobre o clima” realizadas nas últimas décadas. Dedica uma secção inteira a um vago prognóstico sobre uma próxima conferência no Dubai.

Como esta descrição sugere, Laudate Deum é obstinadamente materialista e carece de qualquer foco sobrenatural. Os seus argumentos políticos são ingénuos, abstratos e contraditórios. Apoia uma coligação global de “ativistas” que exercerão “pressão” sobre os governos nacionais ao serviço de um governo mundial único. Esse governo mundial secular terá “autoridade real” para punir aqueles que o desafiam. No espírito de “hagan lio”Laudate Deum parece então defender o ativismo climático espalhafatoso do tipo que bloqueia estradas públicas e desfigura obras de arte. Em última análise, as suas recomendações políticas serão ignoradas, porque não são úteis ou esclarecedoras.  

Sem o mínimo de ironia, Francisco dá força à indecente frase satírica do político americano Rahm Emanuel: “Nunca deixes que uma crise seja desperdiçada”. Diz Francisco: “É lamentável que as crises globais sejam desperdiçadas, quando poderiam ser ocasião para introduzir mudanças salutares. Assim sucedeu na crise financeira de 2007-2008 e voltou a acontecer na crise da pandemia Covid-19.” Seria grosseiro para um político falar deste modo, quanto mais um Papa. E a implicação destas palavras é ainda mais sinistra: que as tácticas autoritárias que surgiram face a ambas as crises pudessem utilmente ser prolongadas para o futuro e não apenas desta vez ao serviço dos objetivos climáticos globais. 

Da mesma forma, a Laudate Deum rejeita os “esforços de adaptação” e as “novas intervenções técnicas” para mitigar as questões climáticas como formas de “pragmatismo homicida”, uma expressão exagerada, infeliz e inútil ao serviço de um pessimismo irrealista e não científico.

Laudate Deum tem um tom decididamente populista e antiamericano. Elogia os pobres e o Terceiro Mundo e denuncia “o modelo ocidental”. Na verdade, na sua pressa em condenar os americanos, contém um erro matemático embaraçoso. Afirma que “as emissões por indivíduo nos Estados Unidos são cerca de duas vezes maiores do que as dos indivíduos que vivem na China”. Mas o documento que cita mostra que as emissões per capita dos americanos são apenas 43% superiores às dos chineses.

Grandiosamente, a carta é dirigida a “todas as pessoas de boa vontade”. Na parte que fala de “motivações espirituais” para o ativismo político que ele deseja que as pessoas empreendam, Francisco tem o cuidado de se dirigir não apenas aos “fiéis católicos”, mas também aos “meus irmãos e irmãs de outras religiões”. A encíclica não cita nenhum papa anterior, a não ser um discurso de Paulo VI em 1970, no entanto, as poucas pessoas que leem a Laudate Deum serão provavelmente católicas. Reconhecendo isto, Francisco ainda teve tempo para atacar os seus colegas católicos, condenando “certas opiniões desdenhosas e pouco razoáveis ​​que encontro, mesmo dentro da Igreja Católica”. (O comentador da Internet Tony Annett especula que se trata de um golpe contra o falecido Cardeal D. George Pell, que Annett afirma “ter sido um dos principais negacionistas das alterações climáticas”.)

Isso conduz-nos a um ponto final. Alguns condenaram a Laudate Deum por reposicionar a Igreja como uma ONG. Mas a verdade é bem pior que isso. Um papa anterior, sinceramente animado pelas questões climáticas, teria identificado uma base de preocupação distintamente católica. Teria então mobilizado as próprias instituições da Igreja, bispos, padres e leigos para enfrentar as alterações climáticas. Mas a Laudate Deum é tão obstinadamente secular, populista e globalista que nem sequer consegue imaginar a Igreja a fazer a diferença. Sabemos que Cristo criou a sua Igreja para salvar almas. Mas Francisco vê as agências da ONU, as conferências climáticas e os ativistas seculares como os agentes que irão “evitar um aumento de uma décima de grau na temperatura global” – e não a Igreja. Pessoas individuais “de fé” podem ter “motivações espirituais” para participar neste movimento climático multicultural e multinacional, mas à própria Igreja não é atribuído nenhum papel diferenciado na redução das emissões globais. Em vez disso, a mudança virá “de decisões políticas importantes a nível nacional e internacional” e será imposta por um governo mundial com autoridade coerciva.

Em última análise, Laudate Deum sublinha o estado diminuído da Igreja e do papado sob Francisco – reduzido a observar, prognosticar e criticar, em vez de abençoar, curar ou salvar.

Fonte: rorate-caeli.blogspot.com, 9 de outubro de 2023 (tradução nossa).

JMJ Lisboa 2023 promove a Agenda 2030 da ONU

Imagens capturadas da curta metragem I, Pet Goat II (2012).

A Jornada Mundial da Juventude – Lisboa 2023 (JMJ Lisboa 2023) promove ativamente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. A adesão à referida agenda globalista formalizou-se através de uma Carta-Compromisso, publicada em abril, com referências à “interpelação do Santo Padre a que vivamos segundo os valores da fraternidade universal e do cuidado com a Casa Comum”.

No mesmo sentido, a JMJ Lisboa 2023 endossa a mensagem de propaganda ambientalista que Francisco lançou no segundo vídeo da série O Vídeo do Papa, no qual o Santo Padre exorta a humanidade a uma conversão universal, não ao Cristianismo mas ao novo comunismo ecologista.

O argumento deste vídeo dá continuidade à narrativa do anterior, no qual o Santo Padre explicava que Jesus Cristo é apenas uma das “diversas maneiras” através das quais as pessoas “encontram Deus”. É nesse contexto de diversidade religiosa que o Santo Padre propõe, como alternativa a Nosso Senhor Jesus Cristo, “uma conversão que nos una a todos”, “crentes e não crentes”, a conversão ecológica.

Série “Vídeo do Papa”: 1.º episódio e 2.º episódio.

A redenção cristã nada tem a ver com esta nova redenção ecológica da Casa Comum. O paraíso transcendente prometido por Jesus Cristo é muito diferente do paraíso imanente proposto pelo comunismo.

“Novo Pacto Educativo Global”: o cristianismo dá lugar a um ambientalismo panreligioso, no quadro da Nova Ordem Mundial

O atual pontífice da Igreja Católica continua determinado em substituir o velho cristianismo por “uma compreensão mais ampla e mais profunda da realidade”, de acordo com o novo paradigma da coexistência das diversas religiões que, segundo a novíssima doutrina de Francisco, é desejado por Deus. O foco central deixa de ser Jesus Cristo e a salvação universal para passar a ser a preservação da “casa comum”. Neste sentido, Francisco irá celebrar um “Pacto Educativo Global“, em Roma, no dia 14 de maio de 2020.

Eis então a necessidade de construir uma «aldeia da educação», onde, na diversidade, se partilhe o compromisso de gerar uma rede de relações humanas e abertas. Para isso, antes de mais nada, o terreno deve ser bonificado das discriminações com uma injeção de fraternidade, como defende o Papa no Documento assinado com o Grande Imã de Al-Azhar.

(In Vatican News, 12/09/2019)

É a Igreja de Jesus Cristo transformada numa enorme ONG ao serviço da Nova Ordem Mundial. Ou será que alguém ainda acredita que o Papa Francisco irá aproveitar o facto de ser na semana das aparições de Fátima para convidar aquela gente toda a prostrar-se perante o Santíssimo Sacramento em adoração ou a rezar o terço pelo triunfo do Imaculado Coração de Maria?

Basto 09/2019

Vaticano exorta muçulmanos a converterem-se…

Por ocasião do início do Ramadão de 2017, que começou no passado dia 27 de maio, o Vaticano enviou uma mensagem aos muçulmanos apelando à conversão, “ecológica”.

«Cristãos e muçulmanos: juntos no cuidado da casa comum»

Queridos irmãos e irmãs muçulmanos!

Queremos assegurar-vos a nossa solidariedade orante neste tempo de jejum no mês do Ramadão e para a celebração conclusiva do ‘Id al-Fitr, estendendo-vos de coração os nossos melhores votos de serenidade, alegria e abundantes dons espirituais.

[…]

O Papa Francisco afirma que «a crise ecológica é um apelo a uma conversão interior profunda» (n. 217). O que é necessário é a educação, uma abertura espiritual e uma «conversão ecológica global» para enfrentar adequadamente este desafio.

[…]

É com estes sentimentos que vos desejamos, mais uma vez, serenidade, alegria e prosperidade.

(Mensagem para o Mês do Ramadão in sítio oficial do Vaticano)

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Basto 06/2017