Na oração do Angelus de 1 de janeiro, dia da Solenidade da Mãe de Deus e simultaneamente Dia Mundial da Paz, o Santo Padre, partindo da liturgia diária, acabou por ministrar a bênção sacerdotal judaica conhecida como Bircat Cohanim, em vez da tradicional bênção apostólica em nome da Santíssima Trindade em que a mão direita perfaz uma cruz.
«O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te conceda a paz» (Nm 6, 24-26).
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome. (Lc 1, 49)
Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, foi gerado no seio imaculado da Virgem Maria, de quem recebeu características biológicas e genéticas inerentes à Sua natureza humana. Hoje, porém, a ciência leva-nos a crer que a Maternidade Divina terá também produzido efeitos na natureza de Maria, através da assimilação de células oriundas do Feto Sagrado.
Vários estudos detetaram a presença de células de origem fetal no organismo de mulheres, até décadas depois da gravidez, provando que as células do feto conseguem atravessar a placenta e incorporar tecidos da mãe em várias localizações do seu corpo. Da mesma forma, também células da mãe podem ser detetadas nos filhos. A este fenómeno dá-se o nome de microquimerismo fetal.
Sabe-se que as células que passam do feto para a corrente sanguínea da mãe e posteriormente para os seus tecidos, são pluripotentes, ou seja, com capacidade de se tornarem basicamente em vários tipos de células especializadas e integrarem diferentes tipos de tecidos.
Nossa Senhora Mãe de Bradford, Santuário da Anunciação, na Igreja de São José, em Bradford, Inglaterra
Hoje é o dia da solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, a Theotókos (palavra grega utilizada pelas igrejas católicas orientais e pelas igrejas ortodoxas). “Mãe de Deus” é o mais glorioso de todos os títulos atribuídos a Nossa Senhora. A Maternidade Divina da Virgem Maria é um dos quatro dogmas marianos, tendo sido proclamado, no ano 431, pelo I Concílio de Éfeso.
Na Igreja Católica de Rito Latino, a festa da “Maternidade da Santíssima Virgem Maria” começou por ser celebrada inicialmente em Portugal, desde 1914, no dia 11 de outubro. Em 1931, no 15º Centenário do I Concílio de Éfeso, o Papa Pio XI universalizou esta celebração a toda a Igreja, instituindo-a como Festa Litúrgica, assinalada no calendário católico a 11 de outubro. A revisão litúrgica levada a cabo em 1969 transferiu-a para o tempo litúrgico do Natal, sendo agora festejada no dia 1 de janeiro de cada ano.
O dia 1 de janeiro é também, desde 1968, o Dia Mundial da Paz. Esta ideia partiu do Papa Paulo VI, tendo sido transmitida ao mundo numa carta publicada no dia 8 de dezembro, na solenidade da Imaculada Conceição, de 1967.