Agora também na diocese de Aveiro, o adultério deixa de ser um impedimento para a Sagrada Comunhão. O bispo D. António Moiteiro acaba de publicar as orientações locais para aplicação do capítulo VIII da controversa exortação apostólica Amoris Laetitia, acompanhadas de uma carta pastoral firmada com a data de 26 de novembro de 2017.
Entre outros avanços radicais, os pastores da diocese de Aveiro passarão a valorizar a “estabilidade conjugal da nova união” adúltera…
12. A estabilidade conjugal da nova união e o bem dos filhos também estão entre os critérios que orientam o discernimento pessoal e pastoral relativamente à admissão à reconciliação e à comunhão eucarística.
(in sítio oficial da diocese de Aveiro, 26/11/2017)
As orientações da diocese de Aveiro para a admissão de adúlteros à Sagrada Comunhão são assumidamente inspiradas noutros documentos não menos radicais e exóticos como o “dos bispos da região pastoral de Buenos Aires, aprovado pelo Papa, bem como o dos bispos de Malta e da Alemanha”. Enquadram-se, portanto, dentro da nova ideia de misericórdia introduzida pelo Papa Francisco, que prescinde do arrependimento e mudança de vida.
A conclusão a tirar é simples: as diretivas consagradas no capítulo VIII da Exortação Apostólica Amoris laetitia e que integram o processo de discernimento pessoal e pastoral dos católicos divorciados e constituídos em nova união com vista a serem admitidos aos sacramentos da Penitência e da Eucaristia e, porventura a outras atividades eclesiais, é um aprofundamento e não inovação que vem proporcionar uma maior dimensão equitativa à Disciplina Canónica.
Resta aguardar que o processo pessoal e pastoral proposto na Exortação Apostólica seja bem compreendido, assimilado e aprofundado para, na sua aplicação, não se desvirtuar por um rigorismo que o prive de ser resposta da misericórdia divina à fragilidade humana pecadora, ou por um laxismo que entorpeça e vulgarize o ser carácter de ser verdadeira caminhada de conversão da culpa para a reconciliação com a Igreja, Sacramento de Salvação.
(in sítio oficial da diocese de Aveiro, 26/11/2017)
Após alguma resistência inicial, parece que todos os bispos portugueses, uns atrás dos outros, decidiram revogar os ensinamentos de São João Paulo II e de Bento XVI, assim como de dois milénios de tradição cristã em relação ao Matrimónio, para fazerem a vontade ao Papa Francisco.
Já o dissemos aqui por diversas vezes, mas nunca será demais voltar a dizê-lo porque, no meio de tanto lirismo e deslumbramento, ainda há quem não consiga ou não queira entender o que hoje está verdadeiramente em causa em relação a este assunto. A prática de Amoris Laetita, no sentido pretendido do conceito, consiste em obter/dar absolvição sacramental e receber/dar a Sagrada Comunhão apesar do adultério. Esta prática, chamada “pastoral”, apesar de ser incansavelmente defendida pelo Papa Francisco desde o início do seu sinistro pontificado, está em profunda contradição com a verdade cristã sobre os sacramentos da Reconciliação e do Matrimónio, ao mesmo tempo que leva à prática de sacrilégios contra a Sagrada Eucaristia.
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Basto 2/2018
Nossa Senhora disse em Fátima: “Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé, etc.” Nossa Senhora não disse: “Na Conferência Episcopal Portuguesa se conservará sempre o dogma da fé”. Se Francisco quiser mulheres diaconisas, padres casados, bênçãos a “casais” homossexuais, a revogação da encíclica Humanae Vitae, uma missa ecuménica, etc. , não haverá nenhuma oposição dos bispos portugueses? Em vez de ajudarem as pessoas divorciadas a salvarem as suas almas estão ajudando-as a condenar ainda mais as suas almas ao Inferno!
É a tal “desorientação diabólica” referida pela Ir. Lúcia.
Caro Basto, bom dia!
Todos estes acontecimentos me colocam a questão:a Santa Missa celebrada por estes Sacerdotes será válida?! Sempre que vou a missa saio pior do que entrei…venho sem paz e irritada, sobretudo por causa das homilias e também algumas palavras alteradas?!
Em Portugal, onde se pode participar no Verdadeiro Sacrifício Eucarístico, do Rito Tridentino de Pio V?! Obrigada
Maria Amélia
Cara Maria Amélia, obrigado pela sua questão. Eu procuro trazer para aqui informações objetivas, tentando deixar o juízo para outros. Confesso que estou cada vez mais pasmado com tudo o que tenho visto acontecer na Igreja, mas já estou como o Santo Padre: “quem sou eu para julgar?” Esta minha atitude perante os acontecimentos tende a aumentar na medida em que tem aumentado o número de pessoas que diariamente passam por este blogue para ler o que por aqui se publica.
Agora, em relação à questão concreta que me coloca, eu vou dar-lhe a minha opinião honesta. Se alguém me pergunta a que Missa deve ir, eu respondo: vai à Missa. Não estou do lado daqueles odeiam a Missa Antiga e desejam enterrá-la definitivamente, nem do lado daqueles que não aceitam outra forma de Missa que não seja a Antiga. No entanto, sou o primeiro a dizer que não devem ser tolerados erros, abusos e excessos na Missa Nova e que temos de recuperar toda a solenidade e reverência litúrgica onde esta se perdeu.
Penso, aliás, que a Igreja de Rito Latino só teria a beneficiar com a coexistência pacífica das duas formas litúrgicas em todas as paróquias. Mas esta é apenas a minha opinião.
Muitíssimo obrigada caro Basto pela sua resposta!
Acompanho há já alguns anos a “luta”entre os que defendem um Rito e outro Rito, com maior relevância e atenção, desde a publicação do Motu Próprio Summorum Pontificum! Devo dizer-lhe que a minha opinião é a mesma que a sua! Todos deveriam ter acesso aos dois Ritos, com a devida reverência porque os dois são importantes!
O grande problema, a maior parte das vezes são as Homilias modernistas, nitidamente tendenciosas, com insinuações aos fieis, com rótulos de fariseus, sem caridade……há até um novo “título” caricato: “católicos com síndrome de Jonas”! De início não entendi depois atingi o significado!
Sinceramente, para mim está a tornar-se difícil! Angústia para escolher!
Atentamente, no Senhor Jesus
Maria Amélia
De facto, ainda não vimos vontade pastoral nos bispos portugueses para por em prática nas nossas dioceses o Motu Proprio Summorum Pontificum de Bento XVI, apesar de já ter mais de 10 anos de idade. Já no caso no caso da Amoris Laetitia, ainda não tinha sido escrita e já vários bispos portugueses mostravam vontade de pô-la em prática no nosso país. É por isso que agora está a ser implementada a todo o gás.
https://fratresinunum.com/
Pois Maria Amélia, este é um dos tais erros e abusos a que eu me referia.
Ainda me lembro que quando os bispos portugueses fizeram a sua visita “Ad Limina Apostolorum» a Bento XVI em Novembro de 2007, alguns bispos disseram ao Papa que havia pouco interesse na “Missa Antiga” em Portugal! E agora há tantos fiéis interessados em Amoris Laetitia?
Bento XVI devia ter-lhes perguntado o que é que eles têm feito para aumentar o interesse…