O negócio secreto torna-se evidente

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Por Christopher A. Ferrara

Sandro Magister fez uma análise devastadora dos sinais emergentes da profundidade da traição da Igreja Subterrânea na China no mês seguinte ao acordo secreto entre o Vaticano e os ditadores comunistas de Pequim.

Os pontos principais são estes:

  • Pequim enviou dois bispos da “Igreja oficial” da China ao Sínodo dos Jovens e do Blá, Blá, Blá, que todos sabem não passar de uma elaborada farsa que disfarça uma intenção preconcebida de injetar na Igreja a noção venenosa de que existe uma tal coisa chamada “católico LGBT”, que subverteria todo o ensinamento da Igreja sobre o mal da depravação sexual.
  • Se os dois bispos foram escolhidos por Pequim, isso significa que Roma dobra-se agora perante os senhores comunistas, mas se foi Francisco quem os escolheu, isso significa, ainda pior, que ele deliberadamente validou a falsa Igreja criada por Pequim na Associação Católica Patriótica (ACP).
  • O primeiro bispo fantoche de Pequim enviado ao Sínodo, João Batista Yang Xiaoting, o chamado “bispo de Yan’an-Yulin”, é membro da Assembleia Popular da província de Shanxi, um braço do Partido Comunista Chinês.
  • O segundo, José Guo Jincai, o chamado “bispo de Chengde”, é membro da Assembleia Nacional do Povo, que é o órgão parlamentar central do partido.
  • Ambos os ditos bispos são também oficiais do falso Conselho Episcopal criado por Pequim, o “Conselho dos Bispos Chineses”, do qual Yang Xiaoting é vice-presidente e Guo Jincai vice-presidente e secretário-geral.
  • Pior ainda, Francisco levantou a excomunhão de Guo Jincai por ter sido consagrado sem um mandato papal, um dos sete bispos fantoches chineses tão favorecidos. Como “bispo de Chengde”, ele agora administra uma “diocese” que Pequim criou por decreto mas que Francisco agora, evidentemente, reconhece como legítima.
  • Pequim nomeou ainda como “bispo de Lanzhou” o ex-bispo “subterrâneo” José Han Zhihai, que, tendo cedido à pressão do governo, é agora um funcionário local da ACP.
  • Enquanto isso, o ex-bispo “subterrâneo” Thaddeus Ma Daqin, que revogou a sua participação na ACP apenas para anular a sua revogação e voltar para o “rebanho” da ACP, continua preso por “apostatar” de uma pseudo-igreja comunista.
  • O padre missionário francês e especialista em assuntos da China Jean Charbonnier admite que sob o acordo secreto cujos contornos agora vêm à luz, “o Papa Francisco aceitou o processo ‘democrático’ que os chineses já implementaram repetidamente” sob o qual a ACP designa quem será o próximo bispo, enquanto Francisco nada poderá fazer mais do que vetar a sua escolha. Mas “no dia em que o acordo foi assinado, o Papa não exerceu esse direito de veto de modo algum, pelo contrário, ele praticamente o rejeitou. Porque ele disse ‘sim’ a sete bispos que haviam sido anteriormente impostos pelo regime sem o consentimento do Papa e até mesmo, no caso de alguns, apesar da sua rejeição explícita por parte de Roma.”
  • O que agora está à vista é a morte iminente da verdadeira Igreja Católica na China, cujos verdadeiros bispos não são membros da ACP ou do Conselho dos Bispos Chineses, “aquela falsa conferência episcopal que até recentemente não tinha sido reconhecida por Roma, mas que agora recebeu legitimação, visto que o Papa terá que levar em consideração os candidatos ao episcopado que ela lhe apresentará”.
  • Por incrível que pareça, como observa Charbonnier, isso significa que os bispos “clandestinos” tornaram-se “duplamente clandestinos, em relação a [ambos] ao Estado e à Igreja”. E dado que 7 dos 17 restantes bispos verdadeiros têm mais de 75 anos de idade, é apenas uma questão de tempo até que os únicos restantes “bispos” na China sejam os da ACP.
  • Enquanto isso, para completar o desastre, enquanto o anuário papal mostra 144 dioceses católicas na China, Pequim decretou, por meio da ACP, que haverá apenas 96 sob um plano de reorganização, incluindo a recém-inventada “diocese de Chengde”, e “Papa Francisco parece ter dado sinal verde para a operação.

Resumindo, Francisco autorizou secretamente uma sentença de morte para a Igreja Católica na China. Como afirma o Cardeal Burke, o que Francisco fez é “absolutamente inconcebível” e “uma traição a tantos confessores e mártires que sofreram durante anos e anos e foram condenados à morte”. É também mais um sinal de uma situação quase apocalíptica na Igreja cuja resolução terá de envolver a intervenção direta e mais dramática do Céu – uma em que Nossa Senhora de Fátima irá desempenhar o papel principal, como o Terceiro Segredo sem dúvida anuncia.

A edição original deste texto foi publicada pelo Fatima Center a 23 de outubro de 2018. Tradução: odogmadafe.wordpress.com

Nota da edição: o conteúdo do texto acima é da inteira responsabilidade do seu autor, salvo algum eventual erro de tradução. A presente edição destina-se exclusivamente à sua divulgação, sempre que possível deve ser lido na sua edição original.

Basto 10/2018

Francisco comove-se ao anunciar presença de bispo comunista chinês no Sínodo dos Jovens e recebe aplausos dos presentes

Um dos dois bispos da “China Continental” convidados pelo Santo Padre a participar na 15ª Assembleia do Sínodo dos Bispos, que decorre até 28 de outubro, é o camarada D. Giuseppe Guo Jincai, cuja ilegitimidade episcopal foi recentemente revogada pelo Papa Francisco.

Sua eminência D. Guo Jincai é vice-presidente da Associação Católica Patriótica Chinesa (organismo criado pelo regime comunista chinês para controlar o catolicismo local), membro do 4º Comité Chinês para a Religião e Paz e ainda deputado no 13º Congresso Nacional do Povo da República Popular da China.

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Imagem da abertura do 13º Congresso Nacional do Povo, em março de 2018; à direita, o cartaz do camarada D. Giuseppe Guo Jincai “ordenado bispo católico” pelo regime comunista chinês.

Guo Jincai foi ilegitimamente ordenado bispo pela ditadura marxista chinesa, em novembro de 2010, para diocese de Chengde, na província de Beijing, sem o necessário mandato apostólico, portanto, à revelia de qualquer autorização papal. Na altura, a Santa Sé denunciou categoricamente esta pretensa ordenação episcopal, que foi qualificada pelo – ainda hoje vivo e em Roma – Santo Padre Bento XVI como uma “uma dolorosa ferida à comunhão eclesiástica e uma grave violação da disciplina católica“.

Basto 10/2018

Papa Francisco reconhece oito bispos designados pelo Partido Comunista Chinês

O Vaticano celebrou um acordo histórico com o regime comunista chinês relativo à nomeação de bispos para a China, anunciou hoje o boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

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In Sala de Imprensa da Santa Sé, 22/09/2018.

O acordo é provisório e não são conhecidos ainda os pormenores, no entanto, o Vaticano anunciou que o Papa Francisco reconheceu oito bispos designados pelo Partido Comunista Chinês. Os bispos em questão são Suas Eminências, os camaradas:

  • D. Giuseppe Guo Jincai
  • D. Giuseppe Huang Bingzhang
  • D. Paolo Lei Shiyin
  • D. Giuseppe Liu Xinhong
  • D. Giuseppe Ma Yinglin
  • D. Giuseppe Yue Fusheng
  • D. Vincenzo Zhan Silu
  • D. Antonio Tu Shihua

Em relação ao último da lista, trata-se de um reconhecimento póstumo, uma vez que faleceu no ano passado.

Basto 9/2018

Vaticano ordena o afastamento de dois bispos legítimos na China para dar lugar a membros do regime comunista

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De acordo com a publicação Asia News, dois bispos da Igreja Católica clandestina da China, a única legítima e reconhecida pela Santa Sé, receberam ordens do Vaticano para se afastarem e cederem o lugar a dois supostos “bispos” da Associação Católica Patriótica Chinesa (organismo do regime comunista chinês).

O bispo D. Peter Zhuang, de Shantou, com 88 anos de idade, terá recebido uma carta datada de 26 de outubro pedindo-lhe que se retirasse para dar lugar a Huang Bingzhang, apoiado pelo governo chinês. Huang havia sido excomungado em 2011, durante o pontificado de Bento XVI, depois de ter sido consagrado “bispo” sem o necessário mandato papal, uma infração que resulta em excomunhão automática. Segundo o Catholic Herald, Huang “é também membro do Congresso Nacional do Povo, o parlamento chinês”, ou seja, um político comunista.

Ao outro bispo católico, D. Joseph Guo Xijin, de Mindong, foi-lhe dito, de acordo com o Catholic Herald, para “aceitar a subordinação ao bispo coadjutor apoiado pelo governo Vincent Zhan Silu”, na verdade, o Vaticano exigiu a um bispo católico legítimo que se subordine a um agente do regime comunista chinês.

Basto 1/2018

Roma negoceia novos bispos com a República Popular da China

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Periodista Digital em 21/10/2016

 

A informação partiu da agência de notícias Reuters que adiantou um provável compromisso antes do final de 2016. Em causa estão dois novos bispos propostos pela China que, segundo as fontes da Reuters, serão aprovados pela Santa Sé.

Ou seja, se a notícia for verdadeira, a ordenação dos novos bispos será resultado de uma negociação entre o Partido Comunista Chinês e o Vaticano, em que o primeiro propõe os nomes e o segundo aprova. Que pensará Deus desta alegada negociata?

Uma possível e “desejada união entre as igrejas” só pode ter lugar através da conversão. Os elementos da Igreja Católica ilegítima – a denominada Associação Patriótica Católica Chinesa, instituída pelo Partido Comunista local – devem converter-se à única Igreja Católica verdadeira que, na China, vive essencialmente na clandestinidade devido à opressão do regime.

Basto 10/2016

O Cardeal Parolin vende para Pequim

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Por Christopher A. Ferrara

Já há muito tempo que a figura do Secretário de Estado do Vaticano, elevada a uma proeminência sem precedentes através das reformas pós-Vaticano II conduzidas pelo Cardeal Villot, tem colocado em perigo a integridade da Fé, a fim de servir as regras mundanas da diplomacia do Vaticano. Assim aconteceu com a Mensagem de Fátima e o Terceiro Segredo em particular, que ninguém menos que o Secretário de Estado do Vaticano (Cardeal Sodano e seu sucessor Cardeal Bertone) reduziu a uma genérica prescrição para oração e penitência, amputando a Consagração da Rússia e reduzindo o segredo a uma mera descrição de eventos do séc. XX.

E assim acontece com o destino dos católicos da Igreja clandestina na China, que recusam aliar-se à “Associação Patriótica Católica (APC),” a pseudoigreja criada pelo regime vermelho chinês na década de 1950 em Pequim, como a Igreja Católica “oficial”, a fim de impor o controlo governamental sobre a seleção e consagração de bispos chineses, iniciando, deste modo, uma hierarquia chinesa descaradamente cismática.

Agora ouvimos o atual Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Pietro Parolin, afirmar que não existe realmente diferença entre os bispos clandestinos e fiéis que recusam aderir à cismática APC, sofrendo por causa disso uma perseguição implacável, e os militantes da APC, clérigos e leigos, que obedecem a homens e não a Deus pois professam um culto religioso condicionado às diretrizes de um regime comunista ateu que obriga as mulheres a abortar seus próprios filhos.

Como o Cardeal Parolin declarou numa recente entrevista ao Avvenire, o jornal da conferência episcopal italiana: “A alegação de que existem duas Igrejas diferentes na China não corresponde à realidade histórica, nem vida de fé dos católicos chineses. Existem, de facto, duas comunidades, ambas ansiosas por viverem em plena comunhão com o Sucessor de Pedro. Cada uma delas acarreta a bagagem histórica de momentos de grande testemunho e sofrimento, que nos dizem algo sobre a complexidade e as contradições que existem dentro deste vasto país.”

Lixo, absolutamente, e, ao mesmo tempo, uma traição total à Igreja Católica Chinesa Clandestina. Em primeiro lugar, os fiéis católicos que se recusam a submeter à APC não estão “ansiosos por viver em plena comunhão com o Sucessor de Pedro”, pelo contrário, estão em plena comunhão com ele, como sempre estiveram desde o momento em que recusaram submeter-se a Pequim, obedecendo a Deus e não a homens.

Em segundo lugar, a APC não é “uma comunidade… ansiosa para viver em plena comunhão com o Sucessor de Pedro”, mas antes uma criação maléfica dos ditadores comunistas que feriu o Corpo Místico de Cristo com uma hedionda invenção humana que pretende ser a “Igreja oficial “.

Em terceiro lugar, não há qualquer equivalência moral entre a Igreja subterrânea em união com Roma e a maléfica e cismática APC. Sugerir que estas “duas comunidades” deve ser “reconciliados, abraçando-se mutuamente, é algo de monstruoso…” Os fiéis católicos perseguidos na China jamais poderão “abraçar” uma organização que jura fidelidade a uma ditadura comunista.

A situação na China só tem uma solução: a APC tem ser abolida e todos os católicos chineses devem ser autorizados a professar a religião abertamente, em união com Roma e sem interferência governamental.

Mas agora os rumores abundam, e Sandro Magister confirma que Roma está prestes a concordar em permitir que o regime comunista chinês em Pequim selecione bispos para a aprovação do Vaticano – um grotesco regresso ao mal do Cesaropapismo, segundo a qual, o soberano civil é o chefe da Igreja no seu território e pode designar bispos. Mas, infinitamente pior, neste caso, é que o soberano civil não seria um rei católico mas antes um ditador comunista.

A cada dia que passa, a crise da Igreja, que perdura há meio século, acelera em direção ao que só pode ser uma conclusão calamitosa. O Terceiro Segredo de Fátima desenrola-se diante dos nossos olhos, enquanto os guias cegos da hierarquia superior da Igreja se encaminham rapidamente para caírem numa vala. Não podemos segui-los. Podemos apenas rezar pela intervenção final do Céu e o fim desta crise com o triunfo do Imaculado Coração de Maria – seguindo, finalmente, a Consagração da Rússia que, como se pode ver, continua no centro de acontecimentos mundiais potencialmente explosivos.

A edição original deste texto foi publicada pelo Fatima Center no dia 29 de agosto de 2016. Tradução: odogmadafe.wordpress.com

Nota da edição: o conteúdo do artigo acima é da inteira responsabilidade do seu autor, salvo algum eventual erro de tradução. Sempre que possível, deve ser lido na sua edição original.

 

Basto 8/2016

Negócio da China

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Bandeira da República Popular da China

O jornal South China Morning Post, de Hong Kong, noticiou esta semana que Pequim e a Santa Sé terão chegado a um acordo inicial sobre a questão da ordenação de bispos. O jornal cita o Cardeal John Tong Hon, bispo de Hong Kong, para explicar em que consiste esse acordo.

A Sé Apostólica tem o direito de escolher, a partir da lista recomendada, os candidatos que considera como mais adequados e o direito de rejeitar os candidatos recomendados por uma conferência de bispos da China e pelos bispos das províncias sob a sua administração.


(in SCMP, 05/08/2016)

Isto não dá para entender ainda muito bem o que se passa, mas parece um verdadeiro negócio da China. Se não estivermos enganados na nossa interpretação – mas oxalá que sim – o Vaticano está disposto a aceitar escolher os bispos a partir de um catálogo de candidatos propostos ou aprovados pela ditadura marxista chinesa? Esta questão da ordenação dos bispos foi sempre um dos principais pontos de desentendimento entre a República Popular da China e a Santa Sé.

A República Popular da China é um dos países onde a Igreja Católica é mais perseguida em todo o mundo. Exceptuam-se desta provação apenas as regiões administrativas de Macau e Hong-Kong, antigas colónias portuguesa e britânica respetivamente, cuja atual autonomia foi negociada antes da devolução da sua soberania à China. No restante território chinês, a Igreja Católica Romana vive na clandestinidade, os seus crentes são fortemente perseguidos pelo regime tirano comunista.

Para além da verdadeira Igreja, a clandestina, a existe também a igreja católica oficial. Esta encontra-se sob o controlo governamental da Associação Patriótica Católica Chinesa. Esta associação é um organismo do regime não reconhecido pela Santa Sé, pelo menos até agora.

O alerta face à notícia em epígrafe foi levantado pelo Cardeal Joseph Zen Ze-kiu, bispo emérito de Hong Kong.

Permitir oficialmente [o governo chinês] gerir a igreja? Isso significaria rendição.

A relação fica estabelecida, e depois? Quando o Papa visitar a China e o governo selecionar apenas as pessoas obedientes para se encontrarem com Papa, o que será daqueles que pertencem às igrejas clandestinas?

(in HKFP, 09/08/2016)

Este cardeal teme, já há algum tempo, um desfecho semelhante a este da atual diplomacia do Vaticano, receando agora que a Igreja Católica da China possa morrer às mãos do Santo Padre, depois de ter resistido tantos anos aos seus inimigos.

Que a Nossa Senhora Imperatriz da China proteja o seu povo.

 

Basto 8/2016