A atualidade de Fátima consiste em preparar a Igreja do nosso tempo para uma impávida confissão da Fé Católica e até mesmo um martírio, como podemos perceber na terceira parte do Segredo de Fátima. No entanto, Fátima permanece um verdadeiro sinal profético de esperança porque Nossa Senhora prometeu um tempo de paz e o triunfo do Seu Coração Imaculado.
O vídeo acima reproduz o discurso proferido em português pelo bispo D. Athanasius Schneider em Fátima, no auditório do Hotel Santo Amaro, no dia 14 de julho de 2017, num encontro organizado pela publicação espanhola Adelante la Fe.
Esta louvável diligência causa alguma perplexidade porque parece mais um incentivo do que propriamente uma autorização, uma vez que o Usus Antiquior, comummente denominado Missa Tridentina, para além de nunca ter sido ab-rogado, coabita hoje de modo pacífico na Igreja Católica, como Forma Extraordinária do Rito Romano, desde a publicação do Motu ProprioSummorum Pontificum de Bento XVI, em 2007.
Uma década depois da promulgação do Motu Proprio de Bento XVI, contrariamente ao que estabeleceu o Santo Padre, a Forma Extraordinária do Rito Romano continua ainda interdita à esmagadora maioria dos fiéis, como acontece em Portugal. E é uma pena, dada a riqueza e a beleza da Missa Tradicional, da qual derivou o Novus Ordo, a celebração da Missa na forma à qual estamos habituados. Entre outros grandes benefícios para a Igreja, a celebração contínua e frequente da Eucaristia na Forma Extraordinária seria a referência necessária para se evitarem os excessos e abusos a que assistimos hoje em muitas das Eucaristias celebradas de acordo com Forma Ordinária do mesmo rito.
O episódio protagonizado pela pontifícia comissão criada por João Paulo II e presidida pelo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ao ter lugar precisamente agora, no centenário das aparições de Fátima, tem de estar de algum modo relacionado com a aproximação do Triunfo do Imaculado Coração de Maria, profetizado em Fátima e desejado para breve nas orações do Santo Padre Bento XVI.
Possam os sete anos que nos separam do centenário das Aparições apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima Trindade.
Seria uma magnífica celebração do centenário das Aparições de Fátima se todos os sacerdotes portugueses pudessem, nesse dia, proporcionar aos fiéis a celebração da Eucaristia na forma que os pastorinhos a conheciam. Mesmo que não simpatizem com o Usus Antiquior, poderiam sempre abrir uma exceção nesse dia especial e oferecer o sacrifício em honra de Nossa Senhora de Fátima. Talvez até acabassem por gostar…