Missa de abertura do Seminário de Dons Carismáticos, da Comunidade Canção Nova

Missa presidida pelo Pe. Marlon Múcio na abertura do Seminário de Dons Carismáticos, na casa de evangelização da Canção Nova, em São José dos Campos, em São Paulo, Brasil.

Basto 11/2019

17 thoughts on “Missa de abertura do Seminário de Dons Carismáticos, da Comunidade Canção Nova

  1. Alex 4 de Novembro de 2019 / 15:50

    Em primeiro lugar, gostaria de dizer que não pertenço ao Movimento Carismático. E, diante disso, acredito que possa fazer algumas críticas e elogios imparciais.

    Eu acredito que o Movimento Carismático seja um movimento verdadeiramente inspirado por Deus (vejam-se, por exemplo, as curas e libertações que acontecem), apesar de infelizmente algumas pessoas usarem de maneira abusiva os dons carismáticos.

    Dito isso, a Igreja Católica no Brasil já deu algumas diretrizes ao Movimento Carismático (Documento 53 da CNBB).

    Como, por exemplo, observar as normas litúrgicas.

    Cito 2 trechos do referido documento.

    40 Nas celebrações, observe-se a legislação litúrgica que, embora estabeleça normas precisas para certos momento, abre amplo espaço para a criatividade. Não se introduzam elementos estranhos à tradição litúrgica da Igreja ou que estejam em desacordo com o que estabelece o Magistério ou aquilo que é exigido pela própria índole da celebração.

    43 A Celebração Eucarística, a distribuição da Sagrada Comunhão fora da Missa e o Culto Eucarístico realizem-se dentro das normas litúgicas, as diretrizes da CNBB e as orientações do Bispo Diocesano.

    Fonte:

    https://www.veritatis.com.br/orientacoes-para-a-rcc-doc-53/

    O problema é que no Brasil a não observância das normas litúrgicas não se limita às missas carismáticas. Infelizmente a grande maioria dos padres brasileiros abusam da criatividade litúrgica. A grande maioria das missas no Brasil, sejam carismáticas ou não, tem problemas com a criatividade litúrgica.

    No mais, rezar em línguas é algo controverso. Alguns padres são contra, outros são a favor. Nesse ponto, penso que São Paulo deixou diretrizes bem claras.

    • Basto 4 de Novembro de 2019 / 17:51

      Se as línguas forem inteligíveis, não há qualquer controvérsia… E quanto mais línguas melhor, a Igreja é universal.

      Muita gente tenta explicar esses ritos carismáticos com a doutrina do Pentecostes e, afinal, parece que até foram importados da Igreja Pentecostal. Pessoalmente, nem que me esforce muito, não consigo imaginar o apóstolos de Cristo e a Virgem Maria a fazerem esse tipo de rezas estranhas no Cenáculo. E ainda acho mais difícil imaginá-los a pregar o Evangelho aos gentios nessas tais “línguas” ininteligíveis… Se for por falta de piedade minha que eu não consigo aceitar essa possibilidade, então que Deus me perdoe.

      • Alex 4 de Novembro de 2019 / 20:38

        Basto, de fato, o Movimento Carismático teve sua origem no Movimento Pentecostal. Surgiu nos Estados Unidos por influência de pentecostais. Mais isso não significa que não existisse a ação do Espírito Santo no Movimento Pentecostal. “O Espírito Santo sopra onde quer.” Mas a Igreja, ao aceitar os dons carismáticos, fez um processo de catolização dos mesmos.

        Acho que não é falta de fé sua não aceitar o dom de línguas.

        Em relação ao latim, o Papa Bento XVI, durante seu pontificado, incentivou a rezar em latim. O latim sempre foi a língua oficial da Igreja. É a língua litúrgica da Igreja, apesar de isso ter-se perdido quase por completo com o Concílio Vaticano II, mas em alguns países, como nos EUA, os católicos tradicionalistas têm se empenhado em retornar o uso do latim nas orações, mesmo privadas ou pessoais.

        • Basto 4 de Novembro de 2019 / 21:57

          Ei, Alex! Calma, calma, muita calma! Eu jamais disse que não aceito o dom de línguas!

          O seu comentário pressupõe que o dom de línguas seja o “ri-nhó-nhó” que se ouve nos vídeos acima. A Igreja fala do dom de línguas há 2000 anos, enquanto que o movimento carismático nasceu talvez há cerca de 50 anos. Para falar a verdade, duvido que pudesse ser legitimado antes do CVii.

          O Pe. Gruner e o John Venary explicam muito bem, no vídeo que eu aqui coloquei, em que consiste o dom de línguas. Os discípulos de Cristo pregavam na sua própria língua e eram compreendidos por pessoas que falavam línguas diferentes. O Padre Pio, que só sabia falar italiano, confessava pessoas de língua alemã e outras… Isso é o que eu também entendo como o dom de línguas.

      • Alex 4 de Novembro de 2019 / 22:10

        Ok, Basto! Eu vou tentar ter calma. Confesso que estou um tanto ansioso hoje.

        Me desculpe por minhas palavras em relação à sua fé. Eu sei que você tem muita fé e é um católico muito piedoso.

        Obrigado pela explicação sobre o dom de línguas.

        • Basto 4 de Novembro de 2019 / 22:19

          Agora talvez tenha pecado por excesso… Não se preocupe com isso, Alex, eu só quis esclarecer a minha posição.

      • Alex 4 de Novembro de 2019 / 22:24

        Ok, Basto! Não tem problema. Obrigado por seu feedback! 🙂

  2. Alex 4 de Novembro de 2019 / 17:23

    Para enriquecer a reflexão sobre a oração em línguas, cito mais trecho do Documento 53 da CNBB.

    63 Orar e falar em línguas: O destinatário da oração em línguas é o próprio Deus, por ser uma atitude da pessoa absorvida em conversa particular com Deus. E o destinatário do falar em línguas é a comunidade. O apóstolo Paulo ensina: “Numa assembléia prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência para instruir também aos outros, a dizer dez mil palavras em línguas” (1 Cor 14,19). Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, não se incentive a chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem que haja intérprete.

    https://www.veritatis.com.br/orientacoes-para-a-rcc-doc-53/

  3. maria martins 4 de Novembro de 2019 / 17:46

    Também eu sou “suspeita” neste assunto.
    Quando conheci a Canção Nova, há já 22 anos, através da TV cabo, pois, em Portugal, ainda não existia a Comunidade, fiquei muito baralhada; deu-me a sensação de que o Pe. Edmilson, desculpem a comparação, estava a “vender banha de cobra!” Aliás, foi mesmo essa expressão que usei para Deus, quando reconheci que era uma Eucaristia Católica. Pedi um sinal e, abrindo a Palavra, como já aqui contei, saiu-me: …”ide por todo o mundo, pregai o Evangelho … e os Sinais que vos dou”…–Marcos 16– Como era Aquilo que o Pe. estava a Proclamar, acreditei, mesmo não me identificando com essa postura.
    Comecei então a assistir por curiosidade e as Graças, ou até Milagres, começaram a acontecer, para mim, familiares e amigos.
    Empolgada, fiz-me Benfeitora; e sempre que recebia algum dinheiro a mais, enviava para a Obra. Qual não foi o meu espanto, quando recebi o meu Cartão de Associada: a Citação de Marcos que me tinha saído, na Palavra de Deus, depois de ter pedido uma resposta, era a mesma que vinha escrita nele!..
    Não duvidei mais e, mesmo não conseguindo ainda, por complexo, Orar em Línguas, respeito e acredito, porque tem a sua lógica. Segundo o Pe. Jonas, assim, rezavam os primeiros Cristãos, dando TOTAL LIBERDADE ao ESPÍRITO SANTO, para Orar em nós, que, a maior parte das vezes, não sabemos bem de que precisamos ou como pedir!
    Neste momento, apesar de continuar Fiel ao meu Compromisso, sinto-me um bocadinho desiludida, ao reconhecer que um dos Carismas que mais me seduziram: O sim, sim; não não, na Radicalidade da Vivência da Palavra, está um pouco OBTUSO… Idolatram o Papa Francisco, sem nunca esclarecer as CONFUSÕES em que ele nos mete! Já não sei se é por medo, cobardia ou OBEDIÊNCIA! E acho, que devíamos ser ELUCIDADOS, porque não foi a isso que nos habituaram!…

    • Souza 11 de Novembro de 2019 / 17:49

      Olá Maria, eu já tive preconceitos em relação a RCC, mas testemunho que a Canção Nova realmente é uma obra de Deus e que restaurou milhares de vidas e ajudou pessoas a reavivar sua fé e amar a Igreja de Cristo, inclusive muitos conhecidos e familiares meus. Já participei de acampamentos lá, é realmente uma bênção que Deus concedeu à Igreja. Os missionários levaram muitos católicos e amar a Doutrina, a valorizar aos sacerdotes, a Eucaristia, o Santo Terço, o Ofício a Nossa Senhora, e outras práticas como o Cerco de Jericó e outros que estavam decadentes aqui no Brasil. Se a esquerda ainda não domina por completo por aqui se deve em muito ao trabalho da Canção Nova.
      Referente a Francisco, creio que muitos deles têm consciência da triste realidade, mas não podem mencionar em público pois serão duramente retalhados, isto aconteceu anos atrás quando o Pe. José Augusto criticou o partido de esquerda aqui em época eleitoral e se vc. Já percebeu, a esquerda e Francisco caminham juntos…
      Para eles, vejo que é quase impossível denunciar no ar as irregularidades de J Bergoglio, mas no início deste ano o Pe. Roger sugeriu como programa a leitura dos 4 evangelhos até o final do ano e rezassem o Vinde Espírito Santo ao levantar e ao deitar.
      Penso que com a leitura dos Evangelhos, os fieis terão condições de discernir o que realmente é o ensinamento de Jesus e as mensagens distorcidas que os maus pastores estão difundindo. Fiquemos unidos em oração.

  4. Alex 4 de Novembro de 2019 / 17:48

    Ainda para enriquecer a reflexão sobre a oração em línguas, gostaria de partilhar a opinião de um exorcista americano. É uma opinião muito radical e contrária à oração em línguas, mas tem seu fundamento.

    Como já disse é uma opinião muito radical. Eu prefiro um meio termo. Acredito que a oração em línguas seja uma forma lícita de oração, mas que se deve ter muito cuidado para que ela não sofra interferências negativas. O exorcista falou de challening.

    • Alex 4 de Novembro de 2019 / 20:51

      Muito interessante essa conversa entre o John Vennari e o Pe. Gruner!

      De fato, há muitas semelhanças entre o Movimento Carismático e o Movimento Pentecostal.

      O Movimento Carismático surgiu por influência do Movimento Pentecostal nos EUA. Mas, ao ser aceito pela Igreja, ele foi catolicizado.

      Em relação a oração em línguas, de fato há o perigo de influências demoníacas. Por isso, a oração em línguas tem de ser rezada sob a orientação de pessoas experientes na vida espiritual a fim de evitar problemas.

      Recentemente em 2017, a RCC fez 50 anos de aniversário! Vê-se que é um movimento de certa forma recente na vida da Igreja. Tendo isso em vista, é necessário que a Igreja estude mais os fenômenos carismáticos e se empenhe mais para evitar abusos dos dons carismáticos.

      Nesse sentido, recentemente a Igreja lançou o documento Iuvenescit Ecclesia.

      Veja!

      https://www.rs21.com.br/noticias/iuvenescit-ecclesia-documento-na-integra/

  5. Alex 4 de Novembro de 2019 / 21:01

    Basto, achei muito oportuna a sua observação em relação ao abandono do latim.

    Felizmente, em alguns países, como nos EUA, os tradicionalistas estão se empenhando em retornar ao uso do latim na liturgia e, inclusive nas orações privadas/pessoais.

    A propósito, veja!

  6. Basto 4 de Novembro de 2019 / 22:17

    Já agora, aproveito para afirmar que, com esta publicação, não pretendo zombar da fé de ninguém. Pelo contrário, reconheço que a maioria dos católicos que estão de algum modo ligados ao Movimento de Renovação Carismática Católica são católicos muito fervorosos. Ainda assim, como tantas outras práticas que se desenvolveram na Igreja depois do Concílio Vaticano II, este “rezar em línguas” continua a revelar-se, para mim, como um costume bastante exótico e que podia ser facilmente substituído por orações normais. Bastaria que o Papa ou algum dicastério importante assim o aconselhasse. Porém, nesse caso, talvez o movimento em causa deixasse de fazer sentido.

    Admito que possa estar enganado, mas isto parece-me mais uma forma alternativa de catolicismo, como tantas outras que apareceram e continuam a aparecer para substituir o catolicismo tradicional que deixou de agradar ao povo católico.

  7. maria martins 4 de Novembro de 2019 / 23:36

    Alex, mesmo sentindo algum pudor na Oração em línguas, respeito. Porém, o perigo de haver intromissões diabólicas, segundo o que já li e ouvi de alguns Padres Carismáticos, existe sempre, em qualquer Dom: de Ciência, Profecia, Cura… A única Certeza passa pela Santidade e pela Humildade que se põem nas orações e, depois, CONFIAR! O mesmo acontece com os Exorcistas e os Místicos. Na vida da Alexandrina de Balazar, Pe. Pio e outros… quantas vezes, o demónio se armava em anjo de luz?! Só com muita perspicácia, humildade e orações específicas, é que conseguiam desmascará-lo.
    Há uns dois ou três anos, participei em Fátima, num Retiro em que se festejava o Aniversário do Movimento e onde estava presente uma das ” ditas jovens”, que viveu essa experiência, pela primeira vez, nos EUA. Disse-nos, que todos os jovens, de então, acabaram por se Converter ao Catolicismo.

    CONCLUSÃO: Satanás espreita todas as brechas, para nos CONFUNDIR! A única CERTEZA que temos para o vencer é ESTARMOS COM DEUS!

    • Alex 4 de Novembro de 2019 / 23:48

      Maria Martins, obrigado por seu comentário e pela explicação! Achei muito interessante. A senhora tem muito conhecimento de espiritualidade. Obrigado por partilhar esses conhecimentos.

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